Não é recente, mas de 2020, um áudio em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) diz que “não deixará quietos” o ex-juiz Sergio Moro (União Brasil) e o ex-procurador Deltan Dallagnol (Podemos-PR), eleitos no domingo (2) senador e deputado federal, respectivamente. Postagens nas redes sociais enganam ao fazer crer que a fala do petista seria atual e que expressaria uma promessa caso ele vença as eleições presidenciais deste ano (veja aqui).
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam mais de 900 mil visualizações e 100 mil compartilhamentos no Facebook, 312 mil visualizações e 9.000 curtidas no TikTok nesta terça-feira (4) e circulam também no WhatsApp, no qual não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).
Ex-presidiário Lula faz ameaças de perseguição, caso seja eleito em 2022
Foi gravado em 2020, não recentemente, um áudio em que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirma que “não deixará quietos” o ex-juiz e senador eleito Sergio Moro (União Brasil), o ex-procurador e deputado federal eleito Deltan Dallagnol (Podemos-PR) e outros integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato. A fala do petista foi retirada de uma entrevista à TV Democracia, em agosto de 2020.
Na ocasião, ele respondia a uma pergunta do advogado Marco Aurélio de Carvalho — coordenador do Grupo Prerrogativas e filiado ao PT —, sobre o momento em que teria percebido estar diante de um juiz parcial (a partir de 11 minutos e 21 segundos).
Confira a resposta de Lula na íntegra:
"Dallagnol e a sua tropa, Moro e a sua tropa, e o delegado, que fizeram inquérito comigo e que mentiram no resultado do inquérito, eu não os deixarei quieto. Eles sabem que eu não os deixarei quieto. Ou seja, eu nunca tomei o remédio tarja preta pra dormir. Eles vão tomar. Eles vão tomar porque o inferno que eles acharam que provocaram na minha vida, o veneno que eles jogaram na minha vida, eles vão provar do veneno deles."
Na data da entrevista original, os processos de envolvimento de Lula em casos de corrupção e lavagem de dinheiro movidos pela operação ainda não haviam sido interrompidos. Em junho de 2021, o STF declarou Moro suspeito na condução dos casos envolvendo o petista. Meses antes, as decisões que condenaram Lula à prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro foram anuladas pelo plenário do tribunal.
Esta peça de desinformação também foi checada pelo Estadão Verifica.
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