🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Maio de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.
Posts enganam ao dizer que PF apreendeu celular de Bolsonaro mas não de Adélio
É falso que a Polícia Federal não tenha apreendido e investigado os celulares de Adélio Bispo, autor da facada contra Jair Bolsonaro (PL) em Juiz de Fora (MG), em 2018, como afirmam publicações nas redes. O Judiciário autorizou a quebra do sigilo de quatro aparelhos e um notebook do agressor dois dias após o atentado. E, em 2021, a polícia começou a investigar os celulares dos antigos advogados de Bispo.
Essa peça de desinformação acumula centenas de compartilhamentos no Facebook e curtidas no Instagram nesta sexta-feira (5) e também circula no WhatsApp, plataforma em que não é possível estimar o alcance (fale com a Fátima).
Invadir o celular de um ex-presidente, para saber se ele tomou vacina, PODE. Investigar o celular de um criminoso que tentou assassinar o Presidente, NÃO PODE.
Após a divulgação de que a PF apreendeu o celular de Jair Bolsonaro durante uma operação que investiga fraudes em cartões de vacinação, publicações nas redes têm feito uma comparação enganosa com o caso de Adélio Bispo para sugerir que o ex-presidente estaria sendo injustiçado. As peças, no entanto, trazem duas mentiras:
- O celular de Bispo foi, sim, apreendido e acessado pela PF;
- A investigação que atinge o ex-presidente apura um esquema de falsificação de cartões de vacina de Bolsonaro, familiares e aliados.
No dia 6 de setembro de 2018, Bispo atacou o então candidato à presidência durante um evento eleitoral em Juiz de Fora (MG). No dia 8, o Judiciário autorizou a quebra de sigilo dos quatro aparelhos celulares e do notebook usados pelo agressor. Mais tarde, PF também anunciou que estava rastreando as movimentações bancárias do agressor.
Após o andamento das investigações, a Justiça autorizou também a quebra do sigilo do advogado Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que atuava na defesa de Bispo. Em novembro de 2021, a PF começou a analisar o material apreendido no escritório da defesa. Ainda não há informações sobre conclusões dessa investigação.
Já o aparelho de Bolsonaro foi apreendido na última quarta-feira (3) em meio à Operação Venire, no âmbito do inquérito que investiga as milícias digitais. A PF cumpriu 16 mandados de busca e apreensão em Brasília, incluindo na residência do ex-presidente, e prendeu seis pessoas.
A polícia investiga um esquema de fraude de dados sobre vacinação em documentos do presidente, de sua família e de aliados. De acordo com a PF, o objetivo do grupo era forjar a condição de imunizado contra a Covid-19 para “emitir os respectivos certificados de vacinação e utilizá-los para burlarem as restrições sanitárias vigentes imposta pelos poderes públicos (Brasil e Estados Unidos) destinadas a impedir a propagação de doença contagiosa”.
Referências: