Não foi gravado na Argentina recentemente um vídeo que aparece em uma compilação compartilhada nas redes sociais (veja aqui) sobre saques a supermercados. As cenas foram registradas em janeiro de 2017, durante um protesto contra a alta dos combustíveis no México, na cidade de Nicolás Romero. O compilado traz outras duas cenas externas que, de fato, foram gravadas na Argentina, durante uma tentativa de saque a um mercado de San Juan, em junho de 2022.
O vídeo com o falso contexto acumula mais de 37 mil curtidas no Instagram e centenas de compartilhamentos no Facebook até a tarde desta terça-feira (2).
Uma compilação de imagens que é atribuída a saques em mercados na Argentina traz um vídeo que foi, na verdade, gravado no México, em 2017. Por meio de busca reversa, o Aos Fatos identificou que a gravação, que mostra pessoas carregando itens de uma loja, foi publicada no canal Denuncia Leaks em janeiro daquele ano.
Segundo a imprensa mexicana, após um protesto contra a alta dos combustíveis na cidade de Nicolás Romero, cerca de 300 pessoas invadiram uma loja da Chedraui, rede de supermercados e lojas de departamentos. O vídeo descontextualizado também circula nas redes de língua espanhola e foi desmentido pela AFP.
A compilação traz outras duas cenas que de fato foram gravadas na Argentina. Elas aparecem em reportagens sobre uma tentativa de saque na cidade de San Juan, no dia 30 de junho deste ano. As imagens originais foram divulgadas por sites como Clarín, La Nación e Perfil, sem que a autoria tenha sido identificada.
Segundo a imprensa argentina, um grupo de cerca de 70 pessoas tentou invadir um supermercado da rede Chango Mas para roubar os produtos do local. A ação, no entanto, foi impedida pela polícia, que deteve 36 manifestantes.
Outro lado. A peça de desinformação foi publicada pelo economista Ricardo Amorim em suas redes sociais no dia 1º de agosto. Contatado, Amorim agradeceu o aviso e adicionou uma explicação do real contexto do vídeo nas suas publicações.
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Esta checagem foi atualizada às 10h25 do dia 3 de agosto de 2022 para incluir a resposta do economista Ricardo Amorim.