🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Julho de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Etchegoyen não disse que resultado das eleições de 2022 foi manipulado

Por Marco Faustino

5 de julho de 2023, 18h05

Não é verdade que o general da reserva e ex-ministro do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) Sérgio Etchegoyen revelou à TV Pampa que o resultado das eleições de 2022 foram manipulados, nem que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu o pleito com mais de 73% dos votos, como afirmam publicações nas redes. Em nenhum momento da entrevista Etchegoyen diz que o resultado das urnas foi manipulado, tampouco que Bolsonaro venceu o pleito do ano passado. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente com 50,83% dos votos válidos.

Publicações com o conteúdo enganoso somavam 4.300 compartilhamentos no Facebook nesta quarta-feira (5).


Selo falso

Estou com o vídeo do Sérgio Etchegoyen, onde ele conta tudo. Abriu o verbo sobre o resultado, sobre a manipulação das eleições 2022 [Bolsonaro ganhou no primeiro turno e no segundo turno com mais de 73% dos votos

Posts enganam ao difundir trecho de entrevista concedida pelo general da reserva Sérgio Etchegoyen para fazer crer que ele disse que o resultado eleitoral de 2022 foi manipulado

Em vídeo difundido nas redes, um homem não identificado pelo Aos Fatos engana ao dizer que o general da reserva do Exército e ex-ministro do GSI do governo de Michel Temer (MDB), Sérgio Etchegoyen, revela à TV Pampa, em 17 de janeiro de 2023, que o resultado das eleições de 2022 foi manipulado. Durante a entrevista, Etchegoyen não diz que houve qualquer fraude eleitoral, tampouco questiona a integridade do sistema de votação.

As peças checadas também enganam ao dizer que o ex-presidente Bolsonaro teria ganhado a eleição presidencial do ano passado ao obter mais de 73% em ambos os turnos. O ex-mandatário obteve 43,20% dos votos válidos no primeiro turno. Já no segundo, o percentual foi de 49,10%. Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente com 50,83% dos votos válidos.

No trecho da entrevista difundido pelas peças de desinformação, Etchegoyen diz, em tom opinativo, que “políticos chegaram à conclusão que Bolsonaro tinha que ser afastado” e que o Judiciário “não gostava do ex-presidente”. Para o general da reserva criou-se uma “aliança informal” que buscou em Lula um candidato capaz de derrotar Bolsonaro.

Em outro momento da entrevista, Etchegoyen analisou o radicalismo visto durante os ataques e depredações ocorridas em Brasília no dia 8 de janeiro deste ano. O general diz que uma imensa parte da população brasileira tem descrédito com as instituições, principalmente tribunais superiores, como o STF (Supremo Tribunal Federal) e o TSE (Tribunal Superior Eleitoral), mas que a forma como Bolsonaro conduziu os dois turnos das eleições também contribuiu para que ânimos no país ficassem exaltados, o que não justificava a violência vista no início do ano.

Durante a entrevista, Etchegoyen também criticou uma declaração dada naquela época por Lula, na qual o presidente disse que tinha “perdido a confiança” em parte das Forças Armadas. Para Etchegoyen, a fala do mandatário demonstrava uma “profunda covardia” e não contribuía para pacificar o país.

Referências:

1. TV Pampa
2. TSE (1 e 2)
3. Rádio Gaúcha
4. O Estado de S. Paulo

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