🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Maio de 2023. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Reportagem de 2018 sobre aprovação do Congresso para repor calote ao BNDES circula como atual

Por Luiz Fernando Menezes

26 de maio de 2023, 17h52

Não é recente a reportagem da TV Brasil que diz que o Congresso Nacional aprovou a liberação de um crédito adicional de cerca de R$ 1,1 bilhão para arcar com as dívidas de Venezuela e Moçambique com o BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) e o Credit Suisse, como fazem crer publicações nas redes. A realocação de recursos foi aprovada em maio de 2018, durante o governo de Michel Temer (MDB).

O vídeo descontextualizado acumula ao menos 1,1 milhão de visualizações no TikTok e milhares de visualizações no Kwai até a tarde desta sexta-feira (26).


Selo falso

Faz o L. O amor venceu. R$ 1 bilhão. Cadê os petistas?

Reportagem de 2018 circula como se fosse recente para sugerir que congresso liberou R$ 1 bi para pagar dívidas de países estrangeiros

Publicações nas redes sociais têm compartilhado uma reportagem antiga para sugerir que o governo Lula (PT) teria liberado R$ 1 bilhão para pagar as dívidas da Venezuela e de Moçambique, que pegaram empréstimos com o BNDES e um banco suíço. O vídeo original foi veiculado na TV Brasil em maio de 2018.

Os empréstimos dos dois países estrangeiros estavam assegurados pelo FGE (Fundo de Garantia à Exportação), que tinha, na época, R$ 4,5 bilhões de saldo. O governo, no entanto, acreditava que o pagamento da dívida poderia comprometer o déficit da economia estimado naquele ano e, por isso, solicitou ao Congresso Nacional a liberação de cerca de R$ 1,1 bilhão do FAT (Fundo de Amparo ao Trabalhador) para reforçar o caixa do FGE.

O governo, portanto, acabou reduzindo a previsão de gastos com abono salarial e seguro-desemprego para poder cobrir os calotes sem estourar o teto. Segundo a equipe econômica da gestão Temer, no entanto, a realocação não tirou dinheiro dos dois programas sociais: o Orçamento teria acabado prevendo mais gastos do que seriam feitos, então o excesso poderia ser repassado para cobrir as dívidas.

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Venezuela, Moçambique e Cuba deixaram de pagar suas parcelas em janeiro de 2018. Segundo o próprio BNDES, o FGE foi responsável por arcar com US$ 1,04 bilhão em dívidas desses três países.

O Estadão Verifica também publicou uma checagem sobre o assunto.

Referências:

1. Congresso Nacional
2. O Estado de S. Paulo
3. BNDES

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