É falso que general prometeu enviar 25 mil soldados para ato convocado por Bolsonaro em SP

Por Marco Faustino

23 de fevereiro de 2024, 14h58

Não é verdade que o general Oliver Stucker, do 20° Batalhão de Suprimentos do Exército em São Paulo, prometeu enviar 25 mil soldados para apoiar o ato convocado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no próximo domingo (25). O Comando Militar do Sudeste não só desmentiu o boato como informou que o general e o batalhão citados pelas peças de desinformação não existem.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 21 mil compartilhamentos no Facebook nesta sexta-feira (23). As peças enganosas circulam também no WhatsApp, plataforma na qual não é possível estimar o alcance dos conteúdos (fale com a Fátima).

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Selo falso

General Oliver Stucker, do 20° Batalhão de Suprimentos do Estado de São Paulo, promete colocar 25 mil soldados na Avenida Paulista no dia 25 de fevereiro

Post que mostra imagem de militar é acompanhado de legenda que afirma que 25 mil soldados serão enviados a São Paulo para participar de ato convocado por Bolsonaro

Em vídeo que circula nas redes, um homem não identificado pelo Aos Fatos mente ao dizer que o general Oliver Stucker, do 20° Batalhão de Suprimentos de São Paulo, prometeu enviar 25 mil soldados não fardados e desarmados para apoiar o ato político convocado por Bolsonaro na avenida Paulista. Em nota, o Comando Militar do Sudeste informou que o general e o batalhão citados pelas peças de desinformação não existem.

Por meio de pesquisa em mecanismos de busca e no Portal da Transparência, Aos Fatos não localizou qualquer servidor do Exército com o nome Oliver Stucker ou com sobrenome com grafia semelhante (Stuckert, por exemplo).

A foto do general que aparece na gravação também não retrata um militar brasileiro. Trata-se de César Milani, ex-comandante do Exército da Argentina. O registro foi feito em 1° de março de 2015, quando Milani compareceu ao Congresso argentino para a cerimônia de abertura do ano legislativo em Buenos Aires, capital do país.

Milani deixou o cargo em junho daquele ano, em meio a investigações sobre sequestro e tortura durante a ditadura argentina. Preso em 2017, ele foi libertado e absolvido de uma das acusações dois anos depois, mas ainda responde a outros processos.

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O ex-presidente Jair Bolsonaro convocou apoiadores para comparecerem à avenida Paulista no próximo domingo (25) para um ato em defesa do Estado Democrático de Direito. A convocação ocorre em meio às investigações da PF sobre um plano de golpe de Estado depois das eleições de 2022, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito para seu terceiro mandato.

Referências:

1. Portal da Transparência (Fontes 1 e 2)
2. O Globo (Fontes 1, 2 e 3)
3. X
4. Agência Brasil

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