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Em 1.459 dias como presidente, Bolsonaro deu 6.685 declarações falsas ou distorcidas

Esta base agrega todas as declarações de Bolsonaro feitas a partir do dia de sua posse como presidente. As checagens são feitas pela equipe do Aos Fatos semanalmente.

Atualizado em 30 de Dezembro, 2022


Número de afirmações sobre




As três afirmações mais repetidas

REPETIDA 249 VEZES

Em 2019: 15.dez, 23.dez, 24.dez, 26.dez. Em 2020: 10.jan, 06.fev, 20.fev, 03.mar, 09.mar, 16.mar, 20.mar, 22.abr, 28.abr, 05.mai, 22.mai, 28.mai, 26.jul, 30.jul, 02.ago, 13.ago, 07.out, 08.out, 11.out, 15.out, 22.out, 29.out, 09.nov, 25.nov, 29.nov, 08.dez, 10.dez, 15.dez, 19.dez, 24.dez, 31.dez. Em 2021: 07.jan, 11.jan, 12.jan, 15.jan, 18.jan, 08.fev, 11.fev, 20.fev, 04.mar, 07.abr, 27.abr, 05.mai, 08.mai, 11.mai, 13.mai, 10.jun, 15.jun, 18.jun, 21.jun, 24.jun, 25.jun, 07.jul, 12.jul, 13.jul, 18.jul, 19.jul, 21.jul, 22.jul, 26.jul, 27.jul, 29.jul, 31.jul, 02.ago, 04.ago, 05.ago, 06.ago, 17.ago, 19.ago, 23.ago, 24.ago, 25.ago, 28.ago, 30.ago, 31.ago, 09.set, 10.set, 15.set, 17.set, 21.set, 23.set, 24.set, 30.set, 09.out, 13.out, 14.out, 18.out, 20.out, 21.out, 24.out, 25.out, 27.out, 07.nov, 09.nov, 10.nov, 19.nov, 22.nov, 23.nov, 25.nov, 26.nov, 02.dez, 07.dez, 09.dez, 10.dez, 15.dez, 19.dez, 27.dez, 30.dez, 31.dez. Em 2022: 06.jan, 12.jan, 20.jan, 31.jan, 02.fev, 07.fev, 09.fev, 10.fev, 11.fev, 12.fev, 16.fev, 18.fev, 21.fev, 23.fev, 24.fev, 25.fev, 28.fev, 04.mar, 07.mar, 16.mar, 21.mar, 22.mar, 23.mar, 27.mar, 04.abr, 08.abr, 11.abr, 12.abr, 15.abr, 05.mai, 12.mai, 30.mai, 02.jun, 08.jun, 15.jun, 18.jun, 24.jun, 09.jul, 23.jul, 24.jul, 27.jul, 30.jul, 22.ago, 24.ago, 03.set, 06.set, 07.set, 11.set, 13.set, 14.set, 16.set, 17.set, 20.set, 24.set, 29.set, 04.out, 12.out, 14.out, 21.out, 23.out, 26.out, 27.out, 28.out.

“Qual a corrupção no meu governo? Não tem, tem acusações vagas, levianas.”

Integrantes e ex-integrantes do governo Bolsonaro são alvos de investigações e denúncias de corrupção e outros delitos ligados à administração pública. Em junho de 2022, a PF (Polícia Federal) prendeu preventivamente o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por suposto envolvimento em um esquema de liberação de verbas na pasta. Ele é investigado por prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência e foi liberado por habeas corpus. Atuais e antigos integrantes do governo também são investigados pela PF ou pelo Ministério Público por suspeita de corrupção, como o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP); Ricardo Salles (PL), ex-titular do Meio Ambiente; o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PL), que comandou o Turismo; e Fabio Wajngarten, que chefiou a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social). Além disso, relatório de junho deste ano da Americas Society/Council of the Americas afirma que as tentativas do presidente de controlar órgãos de investigação e os cortes orçamentários de agências independentes seriam sinais de recuo no combate à corrupção no Brasil.

REPETIDA 139 VEZES

Em 2020: 09.abr, 11.abr, 16.abr, 18.abr, 29.abr, 30.abr, 02.mai, 07.mai, 14.mai, 19.mai, 20.mai, 21.mai, 22.mai, 26.mai, 28.mai, 02.jun, 03.jun, 04.jun, 08.jun, 09.jun, 11.jun, 15.jun, 18.jun, 19.jun, 25.jun, 07.jul, 09.jul, 16.jul, 18.jul, 06.ago, 13.ago, 24.ago, 25.ago, 03.set, 16.set, 22.set, 24.set, 09.out, 19.out, 09.nov, 10.dez, 19.dez, 24.dez, 31.dez. Em 2021: 07.jan, 14.jan, 15.jan, 21.jan, 04.fev, 02.mar, 03.mar, 04.mar, 10.mar, 21.jul, 22.jul, 28.jul, 29.jul, 02.ago, 04.ago, 05.set, 15.set, 27.set, 09.out, 14.out, 31.out, 23.nov, 25.nov, 26.nov, 02.dez, 07.dez, 08.dez, 11.dez, 19.dez. Em 2022: 12.jan, 14.jan, 31.jan, 02.fev, 08.fev, 09.fev, 11.fev, 25.fev, 17.mar, 21.mar, 12.abr, 28.abr, 13.mai, 16.mai, 19.mai, 29.jun, 05.jul, 20.jul, 24.jul, 30.jul, 08.ago, 03.set.

“Eu fui desautorizado pelo Supremo Tribunal Federal [durante a pandemia de Covid-19].”

O STF (Supremo Tribunal Federal) não retirou do Executivo o poder de conduzir ações para controlar a pandemia da Covid-19 no Brasil, como afirma Bolsonaro. A corte entendeu, na verdade, que a União não poderia invadir as competências de municípios, de estados e do Distrito Federal. O presidente não poderia, por exemplo, derrubar medidas de isolamento social colocadas em práticas por prefeitos, mas a União não foi impedida de conduzir outras medidas de combate à Covid-19. “O plenário decidiu, no início da pandemia, em 2020, que União, estados, Distrito Federal e municípios têm competência concorrente na área da saúde pública para realizar ações de mitigação dos impactos do novo coronavírus. Esse entendimento foi reafirmado pelos ministros do STF em diversas ocasiões. Ou seja, conforme as decisões, é responsabilidade de todos os entes da federação adotarem medidas em benefício da população brasileira no que se refere à pandemia”, afirmou a corte em janeiro de 2021. Em entrevista ao Aos Fatos, Cecilia Mello, especialista em direito administrativo e ex-desembargadora do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), explicou que o STF não excluiu a responsabilidade ou a atuação da União no enfrentamento da Covid-19: “Não houve qualquer suspensão de vigência da lei quanto às competências do presidente e dos órgãos federais para o combate à crise, tampouco foram eles eximidos de seus deveres e atribuições.”

REPETIDA 115 VEZES

Em 2020: 10.set, 16.set, 22.set, 08.out, 11.out, 14.out, 19.out, 27.out, 11.nov, 16.nov, 17.nov, 27.nov, 15.dez, 24.dez. Em 2021: 14.jan, 15.jan, 27.jan, 28.jan, 03.fev, 04.fev, 05.fev, 08.fev, 11.fev, 12.fev, 19.fev, 20.fev, 22.fev, 23.fev, 26.fev, 03.mar, 04.mar, 10.mar, 18.mar, 22.mar, 23.mar, 25.mar, 31.mar, 01.abr, 05.abr, 07.abr, 15.abr, 23.abr, 26.abr, 20.mai, 23.mai, 01.jun, 02.jun, 10.jun, 12.jun, 18.jun, 25.jun, 26.jun, 28.jun, 19.jul, 20.jul, 21.jul, 29.jul, 30.jul, 31.jul, 06.ago, 12.ago, 17.ago, 23.ago, 25.ago, 26.ago, 28.ago, 30.ago, 02.set, 10.set, 21.set, 29.set, 30.set, 07.out, 14.out, 21.out, 26.out, 27.out, 07.nov, 11.nov, 25.nov, 02.dez, 07.dez, 09.dez, 17.dez, 27.dez. Em 2022: 02.fev, 28.fev, 07.mar, 12.mar, 08.abr, 11.abr, 12.abr, 16.abr, 28.abr, 05.mai, 12.mai, 13.mai, 17.mai, 01.jul, 24.jul, 02.ago, 05.ago, 03.set, 23.set.

“Eu sempre falei que você deve combater sim o vírus, mas também combater o desemprego em nosso país.”

De fato, Bolsonaro tem destacado desde o início da pandemia, em março de 2020, que haveria dois problemas para o Brasil, um de saúde pública e um econômico, e que os dois deveriam ser tratados simultaneamente. Em levantamento feito nas redes e nas falas do presidente, o Aos Fatos identificou o início de declarações do tipo no dia 15 de março de 2020, data de uma entrevista à CNN Brasil. O presidente, porém, nunca tratou as duas questões com o mesmo peso, já que, desde o início do surto de Covid-19 no Brasil, tem minimizado os efeitos da doença e criticado suas principais formas de prevenção. Em diversas entrevistas e declarações públicas, Bolsonaro relacionou a doença a uma “gripezinha” e chegou a dizer em discurso que o isolamento social seria “conversinha mole” e que as medidas de restrição de circulação seriam para “os fracos”. O presidente também ataca reiteradamente as vacinas, que afirma serem experimentais e não terem comprovação científica. Por todos esses motivos, sua declaração é falsa.

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25.mar.2020

“O desabastecimento já começa a se fazer presente.”

Aos Fatos classificou a declaração como INSUSTENTÁVEL porque não encontrou registros de desabastecimento no país. Na verdade, há até um comunicado que vai contra a declaração do presidente. No dia 17 de março, a Abia (Associação Brasileira da Indústria dos Alimentos) informou que a logística de abastecimento e os estoques de alimentos seguem dentro da normalidade. A associação afirmou ainda que a Abras (Associação Brasileira de Supermercados) garantiu que os supermercados estariam preparados, inclusive, para aumentar o abastecimento, caso seja necessário.

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Tema: Coronavírus, Economia. Origem: Entrevista

25.mar.2020

“Ontem, ouvi o relato das palavras do presidente Trump nos Estados Unidos. Tá numa linha semelhante à minha. Obviamente, é um país bem mais poderoso do que nós, é um país que tem uma cultura diferente, uma educação diferente da nossa. E pelo que tudo indica, ele vai reabrir a partir de hoje os postos de trabalho.”

A declaração de Bolsonaro é FALSA, porque Donald Trump não indicou que pretende reabrir o comércio e demais estabelecimentos do país a partir desta quarta-feira (25). Na verdade, na última terça-feira (24), o presidente dos Estados Unidos disse que gostaria “reabrir” a economia americana até o domingo de Páscoa, que cai no dia 12 de abril. “Nós estamos abrindo esse país incrível. Porque precisamos fazer isso. Eu adoraria fazer isso até a Páscoa”, disse Trump durante evento na Casa Branca. Em entrevista algumas horas mais tarde, Trump ainda ainda destacou que essa possibilidade de reabertura na Semana Santa era apenas uma intenção. “Só faremos isso se for bom”, disse.

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Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

25.mar.2020

“Ele [o presidente americano, Donald Trump] já anunciou via FDA, sua Anvisa de lá, a liberação para alguns casos da cloroquina.”

Bolsonaro se refere ao anúncio de Trump feito no mesmo dia sobre o uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19. A fala do presidente brasileiro, no entanto, é imprecisa, porque não leva em consideração que o medicamento foi aprovado apenas para tratamento experimental, e não totalmente liberado para uso uso. Trump disse que pediu à FDA (Food and Drug Administration, agência de vigilância sanitária americana) que elimine barreiras para dar à população acesso a drogas que possam tratar a infecção pelo novo coronavírus, dentre elas a hidroxicloroquina. O diretor da FDA, Stephen Hahn, disse nesta sexta-feira (20) que a agência tem se empenhado em descobrir, “em meio ao mar de novos tratamentos”, o medicamento correto na dosagem correta para eliminar o vírus. Sobre a hidroxicloroquina, afirmou que "é uma droga que o presidente pediu que observássemos mais de perto para determinar se realmente pode beneficiar pacientes. E, outra vez, queremos fazer isso com o uso de testes clínicos, grandes e pragmáticos testes clínicos para realmente conseguir essa informação”. Em comunicado oficial divulgado sobre o assunto, a FDA informou que os estudos ainda estão “em andamento para determinar a eficácia do uso de cloroquina no tratamento do Covid-19”. O órgão norte-americano também ressaltou que ainda é preciso determinar se o medicamento pode ser usado para tratar pacientes com Covid-19 leve a moderado e entender como ele atua na redução da disseminação viral, o que pode ajudar a impedir a propagação da doença.

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REPETIDA 2 VEZES. Em 2020: 19.mar, 25.mar.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

25.mar.2020

“Essas pessoas [que morreram no Brasil], como você vê nos Estados Unidos, têm uma média de idade na casa dos 80 anos. São pessoas que têm duas outras três doenças pré-existentes.”

Os dados apresentados pelas secretarias de saúde não apresentam a idade nem as comorbidades das pessoas mortas por Covid-19 no Brasil. Como não há dados públicos que possam atestar o que o presidente fala, a sua declaração foi classificada como INSUSTENTÁVEL. No boletim publicado no dia 24 de março pela secretaria de saúde do estado de São Paulo, por exemplo, há apenas a indicação de que ocorreram 40 óbitos. Já no Rio de Janeiro, além dos dados totais de nove óbitos, há a indicação de que "todos os 4 homens e 5 mulheres vítimas de coronavírus no RJ eram idosos ou apresentavam comorbidades, sendo classificados como grupo de risco para a Covid-19".

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Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

25.mar.2020

“Quem tá são o risco é quase zero. O problema é acima dos 60 anos ou quem tem algum problema de saúde.”

Por mais que a OMS enquadre em grupos de risco da Covid-19 apenas pessoas acima dos 60 anos ou com algum comprometimento prévio de saúde, como diabetes, câncer e depressão, é impreciso afirmar que os mais jovens e saudáveis não correm qualquer tipo de risco com a infecção do novo coronavírus. Segundo artigo do CDC (Center for Disease Control) com base em dados dos EUA, 20% dos pacientes com Covid-19 internados estavam na faixa dos 20 aos 44 anos. Segundo o epidemiologista da Universidade de Columbia Stephen Morse, ouvido pelo jornal The New York Times, “não serão apenas os idosos. Haverá pessoas com 20 anos ou mais. Eles precisam ter cuidado, mesmo que pensem que são jovens e saudáveis”.

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Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

25.mar.2020

“Peguei um vídeo agora no Japão, todo mundo na normalidade.”

Ainda que o Japão não tenha adotado medidas tão rigorosas de isolamento social quanto outros países, é IMPRECISO afirmar que tudo corre dentro da normalidade no país. Lá, o transporte público não foi suspenso como ocorreu em outras nações, mas escolas foram fechadas, assim como alguns centros culturais. Também foram cancelados eventos esportivos, e as Olimpíadas de 2020 em Tóquio foram adiadas para 2021. O primeiro-ministro do país, Shinzo Abe, também anunciou que passageiros vindos de locais como Estados Unidos, França, Alemanha, China e Coreia do Sul devem passar por quarentena de duas semanas para evitar que o vírus se espalhe ainda mais. De acordo com dados da OMS (Organização Mundial da Saúde) coletados no dia 26 de março, há atualmente 1.193 casos confirmados de Covid-19 e 43 mortes decorrentes da doença no país.

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Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

25.mar.2020

“Se essa pessoas tivessem pego H1N1, iam morrer também.”

Bolsonaro tenta minimizar o impacto do coronavírus ao comparar sua taxa de mortalidade com a de outras pandemias, como a causada pelo H1N1 em 2009. Por mais que ainda seja cedo para estimar com precisão a taxa de mortalidade da Covid-19, pesquisadores já apontam que ela é maior do que a da H1N1. À época do surto global de 2009, houve 300 mortos associados aos 77 mil primeiros casos, o que leva a uma taxa de mortalidade de 0,4%. Mais tarde, essa taxa se concretizou em números mais baixos, que variavam de 0,01% a 0,08%. No caso da Covid-19, os números giram em torno de 1% até o momento, de acordo com estudos da Universidade de Bern. Pela falta de dados que comprovem o argumento do presidente, a declaração foi considerada INSUSTENTÁVEL.

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Tema: Coronavírus, Saúde. Origem: Entrevista

25.mar.2020

“(...) como na China, na verdade lá começou em novembro, né?”

Não há um consenso sobre qual foi o caso original do novo coronavírus, o chamado paciente zero, mas os dados do governo chinês e de pesquisadores variam entre novembro e dezembro, não entre outubro e novembro. Por isso a declaração do presidente foi considerada imprecisa. De acordo com dados divulgados pelo governo chinês em 13 de março, o paciente zero foi contaminado em 17 de novembro de 2019, conforme publicou o South China Morning Post. A identidade da pessoa não foi informada pelo governo chinês. Foi divulgado apenas que era de um homem de 55 anos da província de Hubei. As autoridades de saúde chinesas, no entanto, só relataram o primeiro caso de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, à OMS (Organização Mundial da Saúde) em 31 de dezembro de 2019. Em uma pesquisa publicada na revista científica sobre medicina The Lancet em janeiro, os pesquisadores apontaram que o primeiro indivíduo a ser positivo foi exposto ao vírus em 1º de dezembro.

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REPETIDA 2 VEZES. Em 2020: 18.mar, 25.mar.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

25.mar.2020

“- Não queremos descaso com a questão da Covid-19. ”

Por mais que afirme não querer descaso com relação à pandemia de Covid-19, Bolsonaro tem dado declarações e tomado atitudes que vão na contramão da declaração. Em diversos momentos, o presidente minimizou o impacto do vírus na saúde pública brasileira e menosprezou recomendações de autoridades como a OMS (Organização Mundial de Saúde) e o próprio Ministério da Saúde. Em entrevista coletiva no dia 20 de março, Bolsonaro classificou a Covid-19 como uma “gripezinha”. No dia seguinte, ele refutou a afirmação do ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, de que haveria um colapso no sistema de saúde brasileiro e manteve seu discurso de que a doença era inofensiva. “E pode ter certeza que para 60% dos brasileiros não será nem uma gripezinha, não será nada, nem tomarão conhecimento.” Em outras ocasiões, Bolsonaro já havia afirmado que a doença, que vitimou até agora cerca de 14 mil pessoas no mundo, seria menos mortal que alguns surtos de gripe. Dados mostram, no entanto, que o coronavírus é mais letal do que a gripe H1N1, cujo surto global ocorreu em 2009. À época, houve 300 mortos associados aos 77 mil primeiros casos, o que leva a uma taxa de mortalidade de 0,4%. Mais tarde, essa taxa se concretizou em números mais baixos, que variavam de 0,01% a 0,08%. No caso da Covid-19, essa taxa de mortalidade gira em torno de 1% até o momento. As ações de Bolsonaro ao longo das últimas semanas também contradizem a sua fala. No dia 15 de março, por exemplo, quando o Ministério da Saúde já havia recomendado o isolamento social para evitar a disseminação do vírus, o presidente apareceu à porta do Palácio do Planalto para cumprimentar apoiadores, que participavam de um ato pró-governo naquele dia. A estimativa é que Bolsonaro tenha mantido contato com cerca de 270 pessoas na ocasião.

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Tema: Coronavírus. Origem: Twitter

24.mar.2020

“... caso fosse contaminado pelo vírus, [eu] não precisaria me preocupar, nada sentiria ou seria, quando muito acometido de uma gripezinha ou resfriadinho...”

O presidente Jair Bolsonaro volta a minimizar os riscos do novo coronavírus e a comparar a enfermidade com uma simples gripe, o que é FALSO, de acordo com estudos existentes. Ainda não é possível atestar a taxa de mortalidade do novo coronavírus, mas cientistas apontam que há uma maior letalidade em comparação à gripe comum. A Universidade de Bern, por exemplo, estimou que o Covid-19 apresenta letalidade de 1,6%. Já a taxa de mortalidade da gripe comum é de 0,1%, conforme mostra o CDC, órgão de prevenção de doenças dos EUA. A gripe H1N1, que teve um surto em 2009, apresentou taxas entre 0,01% a 0,08%. Além disso, já se sabe que o novo coronavírus é mais letal para pessoas com doenças crônicas e idosos, que têm sistema imunológico mais fraco. Um exemplo lastreado por dados é a taxa aproximada de fatalidade do coronavírus em Hubei, na China: nos infectados com idades entre 60 e 69 anos, a taxa de mortalidade chegou a 4,6%. Bolsonaro completou 65 anos no último dia 21 de março.

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Tema: Coronavírus, Família Bolsonaro. Origem: Discurso

24.mar.2020

“90% de nós não teremos qualquer manifestação, caso se contamine.”

Ainda não há dados conclusivos sobre qual a proporção de casos assintomáticos entre os infectados pelo novo coronavírus, por isso a declaração foi classificada como INSUSTENTÁVEL. Contudo, estudos e dados preliminares têm mostrado que, apesar de significativa, a parcela dos casos sem sintomas é menor do que a indicada por Bolsonaro. Uma reportagem do jornal South China Morning Post publicada no domingo (22) afirmou que, de acordo com informações confidenciais das autoridades chinesas, até 30% dos infectados pelo vírus no país pode não ter apresentado sintomas. Epidemiologistas do Japão chegaram a uma porcentagem parecida de casos sem sintomas (30,8%) ao analisar dados de cidadãos japoneses evacuados da China no começo da pandemia. Já um artigo de pesquisadores chineses (ainda não revisado por outros acadêmicos) estima que 59% dos casos de Wuhan, cidade onde a pandemia começou, podem não ter sido detectados. Esse número "potencialmente inclui casos assintomáticos ou com sintomas leves", escrevem. Um número próximo ao que Bolsonaro cita apareceu em um trabalho de pesquisadores dos EUA, Reino Unido e China: analisando casos de 10 a 23 de janeiro na China, eles estimaram que 86% dos infectados não tenham sido detectados. Isso, porém, não significa necessariamente que todos eram assintomáticos – pode indicar, por exemplo, a escassez de testes para a doença na época, como escrevem os próprios cientistas.

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REPETIDA 9 VEZES. Em 2020: 19.mar, 20.mar, 21.mar, 24.mar, 26.mar, 01.abr, 14.dez.

Tema: Coronavírus. Origem: Discurso

24.mar.2020

“[A Itália tem] um clima totalmente diferente do nosso [mais favorável à contaminação].”

Bolsonaro sugere aqui que, por ser predominantemente tropical, o Brasil sofreria menos com a pandemia do novo coronavírus do que a Itália, que tem clima mediterrâneo. Embora estudos preliminares de fato indiquem que o vírus pode demorar mais para se espalhar em ambientes mais quentes, ainda não há um consenso entre pesquisadores sobre essa questão. Na verdade, a curva de contaminação no Brasil, por enquanto, é superior à italiana, mesmo estando entre o verão e o outono. Por isso, a declaração do presidente foi considerada INSUSTENTÁVEL. Um estudo desenvolvido pela universidade chinesa Sun Yat-sen indicou que o Sars-Cov-2 é um vírus “altamente sensível à temperatura” e que tem menor probabilidade de disseminação em climas mais quentes. Isso, no entanto, não o impediria de se espalhar, apenas desaceleraria o processo. Em outro artigo, pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) também indicaram que comunidades localizadas em regiões com médias de temperatura mais altas tinham vantagem significativa no tempo de contaminação da população em comparação com outras que vivem em locais mais frios. Mas isso ainda não é um consenso entre especialistas. De acordo com Mike Ryan, diretor-executivo do programa de emergências em saúde da OMS, pode ser uma falsa esperança considerar que a Covid-19 desaparecerá com a mudança de temperatura, como ocorre todos os anos com a gripe sazonal. “Nós temos que assumir que o vírus continuará com a capacidade de se espalhar”. Também é importante ressaltar que os estudos se baseiam em uma quantidade limitada de dados e mostram, portanto, apenas resultados preliminares. Os artigos também não foram submetidos ao escrutínio de outros pesquisadores para a verificação das metodologias e das estratégias de análise de dados adotadas.

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REPETIDA 4 VEZES. Em 2020: 18.mar, 24.mar, 27.mar, 02.abr.

Tema: Coronavírus. Origem: Discurso

24.mar.2020

“Uma gripezinha ou resfriadinho, como bem disse aquele conhecido médico daquela conhecida televisão.”

Neste trecho, o presidente faz uma referência a Drauzio Varella que, em vídeo publicado em seu canal no YouTube em 30 de janeiro — antes que fosse decretada a pandemia, portanto — afirmou que o novo coronavírus causaria à maioria da população “um resfriadinho de nada”. O que Bolsonaro omite é que o médico já se corrigiu ao menos três vezes, alertando para o isolamento social e para a adoção de medidas de higiene. Logo, por tirar uma informação de contexto, de acordo com a metodologia do Aos Fatos, a fala do presidente é IMPRECISA. O vídeo de janeiro, inclusive, já foi apagado do portal em que Drauzio Varella reúne informações de saúde e um novo foi publicado com atualizações sobre a pandemia. No último sábado (21), o senador Flávio Bolsonaro (sem partido) e o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles compartilharam o vídeo antigo no Twitter sem informar a data. Posteriormente, as publicações foram removidas pela rede social por violarem regras de uso da plataforma e “colocar as pessoas em maior risco de transmitir Covid-19”, segundo informou o Twitter. A falsa alegação disseminada pelo senador e pelo ministro também foi republicada por sites conhecidos pela difusão de desinformação com títulos enganosos, como "Drauzio Varella concordou com Bolsonaro: 'resfriadinho de nada'”. Tais publicações foram checadas como FALSAS por Aos Fatos.

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REPETIDA 8 VEZES. Em 2020: 24.mar, 26.mar, 24.ago. Em 2021: 07.jan, 15.jan, 30.set. Em 2022: 16.out, 25.out.

Tema: Coronavírus. Origem: Discurso

24.mar.2020

“Desde quando resgatamos nossos irmãos em Wuhan, na China, numa operação coordenada pelos Ministérios da Defesa e Relações Exteriores, surgiu para nós o sinal amarelo.”

A declaração de Bolsonaro é CONTRADITÓRIA, porque, dias antes de anunciar no dia 2 de fevereiro o resgate dos brasileiros em quarentena na região de Wuhan, na China, o presidente havia descartado a possibilidade de realizar a operação. Em entrevista coletiva na porta do Palácio do Planalto no dia 31 de janeiro, Bolsonaro afirmou que custava caro um voo até o país asiático. "Na linha, se for fretar um voo, acima de US$ 500 mil o custo. Pode ser pequeno para o tamanho do orçamento brasileiro, mas precisa de aprovação do Congresso". Além do custo da operação, o presidente ressaltou, à época, que não colocaria a vida dos brasileiros em risco, porque, mesmo que organizasse uma quarentena, qualquer ação judicial poderia liberar os quarentenados. “Se lá [na China] temos algumas dezenas de vidas, aqui temos 210 milhões de brasileiros. Então, é uma coisa que tem que ser pensada, conversada antecipadamente com o chefe do Poder Judiciário, conversado com o Parlamento também”. Bolsonaro acabou por mudar de posicionamento alguns dias depois, após os brasileiros em Wuhan gravarem um vídeo lendo uma carta endereçada à Presidência da República e ao Ministério das Relações Exteriores, solicitando ajuda para serem trazidos de volta ao país.

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REPETIDA 3 VEZES. Em 2020: 24.mar, 31.mar. Em 2021: 07.abr.

Tema: Coronavírus. Origem: Discurso

24.mar.2020

“O que se passa no mundo tem mostrado que o grupo de risco é o das pessoas acima dos 60 anos. Então por que fechar escolas?”

Ainda que seja correto que os idosos é que fazem parte de grupo de risco da Covid-19 cientistas e autoridades de saúde consideram que crianças são potenciais disseminadores da doença, uma vez que tendem a apresentar sintomas pouco graves. Logo, a premissa do argumento de Bolsonaro é FALSA, porque o fechamento de escolas pode ajudar a conter a disseminação da doença, inclusive entre os mais velhos. Em entrevista ao New York Times, o pediatra e especialista em doenças infecciosas Bessey Geevarghese, afirma que “mesmo se as crianças estão com sintomas leves, elas servem como reservatórios da infecção e podem passar a doença para adultos, especialmente os idosos”. Isso significa que, ao comparecer à escola, uma criança infectada pode transmitir a doença a colegas, professores e servidores, que, por sua vez, podem infectar outras pessoas, algumas possivelmente integrantes de grupos de risco. A medida de cancelamento das aulas presenciais também atende à recomendação de autoridades de saúde de evitar aglomerações e de manter uma distância segura de ao menos um metro de entre as pessoas. A estratégia foi adotada até agora em mais de 150 países que tiveram casos da doença confirmados, de acordo com levantamento feito pela Unesco. Em entrevista à Vox, o professor de medicina da Universidade de Virginia Steven Zeichner afirma que a medida é necessária para interromper o surto. “Eu acho que estamos no início de um problema [que pode potencialmente] crescer de forma exponencial, e se você quer estar à frente desse problema exponencial, é preciso intervir logo no início”.

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REPETIDA 2 VEZES. Em 2020: 24.mar. Em 2021: 14.jan.

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