🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Junho de 2022. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Google remove cem anúncios políticos, mas não informa quais regras foram violadas

Por Ethel Rudnitzki e João Barbosa

30 de junho de 2022, 18h05

O Google removeu cem anúncios políticos veiculados no Brasil por violação de regras da plataforma desde novembro do ano passado. O número representa cerca de 6% dos conteúdos publicitários sobre política, partidos políticos ou candidatos, segundo dados da plataforma divulgados na semana passada.

Não é possível ter acesso aos conteúdos dos anúncios removidos pela plataforma, e a empresa não informa os motivos específicos que levaram às exclusões. É possível saber apenas a segmentação usada e uma estimativa de alcance e custo para cada um deles, além do anunciante responsável. Os dados se referem a peças publicitárias inseridas nos resultados da busca do Google, em vídeos do YouTube ou em sites parceiros da empresa.

O anunciante que sofreu mais punições foi o Progressistas, partido do presidente da Câmara, deputado Arthur Lira (PP-AL), e do ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira. Dos 163 anúncios veiculados pela sigla no Google, 67 (41%) foram removidos por violação de regras. Os vídeos somavam entre 1,4 milhão e 1,7 milhão de impressões.

O Progressistas pagou pelo menos R$ 5,5 mil nos anúncios excluídos, cerca de 19% do total gasto pelo partido com publicidade no Google — não é possível calcular o valor exato porque a empresa informa apenas estimativas. A maioria deles era direcionada a pessoas no Brasil, sem distinção de gênero ou idade. Apenas três foram direcionados exclusivamente para mulheres e outros oito para públicos de estados específicos no Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Dois anúncios banidos também foram exibidos apenas para maiores de 25 anos.

A empresa respondeu ao Aos Fatos que não informa os motivos das remoções e encaminhou links para as políticas do Google Ads, que proíbem desde o anúncio de produtos falsificados ou perigosos, até a promoção de declarações falsas. O Google tem ainda exigências técnicas para os anúncios, que podem levar à remoção em caso de descumprimento.

Informações sobre anúncio do PP removido do Google

Em segundo lugar ficou a produtora revisionista Brasil Paralelo — maior anunciante brasileira de conteúdos políticos na plataforma, segundo reportagem do site Núcleo —, que teve 13 anúncios removidos. Veiculados entre 17 de novembro de 2021 e 4 de junho de 2022, os conteúdos foram vistos entre 133 mil e 163 mil vezes e custaram até R$ 6,5 mil à empresa, menos de 2% do total investido pela anunciante no Google.

A produtora é conhecida por seus filmes e cursos conservadores e de revisionismo histórico, entre eles um vídeo que desinforma sobre a existência de fraude nas eleições de 2014 no Brasil e que circulou durante a campanha de 2018.

Desde o ano passado, para veicular anúncios sobre políticos, partidos ou candidatos a cargos eletivos no Google, é necessário ter um perfil de anunciante verificado pela plataforma.

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