Pesquisa que indicou que 98% dos eleitores de Bolsonaro não acreditam que ele cometeu crime é de 2023

Por Luiz Fernando Menezes

9 de fevereiro de 2024, 15h35

É de agosto de 2023 e, portanto, realizada em outro contexto, a pesquisa Atlas que apontou que 98% dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL) acreditam que ele não cometeu nenhum crime. O vídeo, que voltou a viralizar nas redes após as operações de busca e apreensão na casa de Bolsonaro e do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), dizia respeito à outra investigação que mira o ex-presidente e que apura se ele desviou itens de alto valor do acervo presidencial quando estava no cargo.

O vídeo descontextualizado acumulava ao menos 12 mil compartilhamentos no Facebook até a tarde desta sexta-feira (9) e também circula em redes de vídeos curtos, como Kwai e TikTok.

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Selo não é bem assim

Reportagem de agosto de 2023 foi publicada no Instagram como se fosse recente

Em meio à Operação Tempus Veritatis, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado por parte de Bolsonaro e membros de seu governo, voltou a circular nas redes sociais um vídeo em que um comentarista da CNN Brasil noticia que uma pesquisa Atlas mediu que 98% dos eleitores do ex-presidente acreditavam que ele não haveria cometido crime algum.

O levantamento citado nas publicações, no entanto, foi divulgado em agosto de 2023: naquela época, Bolsonaro estava sendo acusado de tentar desviar bens de alto valor enquanto era presidente da República. A investigação que teve uma operação deflagrada nesta semana não estava no noticiário e, portanto, o contexto da pesquisa era diferente do atual.

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Um dos questionamentos feitos pela pesquisa foi se os entrevistados acreditavam que Bolsonaro estaria teria cometido algum crime ou erro no caso das joias:

  • 49,1% disseram que sim;
  • 30,8% disseram que não houve nem crime nem erro;
  • 11,4% disseram que houve erro político, mas não crime;
  • E 8,6% disseram que não sabiam ou não quiseram opinar.

O instituto de pesquisa, no entanto, apontou que as respostas foram polarizadas: quem disse que ele havia cometido crime declararam que não votariam nele; já entre os que dizem que não houve crime ou erro, 98% afirmaram que votariam em Bolsonaro.

A investigação sobre as joias ainda não terminou. Relatos divulgados na imprensa dão conta de que a PF aguarda informações do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, que passou a colaborar na apuração em outubro do ano passado. A polícia aguarda dados financeiros para entender como se deu a tentativa de venda dos itens. Bolsonaro nega qualquer irregularidade.

Referências:

1. CNN Brasil
2. g1
3. ICL Notícias

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