🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Novembro de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Marina Silva não disse que nanomísseis e irregularidades cósmicas são causa de incêndios na Amazônia

Por Marco Faustino

10 de novembro de 2023, 13h10

Não é verdade que a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou que os incêndios na Amazônia são causados por nanomísseis e irregularidades cósmicas, como alegam publicações nas redes. As peças de desinformação que fazem essa alegação tiram de contexto uma fala da ministra durante evento em Manaus. Na ocasião, Silva usava uma metáfora para traçar um paralelo entre as guerras e as mudanças climáticas.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 330 mil visualizações no TikTok e 4.000 curtidas no Instagram até a tarde desta sexta-feira (10).


Selo falso

Marina Silva explica que os incêndios na Amazônia são causados por nanomísseis e irregularidades cósmicas

Vídeo com trecho de Marina Silva no TEDxAmazônia é tirado de contexto para alegar que ministra atribuiu queimadas na Amazônia a nanomisseis na atmosfera

Posts nas redes têm compartilhado fora de contexto um trecho da participação de Marina Silva no TEDxAmazônia em 3 de novembro para alegar que a ministra atribuiu os atuais incêndios que atingem a Amazônia a nanomísseis lançados na atmosfera e irregularidades cósmicas. Na cena difundida pelas peças de desinformação, Silva usava uma metáfora para fazer uma comparação entre as guerras e as mudanças climáticas, e não as queimadas no bioma, provocadas principalmente pela ação humana.

Apesar de o vídeo da palestra não estar mais disponível ao público no canal oficial do TEDxAmazônia, Aos Fatos obteve a gravação completa com a organização do evento. A filmagem mostra que, momentos antes do trecho destacado pelas peças de desinformação, Marina avisa que fará uma metáfora entre conflitos armados e mudanças climáticas. Ela então diz que há uma guerra também no meio ambiente e usa o lançamento de nanomísseis na atmosfera como metáfora para a poluição (veja abaixo):

“Eu vou fazer uma metáfora que pode parecer muito forte, porque nós estamos vivendo sob o efeito de guerras que são devastadoras para vida das pessoas, dos civis, inocentes (...) e nós precisamos entender que o que está acontecendo com a mudança do clima é uma guerra, que às vezes parece imperceptível. É como se estivéssemos lançando nanomísseis o tempo todo na atmosfera, que estão mudando as grandes regularidades cósmicas”, afirmou a ministra.

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Em diversas outras ocasiões, Silva já reiterou que as queimadas na Amazônia são causadas principalmente pela ação humana, tese corroborada por especialistas. Em outubro, a ministra afirmou que o principal vetor dos incêndios é o desmatamento. “O fogo ou é feito propositalmente por criminosos, ou é a transformação da cobertura vegetal para determinados usos e depois o ateamento do fogo”.

Outras causas citadas pela ministra são a grande estiagem provocada pelo fenômeno climático El Niño e o acúmulo de matéria orgânica seca, mais suscetível ao fogo.

O Amazonas é um dos estados do bioma que mais sofre atualmente com as queimadas. Em setembro, foram registrados 6.991 focos de incêndio, segundo maior número para o mês desde 1998, início da série histórica do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais). Encoberta desde agosto pela fumaça, Manaus registrou um pico de fumaça na última segunda-feira (6), quando sensores do Inpe não conseguiram estabelecer a diferença entre as nuvens e a poluição.

Referências:

1. TEDxAmazônia
2. CNN Brasil (Fontes 1 e 2)
3. YouTube
4. Nexo Jornal
5. Inpe
6. G1 (Fontes 1 e 2)

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