“O senhor ministro Alexandre de Moraes nos deu 24 horas pra apresentar provas. Nós apresentamos provas no tempo exigido por ele, provas contundentes.”
Bolsonaro faz menção à acusação feita na segunda-feira (24) pela chapa dele, ao TSE (Tribunal Superior Eleitoral), sobre uma suposta fraude eleitoral. Segundo o ministro das Comunicações, Fábio Faria, rádios teriam deixado de veicular 154 mil inserções de sua campanha entre os dias 7 e 21 de outubro. A princípio, o ministro Alexandre de Moraes deu prazo de 24 horas para os advogados apresentarem provas das alegações. A chapa enviou ao tribunal arquivos em áudio e em PDF, produzidos pela empresa Audiency Brasil Tecnologia, mostrando uma suposta diferença de apenas 730 inserções entre PT e PL, e não 154 mil. Além disso, a metodologia usada pela empresa não é confiável, uma vez que capta a transmissão das rádios por streaming na internet — meio em que não valem as regras específicas para concessões públicas, como transmissão obrigatória de inserções eleitorais e do programa A Voz do Brasil. Além disso, o documento possui erros e foi questionado pelas próprias rádios, que refutam as conclusões e dizem ter provas em contrário. Aos Fatos transcreveu 11 das 24 horas de áudios da rádio Bispa FM, de Pernambuco, enviados pelos advogados do PL ao TSE. O levantamento mostra que, no período, houve 20 inserções do PT e 21 inserções do partido de Bolsonaro. No relatório do partido, porém, constam todas as 20 inserções do PT e somente 9 do PL. Das 8 rádios listadas na ação, ao menos 6 vieram a público desmentir as conclusões do relatório do partido de Bolsonaro e afirmaram ter gravações que provam que as inserções foram veiculadas de acordo com a lei. Nesta quarta (26), Moraes negou prosseguimento ao pedido da campanha e pediu ao procurador-geral eleitoral, Augusto Aras, que investigue “possível cometimento de crime eleitoral com a finalidade de tumultuar o segundo turno do pleito em sua última semana”.