“A senhora [viúva de Ustra] é um exemplo. A senhora conta, narra fatos. Como os presos, não era preso político não, terroristas, eram tratados lá no Doi-Codi de São Paulo. Tratados com toda a dignidade, inclusive as presas grávidas por parte da senhora.”
Bolsonaro faz referência ao livro "A Verdade Sufocada", do coronel do Exército Carlos Alberto Brilhante Ustra, que chefiou o DOI-Codi (Destacamentos de Operações de Informações - Centros de Operações de Defesa Interna), um dos maiores símbolos da repressão e da tortura durante a ditadura militar, em São Paulo. Diferentemente do que afirma o presidente, os presos políticos não eram tratados com dignidade dentro do prédio. De acordo com o projeto Brasil: Nunca Mais, realizado entre 1979 e 1985 pela Arquidiocese de São Paulo e pelo Conselho Mundial de Igrejas, foram registradas 876 denúncias de tortura entre 1969 e 1977 no local. Desse total, cerca de 350 ocorreram no período em que Ustra chefiou o órgão. Um documento do próprio DOI-Codi paulistano indica que, até 1973, dentre os 5.600 presos políticos que haviam passado pelas dependências do órgão, ao menos 50 teriam sido mortos. A declaração é, portanto, FALSA.