Um vídeo de 2018 de um protesto contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), filmado em frente ao Hotel Sheraton de Porto Alegre (RS), voltou a circular nas redes sociais como se fosse atual (veja aqui). A manifestação ocorreu em 2018, quando o petista foi à capital gaúcha para acompanhar um julgamento do TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região).
O conteúdo enganoso reunia 300 mil visualizações no Kwai e 21 mil compartilhamentos no Facebook nesta segunda-feira (6).
Vídeo mostra protesto contra Lula em frente ao Hotel Sheraton, em Porto Alegre (RS), em junho de 2022
Um protesto contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em frente ao Hotel Sheraton, em Porto Alegre (RS), foi gravado em 2018, e não recentemente, como afirmam postagens nas redes sociais. Por meio de busca reversa, Aos Fatos localizou que o vídeo original foi publicado no canal do site O Antagonista no YouTube, em 23 de janeiro daquele ano.
Na época, Lula foi à cidade para acompanhar o julgamento no TRF-4 (Tribunal Regional Federal da 4ª Região), que confirmou a condenação do petista pelos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no caso do triplex do Guarujá. Ele se hospedou no Hotel Sheraton, no bairro Moinhos de Vento, e manifestantes com bandeiras do Brasil protestaram contra ele em frente ao estabelecimento. Imagens da manifestação também foram registradas pelo Estadão e pelo MBL (Movimento Brasil Livre).
A condenação de Lula foi anulada em março de 2021 pelo STF (Supremo Tribunal Federal) e arquivada por decisão da juíza Pollyanna Alves, da 12ª Vara Federal Criminal em Brasília, em janeiro de 2022. Entre os dias 1° e 2 de junho deste ano, o ex-presidente voltou a Porto Alegre para participar de eventos públicos e encontros partidários. Desta vez, Lula ficou hospedado no hotel Plaza São Rafael e não houve protesto semelhante, conforme informou a sua assessoria.
Origem. O vídeo antigo difundido fora de contexto tem uma marca d’água da plataforma de vídeos Kwai e um nome de usuário. Com esses elementos e com informações do código-fonte da página do vídeo, Aos Fatos verificou que o registro circula desde março como se fosse recente. Na época, a AFP publicou uma checagem semelhante.
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