Não é verdade que o governo Lula (PT) cortou o Bolsa Família de 5,5 milhões de pessoas, o que representa 30% de todos os beneficiários do programa, como afirmam publicações nas redes. Em maio deste ano, 21,2 milhões de famílias receberam uma parcela do auxílio. Esse número é apenas 1,8% menor do que o registrado em dezembro de 2022, último mês do governo de Jair Bolsonaro (PL), quando 21,6 milhões de famílias foram contempladas com o benefício.
As publicações enganosas têm circulado principalmente no Instagram, plataforma em que acumulam cerca de 4.000 curtidas.
O governo Lul4 cancelou o bolsa família de 5,5 milhões de pessoas, o que corresponde a quase 30% de todos os beneficiados.
São enganosas as publicações que afirmam que o governo Lula teria suspendido o pagamento do Bolsa Família a mais de 5,5 milhões de pessoas, o equivalente a 30% dos beneficiários. Em dezembro de 2022, segundo dados divulgados pelo antigo Ministério da Cidadania, o Auxílio Brasil foi entregue a 21,6 milhões de famílias. Já em maio deste ano, 21,2 milhões de famílias receberam o Bolsa Família. Isso significa que houve uma queda de 1,8%, e não 30%, no número de beneficiados pelo programa entre hoje e o fim do governo Bolsonaro.
As publicações provavelmente distorcem uma estimativa feita pelo ministro do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Wellington Dias (PT), em entrevista à CNN Brasil em março deste ano. Segundo ele, o governo pretende atualizar o CadÚnico (Cadastro Único) para cortar o benefício de cerca de 5,5 milhões de pessoas que possuem cadastro irregular. Auditoria da CGU (Controladoria-Geral da União) na base de dados do governo voltada para programas sociais apontou na última segunda-feira (15) que de fato havia inconsistências no cadastro de 5,5 milhões de pessoas.
Em fevereiro, a pasta também anunciou que 1,5 milhão de beneficiários seriam excluídos do programa no mês seguinte por possuírem renda acima do limite legal previsto, de R$ 218 mensais por pessoa. No mesmo período, no entanto, outras 700 mil novas famílias foram incluídas. Em março, o total de beneficiados chegou a 21,1 milhões.
Outra medida implementada pelo MDS em abril suspendeu o pagamento a 1,2 milhão de indivíduos que se cadastraram como famílias unipessoais no segundo semestre de 2022. A pasta deu um prazo de 60 dias para que essas pessoas atualizem suas informações e provem que se encaixam nos critérios de elegibilidade ao auxílio. Mesmo com as exclusões, o número de beneficiários se manteve em 21,2 milhões, graças à inclusão de novas famílias.