🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Maio de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Estados Unidos não provaram que eleições brasileiras de 2022 foram fraudadas

Por Marco Faustino

26 de maio de 2023, 16h42

Não é verdade que o governo dos Estados Unidos provou que as eleições brasileiras foram fraudadas e que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) venceu o pleito, como alegam publicações nas redes. Em busca na imprensa e em sites do governo americano, o Aos Fatos não encontrou qualquer declaração oficial que questione a lisura do processo brasileiro. O presidente americano, Joe Biden, reconheceu a vitória do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tão logo os resultados do pleito foram anunciados, em 30 de outubro do ano passado.

Publicações com o conteúdo enganoso somavam centenas de curtidas no Instagram até a tarde desta sexta-feira (26), além de circularem no Kwai, Telegram e no WhatsApp, plataforma em que não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).


Selo falso

EUA prova a vitória de Bolsonaro e a fraude dos esquerdopatas

Posts enganam ao afirmar que governo dos EUA provou que eleições brasileiras de 2022 foram fraudadas

Publicações nas redes enganam ao afirmar que o governo americano provou que as eleições brasileiras foram fraudadas pela esquerda e que Bolsonaro foi o vencedor do pleito. Em busca em portais oficiais e notícias na imprensa americana, o Aos Fatos não encontrou qualquer declaração oficial sobre o tema vinda do presidente Joe Biden ou de qualquer outra autoridade do país. Não há qualquer indício de fraude nas eleições que alçaram Lula à Presidência, conforme atestado pela Polícia Federal, o TCU (Tribunal de Contas da União) e outros órgãos e entidades.

Logo após o anúncio oficial do TSE, no dia 30 de outubro, o presidente Joe Biden reconheceu a vitória de Lula e afirmou que as eleições brasileiras foram livres, justas e confiáveis. A Embaixada do país já havia reiterado sua confiança no sistema eleitoral brasileiro antes mesmo do pleito, em nota pública divulgada em julho do ano passado.

Em novembro, a PF e o TCU concluíram que não houve nenhum tipo de fraude nos dois turnos da eleição. Uma comissão de observadores internacionais também não encontrou indícios de manipulação, conclusão similar à da OEA (Organização de Estados Americanos).

Algumas das peças de desinformação compartilham um link para a página do site de extrema-direta Creative Destruction Media, conhecido por difundir desinformação e teorias conspiratórias. Nela, são citados argumentos já desmentidos pelo Aos Fatos e pelo TSE que supostamente provariam que houve fraude nas eleições:

  • Diferentemente do que alega o site, a Lei de Benford, usada em auditorias contábeis, não é confiável para analisar o resultado de pleitos eleitorais. Isso já foi atestado como verificado por pesquisadores americanos, pelo Conselho Europeu e pelo Carter Center, ligada à Universidade de Emory;
  • O texto também cita que a diplomação de Lula como presidente foi antecipada ilegalmente para o dia 12 de dezembro, o que não é verdade. Segundo a legislação brasileira, a diplomação pode acontecer a partir do momento em que o plenário do TSE aprova o relatório final da totalização dos votos do segundo turno, o que aconteceu em 6 de dezembro. O prazo final para a diplomação era 19 de dezembro.
  • Também é falso que Dilma Rousseff ocupou a presidência após Lula ser destituído. O atual presidente concluiu seus dois primeiros mandatos e foi então sucedido por Dilma, vitoriosa nas eleições de 2010.

Referências:

1. Governo dos EUA
2. Poder360
3. TSE (Fontes 1 e 2)
4. UOL
5. Valor Econômico
6. OEA
7. Media Bias / Fact Check
8. Aos Fatos
9. Justiça Eleitoral
10. Cambridge
11. Conselho Europeu
12. Carter Center
13. G1

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