Não é verdade que a Polícia Militar de São Paulo estimou que 3 milhões de pessoas compareceram à avenida Paulista para o ato convocado por Jair Bolsonaro (PL), no último domingo (25). Na realidade, a PM estimou que o evento reuniu 750 mil pessoas.
Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam centenas de compartilhamentos no Facebook nesta quinta-feira (29). As peças enganosas circulam também no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).
SEGUNDO a PM de SÃO PAULO, a AVENIDA PAULISTA estava [em 25/02/24] com AGLOMERAÇÕES em todos os 18 quarteirões e também em RUAS PARALELAS, chegando a quantia estimada de TRÊS (3) MILHÕES de PESSOAS
Posts nas redes enganam ao afirmar que PM de São Paulo estimou em 3 milhões de pessoas o público da manifestação ocorrida na avenida Paulista, no último domingo (25), após convocação do ex-presidente Bolsonaro. Em nota à imprensa, a SSP (Secretaria de Segurança Pública) do governo paulista informou que a Polícia Militar estimou um número que é menos de um terço disso: 750 mil pessoas (600 mil na avenida Paulista e 150 mil em ruas adjacentes).
A SSP afirmou ao jornal O Estado de S. Paulo que a estimativa foi feita por meio de um coeficiente de ocupação com base nas fotos aéreas e “informações das equipes em terra”.
Após o encerramento do evento, a PM e a SSP afirmaram à CNN Brasil que não faziam mais estimativa de público. No entanto, o secretário da pasta, Guilherme Derrite (PL), aliado de Bolsonaro, afirmou no X (ex-Twitter) que o público total que compareceu ao ato tinha sido de 750 mil pessoas. Posteriormente, a SSP informou que a PM fazia a contagem de público para a “alocação de recursos, só não divulgava mais”, e corroborou o número informado por Derrite.
O número de manifestantes na Paulista, no ato convocado por Bolsonaro, se tornou motivo de disputa e desinformação nas redes sociais. O Monitor do Debate Político no Meio Digital, que reúne pesquisadores da USP, calculou o público usando uma metodologia baseada em imagens aéreas e um software treinado para contar cabeças. Informou um número ainda menor: cerca de 185 mil pessoas.
De acordo com os pesquisadores, a metodologia tem um erro percentual médio de 12% para mais ou para menos. Logo, segundo os cálculos, o número máximo dentro da faixa de erro seria de 207,2 mil pessoas.