É de agosto de 2023 e, portanto, realizada em outro contexto, a pesquisa Atlas que apontou que 98% dos eleitores de Jair Bolsonaro (PL) acreditam que ele não cometeu nenhum crime. O vídeo, que voltou a viralizar nas redes após as operações de busca e apreensão na casa de Bolsonaro e do vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos), dizia respeito à outra investigação que mira o ex-presidente e que apura se ele desviou itens de alto valor do acervo presidencial quando estava no cargo.
O vídeo descontextualizado acumulava ao menos 12 mil compartilhamentos no Facebook até a tarde desta sexta-feira (9) e também circula em redes de vídeos curtos, como Kwai e TikTok.
Em meio à Operação Tempus Veritatis, que investiga uma suposta tentativa de golpe de Estado por parte de Bolsonaro e membros de seu governo, voltou a circular nas redes sociais um vídeo em que um comentarista da CNN Brasil noticia que uma pesquisa Atlas mediu que 98% dos eleitores do ex-presidente acreditavam que ele não haveria cometido crime algum.
O levantamento citado nas publicações, no entanto, foi divulgado em agosto de 2023: naquela época, Bolsonaro estava sendo acusado de tentar desviar bens de alto valor enquanto era presidente da República. A investigação que teve uma operação deflagrada nesta semana não estava no noticiário e, portanto, o contexto da pesquisa era diferente do atual.
Um dos questionamentos feitos pela pesquisa foi se os entrevistados acreditavam que Bolsonaro estaria teria cometido algum crime ou erro no caso das joias:
- 49,1% disseram que sim;
- 30,8% disseram que não houve nem crime nem erro;
- 11,4% disseram que houve erro político, mas não crime;
- E 8,6% disseram que não sabiam ou não quiseram opinar.
O instituto de pesquisa, no entanto, apontou que as respostas foram polarizadas: quem disse que ele havia cometido crime declararam que não votariam nele; já entre os que dizem que não houve crime ou erro, 98% afirmaram que votariam em Bolsonaro.
A investigação sobre as joias ainda não terminou. Relatos divulgados na imprensa dão conta de que a PF aguarda informações do FBI, a polícia federal dos Estados Unidos, que passou a colaborar na apuração em outubro do ano passado. A polícia aguarda dados financeiros para entender como se deu a tentativa de venda dos itens. Bolsonaro nega qualquer irregularidade.