Não é verdade que todos os satélites usados por operadoras telefônicas do Brasil pertencem à Starlink, empresa do bilionário Elon Musk, e que por isso o empresário seria capaz de deixar o país sem internet. As operadoras que atuam no país usam tecnologias com infraestrutura terrestre, que envolve cabos, antenas e radiodifusão. Além disso, a Starlink só é responsável por 0,3% dos acessos de internet no Brasil.
Publicações com a alegação enganosa acumulavam ao menos mil curtidas no Instagram e centenas de compartilhamentos no Facebook até a tarde desta sexta-feira (12).
A Anatel está de prontidão para derrubar o X no Brasil. O que a agência não está levando em consideração, é que todas as operadoras de telefonia e serviços de 4 e 5G, usam satélites que pertencem ao Elon Musk. Se Musk quiser, ele deixa o Brasil sem internet.
São mentirosas as publicações que afirmam que o bilionário Elon Musk poderia cortar a internet do Brasil, já que seria dono de todos os satélites usados pelas operadoras de telefonia e serviços de 4G e 5G do país. As peças de desinformação ignoram a estrutura da rede de telecomunicações brasileira, que, em grande parte, funciona por meio de um sistema terrestre.
A infraestrutura que alimenta a internet brasileira é, em sua maior parte, conectada via cabos marítimos. Segundo dados da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), as três maiores operadoras atualmente são Claro, Vivo e Oi, que, juntas, são responsáveis por cerca de 45% dos acessos à internet no país. A Starlink, empresa de Elon Musk, representa apenas 0,3% das conexões.
O funcionamento das tecnologias de redes móveis citadas pelas peças de desinformação também não é estruturado apenas via satélite: tanto a 4G quanto a 5G funcionam por meio de ondas de rádio emitidas por meio de antenas. Essas antenas, por sua vez, podem se comunicar via fibra ótica, radiofrequência ou via satélite, dependendo da operadora.
Por fim, é falsa a afirmação de que Musk seria dono de todos os satélites em operação no Brasil. Há, atualmente, 32 satélites estrangeiros geoestacionários operantes no país, além de 16 brasileiros. Nenhum deles é da Starlink. A empresa de Musk trabalha com satélites de órbita não estacionários — que não ficam posicionados sobre uma localização específica, já que sua rotação não segue a mesma velocidade da rotação da Terra.
A Agência Lupa desmentiu uma peça de desinformação semelhante.