🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Fevereiro de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Vídeo de eleitora arrependida é de 2020 e sobre governador do Amazonas, não Lula

Por Marco Faustino

15 de fevereiro de 2023, 17h59

Não é atual e nem direcionado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) o desabafo de uma mulher sobre o sentimento de vergonha em razão da escolha política que fez, como fazem crer publicações nas redes. O registro é de maio de 2020, e a opinião foi direcionada ao governador do Amazonas, Wilson Lima (União Brasil), reeleito em 2022. Na época, ele assinou decreto que restringia o comércio, como forma de conter o avanço da pandemia de Covid-19.

Publicações com a atribuição enganosa acumulavam 500 mil visualizações no TikTok, 100 mil no Kwai, além de centenas de compartilhamentos no Facebook nesta quarta-feira (15).


Selo falso

Post sugere que mulher se refere ao presidente Lula ao afirmar que sente vergonha do político em quem votou; crítica, na verdade, foi direcionada ao governador Wilson Lima

Posts nas redes enganam ao difundir um vídeo em que uma mulher, não identificada pelo Aos Fatos, afirma sentir vergonha do político em quem votou, como se o desabafo fosse recente e direcionado ao presidente Lula, o que é falso. O registro original foi publicado em 17 de maio de 2020, pelo Portal CM7, no YouTube, e a fala da mulher é direcionada ao governador amazonense Wilson Lima.

Na ocasião, a mulher e outros moradores do bairro Compensa, em Manaus, criticaram o governador por um decreto que suspendia o funcionamento de setores do comércio em razão da pandemia de Covid-19.

“Ele tinha que dar orgulho pra gente, mas ele não está dando orgulho nem ou não. Ele está envergonhando os amazonense [sic]. Ele tinha que botar um óculos na cara e sair na rua pra ver o que que o povo está fazendo. Não é só ficar dentro de casa comendo picanha não”, disse a mulher. A fala completa pode ser acompanhada a partir de 5m9s (veja abaixo):

Em 13 de maio de 2020, o governador Wilson Lima editou um decreto prorrogando os prazos de suspensão do funcionamento de todos os estabelecimentos comerciais e de serviços não essenciais à recreação e lazer, o que incluía igrejas e academias. Comerciantes e prestadores de serviço autônomo, no entanto, podiam fazer atendimentos em domicílio. Também foi suspenso o transporte terrestre intermunicipal e interestadual, público e privado. A norma determinava ainda o uso obrigatório de máscara.

O governo publicou cinco decretos com medidas de isolamento social no início da pandemia, entre 16 e 31 de março de 2020, que foram prorrogados de 15 em 15 dias, até 1º de junho, quando houve uma reabertura gradual. Em janeiro de 2021, o sistema de saúde amazonense colapsou, quando as unidades de saúde ficaram sem oxigênio para atender pacientes graves infectados pelo vírus.

Referências:

1. YouTube
2. Portal da Transparência do Governo do Amazonas
3. SciELO
4. G1

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