Não é verdade que 232 crianças morreram por Covid-19 na Itália em apenas um dia, como afirmam publicações nas redes sociais. Segundo dados do ISS (Istituto Superiore di Sanità), órgão do governo italiano, até 24 de março (dado mais recente), o país não havia registrado morte de criança em decorrência do novo coronavírus. Na verdade, as vítimas mais jovens no país estavam na faixa de 30 a 39 anos de idade.
A informação falsa tem circulado no Facebook também em Portugal. No Brasil, ela reunia ao menos 160 mil compartilhamentos até a tarde desta quarta-feira (25). Todas as publicações foram marcadas com o selo FALSO na ferramenta do Facebook (saiba como funciona).
O dia mais triste da Itália foi hoje: 793 mortes, sendo 232 de crianças. Vamos nos proteger.
Morreram 232 crianças num dia na Itália e o demente manda as crianças voltarem pras escolas.
A Itália registrou 793 mortes decorrentes da Covid-19 apenas em 21 de março. O número é o maior desde o início do surto no país e, após a sua divulgação, passou a circular em posts nas redes socais que 232 das vítimas seriam crianças. Na noite de terça-feira (24), essa informação, que é falsa, ganhou difusão ainda maior após o presidente Jair Bolsonaro dizer em pronunciamento que escolas não precisavam ser fechadas para conter o novo coronavírus. Segundo o ISS (Istituto Superiore di Sanità, do governo italiano), não havia no país nenhuma morte por Covid-19 sequer em menores de 29 anos até o dia 24 de março.
Ainda de acordo com a autoridade de saúde da Itália, a maioria das mortes no país ocorreu entre idosos maiores de 80 anos (2.724 das 5.542 registradas).
Apesar de não constarem do grupo de risco da Covid-19, as crianças são potenciais disseminadoras da doença, uma vez que tendem a apresentar sintomas pouco graves ou sequer apresentam sintomas. Por isso, conforme já explicado pelo Aos Fatos em checagem anterior, a premissa do argumento de Bolsonaro contra o fechamento de escolas é falsa. Segundo orientações das autoridades de saúde, a medida pode ajudar a conter a disseminação da doença, inclusive entre os mais velhos.
A mesma informação falsa circulou também em Portugal, tendo sido checada pelo Polígrafo.
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