🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Setembro de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.
Peças omitem que projeto contra abuso infantil revogado pelo governo foi substituído por novo programa
São enganosas as publicações que sugerem que o governo Lula (PT) deixou a região do Marajó (PA) desassistida ao revogar um projeto contra a exploração infantil criado em 2020 pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF), ex-ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos no governo Jair Bolsonaro (PL). As peças de desinformação omitem que a nova gestão revogou o projeto porque lançou uma nova iniciativa, o Cidadania Marajó, que também tem como um de seus objetivos a proteção de crianças e adolescentes.
As alegações enganosas acumulavam mais de 105 mil curtidas no Instagram e centenas de compartilhamentos no Facebook até a tarde desta sexta-feira (8).
Os pedófilos agradecem: Lula revoga projeto de Damares contra abuso infantil no Marajó.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva revogou, na última terça-feira (5), o projeto Abrace Marajó, criado em 2020, durante a gestão Bolsonaro. Desde então, parlamentares e usuários passaram a criticar a medida, alegando que a revogação do programa — que visava combater a exploração sexual de menores — teria deixado a região desassistida. Isso, no entanto, não é verdade.
A revogação do Abrace Marajó já era prevista desde maio, quando o MDH (Ministério dos Direitos Humanos e Cidadania) lançou outro programa, o Cidadania Marajó, com objetivos semelhantes ao projeto do governo anterior. De acordo com a pasta, o novo projeto “terá ênfase no enfrentamento de violações sistemáticas de direitos humanos ocorridas historicamente na região”, incluindo a exploração e o abuso sexual de crianças e adolescentes.
Ainda de acordo com o governo, o Abrace Marajó foi substituído porque seu comitê gestor não contava com participação da sociedade civil e porque foi alvo de denúncias que questionavam sua governança. “O programa foi utilizado para a exploração de riquezas naturais e para atender a interesses estrangeiros, sem benefício ou participação social da população local”, afirmou o Planalto em nota publicada na data da revogação.
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