“Eles [a Ação Popular] resolveram sumir com o pai do [presidente da OAB, Felipe] Santa Cruz. (...) Não foram os militares que mataram ele, não.”
É falso que Fernando Augusto de Santa Cruz, pai do atual presidente da OAB, foi assassinado por membros da APML (Ação Popular Marxista-Leninista). Fernando desapareceu em fevereiro de 1974 e, segundo documentos da CNV (Comissão Nacional da Verdade), foi preso pelo CISA - Centro de Informações da Aeronáutica, enquanto articulava a sua fuga para a Argentina com outros dois membros da APML. Em depoimento à CNV, o ex-delegado Cláudio Guerra cita que o corpo de Fernando Santa Cruz foi incinerado com outros na Usina de Cambahyba, em Campo de Goytacazes, Rio de Janeiro. A CNV, com base em documentos da Aeronáutica, concluiu que Santa Cruz foi preso, torturado e morto. Além disso, a Comissão de Mortos e Desaparecidos do Ministério dos Direitos Humanos emitiu, na semana passada, o atestado de óbito de Fernando. O documento afirma que ele “faleceu provavelmente no dia 23 de fevereiro de 1974, no Rio de Janeiro/RJ, em razão de morte não natural, violenta, causada pelo Estado brasileiro, no contexto da perseguição sistemática e generalizada à população identificada como opositora política ao regime ditatorial de 1964 a 1985".