“Estamos numa estação tradicionalmente quente, seca e de ventos fortes e que todos os anos, infelizmente, ocorre queimadas na região amazônica. Nos anos mais chuvosos, as queimadas são menos intensas. Em anos mais quentes, como nesse 2019, elas ocorrem com maior frequência.”
A afirmação do presidente é FALSA. Embora seja verdade que o período atual é de estiagem na Amazônia, o que faz com que os incêndios sejam mais comuns nos meses de agosto a outubro, é errado sugerir que o clima esteja por trás do aumento de queimadas na região neste ano. Antes de Bolsonaro, o ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, já havia tentado atribuir o fenômeno a fatores climáticos, mas a hipótese foi refutada pelo Ipam (Instituto de Pesquisa da Amazônia). Em nota técnica, técnicos da organização afirmaram, com base nos dados do CHIRPS (Climate Hazards Group InfraRed Precipitation with Stations), que a umidade na região amazônica é a maior dos últimos três anos e que as queimadas estão sendo causadas pela alta do desmatamento. Segundo eles, os dez municípios amazônicos que mais registraram focos de incêndios foram também os que apresentaram as maiores taxas de corte da floresta. A mesma relação não é observada quando se compara os municípios onde menos choveu. Um cientista da Nasa também concorda que os incêndios têm relação com o desmatamento. Em entrevista à Folha de S.Paulo, Douglas Morton, chefe do Laboratório de Ciências Biosféricas do Centro Goddard de Voo Espacial da Nasa, agência espacial americana, afirmou que o padrão das nuvens de fumaça geradas pelas queimadas indica que elas têm correlação com o corte raso de floresta na região.
REPETIDA 2 VEZES. Em 2019: 23.ago, 24.set.