É falso que desembargador mandou soltar presos por atos golpistas de 8 de janeiro

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O desembargador Ney Bello, do TRF-1 (Tribunal Regional Federal da 1ª Região), não mandou soltar golpistas presos pelos ataques em Brasília no dia 8 de janeiro, como tem sido disseminado nas redes. Posts tiram de contexto trecho de uma transmissão ao vivo da CNN Brasil feita em 23 de junho de 2022, em que o jornalista Daniel Adjuto anuncia a decisão do magistrado de soltar presos em escândalo de corrupção no Ministério da Educação do governo de Jair Bolsonaro (PL), incluindo o ex-ministro Milton Ribeiro.

Até esta quinta-feira (19), a publicação com o conteúdo enganoso acumulava 483 mil visualizações e 5.000 compartilhamentos no Facebook, ao menos 200 mil visualizações e centenas de compartilhamentos no Kwai e mais de 1 milhão de visualizações e 50 mil curtidas no TikTok.


Selo falso

Desembargador manda soltar imediatamente todos os presos na manifestação

Reprodução de post enganoso que descontextualiza live da CNN Brasil, sobe pedido de soltura de desembargador

Não é recente nem tem relação com as prisões de golpistas envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes, em Brasília, o vídeo em que o jornalista Daniel Adjuto, da CNN Brasil, anuncia ao vivo que o desembargador Ney Bello determinou a soltura de detidos. Publicações nas redes sociais colocam a falsa legenda em trecho que foi ao ar em 23 de junho sobre a decisão do magistrado de liberar os presos pela operação “Acesso Pago” — que investiga escândalo de corrupção e tráfico de influência no Ministério da Educação do governo Bolsonaro —, incluindo o ex-ministro Milton Ribeiro.

O post desinformativo ainda apaga o rodapé do vídeo original, onde está escrito que o desembargador mandou soltar Ribeiro.

Comparativo de imagem original e versão desinformativa que mostra a intenção de anular o contexto da informação
Comparação. Publicação desinformativa retira elementos de identificação do contexto em que a notícia veiculada pela CNN está inserida

Ao cassar a prisão preventiva do ex-ministro e de outros envolvidos no esquema, como pastores, o desembargador argumentou que Ribeiro não integrava mais o governo e que os fatos investigados não eram atuais, pois haviam sido “supostamente cometidos” no começo do ano.

Referências

  1. CNN Brasil
  2. G1

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