🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Janeiro de 2024. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

É falso que presidente da Anvisa disse que vacinados correm risco sanitário grave

Por Marco Faustino

25 de janeiro de 2024, 15h38

Não é verdade que o presidente da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), Antônio Barra Torres, disse recentemente que quem tomar vacina corre risco sanitário grave. As peças de desinformação com essa alegação tiram de contexto uma declaração de Torres para a CNN Brasil, em 2021. À época, ele criticou um artigo de uma proposta de lei que liberava o uso de vacinas sem passar pela análise da Anvisa. Posteriormente, o artigo foi vetado pelo então presidente Jair Bolsonaro (PL).

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 4.000 curtidas no Instagram e milhares de visualizações no Kwai até a tarde desta quarta-feira (25).


Selo falso

Governo do PT e do STF estão enganando o povo. Anvisa declara que há riscos sim. Presidente da Anvisa admite que população corre risco grave ao tomar a vacina

Posts tiram de contexto declaração do presidente da Anvisa, que criticou, em 2021, um artigo de uma proposta de lei, posteriormente vetado por Bolsonaro, que liberava o uso de vacinas sem passar pela análise do órgão

Posts nas redes tiram de contexto um trecho de uma entrevista do presidente da Anvisa, Antônio Barra Torres, à CNN Brasil, em 10 de fevereiro de 2021, para alegar que ele, em janeiro deste ano, afirmou que a vacinação contra a Covid-19 representaria risco sanitário grave. Isso é falso.

Na ocasião, Torres criticou trechos da MP n° 1003/2020, que permitia a aprovação de uso emergencial de vacinas sem análise da Anvisa. Foi a este aspecto específico da lei a que ele se referiu ao usar os termos “risco sanitário grave”. Aos Fatos não localizou qualquer declaração de Torres afirmando que as vacinas contra a Covid-19 representam risco sanitário grave.

Quando a MP foi enviada para sanção presidencial, a Anvisa se posicionou contra o texto. A agência mencionou o artigo citado por Torres na entrevista indicando que poderia “contrariar o interesse público já que, na forma da redação final, haveria uma imposição para a aprovação das vacinas sem a prévia análise técnica de segurança, qualidade e eficácia.” Posteriormente, o artigo foi vetado por Bolsonaro, e a discussão foi encerrada.

O Ministério da Saúde afirma que as vacinas são oferecidas à população somente após vários testes, pesquisas e processos que atestam sua eficácia e segurança. No Brasil, a Anvisa é o órgão responsável pela avaliação dos imunizantes e seus registros. A vacina é a forma mais segura de prevenção de crianças e adultos contra a Covid-19.

O Ministério da Saúde, por meio do PNI (Programa Nacional de Imunizações) e da Anvisa, monitora a segurança das vacinas em uso em todo o país. Esse monitoramento permite a avaliação de benefícios e riscos da vacinação e subsidia a tomada de decisões sobre o tema no país.

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Recorrente. O mesmo trecho da declaração do presidente da Anvisa circula fora de contexto nas redes sociais desde 2021, quando Aos Fatos publicou a primeira checagem sobre o teor da crítica de Torres.

Referências:

1. CNN Brasil
2. Congresso Nacional (1 e 2)
3. Anvisa (1 e 2)
4. Ministério da Saúde
5. SBIm
6. Aos Fatos

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