Estados Unidos não provaram que eleições brasileiras de 2022 foram fraudadas

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Não é verdade que o governo dos Estados Unidos provou que as eleições brasileiras foram fraudadas e que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu o pleito, como alegam publicações nas redes. Em busca na imprensa e em sites do governo americano, o Aos Fatos não encontrou qualquer declaração oficial que questione a lisura do processo brasileiro. O presidente americano, Joe Biden, reconheceu a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tão logo os resultados do pleito foram anunciados, em 30 de outubro do ano passado.

Publicações com o conteúdo enganoso somavam centenas de curtidas no Instagram até a tarde desta sexta-feira (26), além de circularem no Kwai, Telegram e no WhatsApp, plataforma em que não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).


Selo falso

EUA prova a vitória de Bolsonaro e a fraude dos esquerdopatas

Posts enganam ao afirmar que governo dos EUA provou que eleições brasileiras de 2022 foram fraudadas

Publicações nas redes enganam ao afirmar que o governo americano provou que as eleições brasileiras foram fraudadas pela esquerda e que Bolsonaro foi o vencedor do pleito. Em busca em portais oficiais e notícias na imprensa americana, o Aos Fatos não encontrou qualquer declaração oficial sobre o tema vinda do presidente Joe Biden ou de qualquer outra autoridade do país. Não há qualquer indício de fraude nas eleições que alçaram Lula à Presidência, conforme atestado pela Polícia Federal, o TCU (Tribunal de Contas da União) e outros órgãos e entidades.

Logo após o anúncio oficial do TSE, no dia 30 de outubro, o presidente Joe Biden reconheceu a vitória de Lula e afirmou que as eleições brasileiras foram livres, justas e confiáveis. A Embaixada do país já havia reiterado sua confiança no sistema eleitoral brasileiro antes mesmo do pleito, em nota pública divulgada em julho do ano passado.

Em novembro, a PF e o TCU concluíram que não houve nenhum tipo de fraude nos dois turnos da eleição. Uma comissão de observadores internacionais também não encontrou indícios de manipulação, conclusão similar à da OEA (Organização de Estados Americanos).

Algumas das peças de desinformação compartilham um link para a página do site de extrema-direta Creative Destruction Media, conhecido por difundir desinformação e teorias conspiratórias. Nela, são citados argumentos já desmentidos pelo Aos Fatos e pelo TSE que supostamente provariam que houve fraude nas eleições:

  • Diferentemente do que alega o site, a Lei de Benford, usada em auditorias contábeis, não é confiável para analisar o resultado de pleitos eleitorais. Isso já foi atestado como verificado por pesquisadores americanos, pelo Conselho Europeu e pelo Carter Center, ligada à Universidade de Emory;
  • O texto também cita que a diplomação de Lula como presidente foi antecipada ilegalmente para o dia 12 de dezembro, o que não é verdade. Segundo a legislação brasileira, a diplomação pode acontecer a partir do momento em que o plenário do TSE aprova o relatório final da totalização dos votos do segundo turno, o que aconteceu em 6 de dezembro. O prazo final para a diplomação era 19 de dezembro.
  • Também é falso que Dilma Rousseff ocupou a presidência após Lula ser destituído. O atual presidente concluiu seus dois primeiros mandatos e foi então sucedido por Dilma, vitoriosa nas eleições de 2010.

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