🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Janeiro de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

À espera de golpe que não veio, bolsonaristas se frustram e atacam o Exército

Por Bianca Bortolon, Ethel Rudnitzki, João Barbosa e Milena Mangabeira

2 de janeiro de 2023, 14h12

Desde a derrota nas urnas, apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) criam mentiras para negar o resultado e pedem por uma intervenção militar nas redes e em quartéis espalhados pelo Brasil. Com a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), neste domingo (1º), a frustração tomou conta dos bolsonaristas.

As mensagens passaram de pedidos de ajuda às Forças Armadas a críticas e ataques aos militares.

  • O perfil do Exército no Twitter recebeu mais de 52 mil menções no dia 1º de janeiro de 2023;
  • Das 200 menções mais populares, 182 (91%) eram de ataques e críticas à instituição;
  • As reações negativas também predominaram nas publicações da instituição no Telegram, plataforma muito utilizada por bolsonaristas.

Os ataques começaram na noite de 31 de dezembro. Após a viagem de Bolsonaro à Flórida, nos Estados Unidos, o vice-presidente e senador eleito Hamilton Mourão (Republicanos-RS) fez um pronunciamento em rádio e TV, como presidente em exercício, em que reconheceu o resultado das eleições e a importância da alternância de poder.

“Depois do discurso de Mourão, fica claro que o papel das Forças Armadas é LEGITIMAR a ditadura socialista petista”, escreveu o influenciador Leandro Ruschel em tuíte que chegou a 20 mil interações.

Além de Ruschel, outros influenciadores que antes defendiam uma intervenção militar passaram também a criticar as Forças Armadas. O youtuber e deputado eleito Gustavo Gayer (PL-GO) fez quatro publicações zombando os militares, entre elas imagem que mostra um soldado beijando os pés do presidente Lula, vestido com roupa de presidiário.

Print de tuíte de Gustavo Gayer

Uma nova leva de críticas aos militares veio após as homenagens de integrantes das Forças Armadas na cerimônia de posse de Lula, que faz parte do rito tradicional. “Primeiro aprenda a pintar meio fio, depois aprenda como misturar asfalto. No fim, preste continência pra uma quadrilha e se aposente barrigudo e com a vida garantida”, escreveu um usuário em resposta ao perfil oficial do Exército.

Usuários da rede se articularam para viralizar as hashtags #BraçoFraco e #MãoTraíra, um trocadilho com o slogan criado pelo Exército nos anos 1990 — “braço forte e mão amiga”. Apoiadores de Bolsonaro também recuperaram posts do ideólogo Olavo de Carvalho (1947–2022) em que critica e xinga integrantes das Forças Armadas.

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