Todas as declarações de Bolsonaro, checadas

10.dez.2020

“Não apontou nada sobre corrupção ainda. Eu sei que é um dever nosso essa questão, mas isso não acontecia no passado. E nós estamos dando exemplo.”

A declaração é FALSA, porque há integrantes do governo que são investigados pela Polícia Federal ou pelo Ministério Público por suspeitas de corrupção e outros delitos ligados à administração pública. Em 14 de outubro deste ano, o então vice-líder do governo no Senado, Chico Rodrigues, foi flagrado com cerca de R$ 30 mil na cueca em operação da PF que apura desvios de recursos públicos destinados ao combate à pandemia de Covid-19 em Roraima. Em fevereiro, a PF abriu inquérito para investigar o chefe da Secretaria de Comunicação Social do governo, Fábio Wajngarten, por suspeita de corrupção passiva, peculato e advocacia administrativa. Ele é sócio da FW Comunicação e Marketing, que tem contratos com emissoras de TV e agências de publicidade que recebem recursos direcionados pela Secom. Bolsonaro também mantém no cargo ministros que são investigados por casos que ocorreram antes de serem nomeados. Ricardo Salles (Meio Ambiente), por exemplo, é investigado pelo MP de São Paulo por suspeita de enriquecimento ilícito entre 2012 e 2017, quando ocupou cargos públicos no governo paulista, e por supostamente pressionar policiais para mudar laudo que era prejudicial à empresa para a qual advogava entre 2014 e 2016. Onyx Lorenzoni (Cidadania), por sua vez, confessou ter recebido R$ 300 mil de caixa dois entre 2012 e 2014 e, em agosto deste ano, fez um acordo com a Procuradoria-Geral da República de pagar multa de R$ 189 mil em troca do arquivamento da investigação. Já Marcelo Álvaro Antônio comandou o Ministério do Turismo até dezembro deste ano, mesmo tendo sido denunciado em 2019 pelo Ministério Público de Minas por suspeita de desvio de verbas públicas nas eleições de 2018 por meio de candidaturas-laranjas no PSL, que era presidido por ele no estado.

Em 1.459 dias como presidente, Bolsonaro deu 6.685 declarações falsas ou distorcidas

Esta base agrega todas as declarações de Bolsonaro feitas a partir do dia de sua posse como presidente. As checagens são feitas pela equipe do Aos Fatos semanalmente.

As três afirmações mais repetidas

“Qual a corrupção no meu governo? Não tem, tem acusações vagas, levianas.”

“Eu fui desautorizado pelo Supremo Tribunal Federal [durante a pandemia de Covid-19].”

“Eu sempre falei que você deve combater sim o vírus, mas também combater o desemprego em nosso país.”

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“Não apontou nada sobre corrupção ainda. Eu sei que é um dever nosso essa questão, mas isso não acontecia no passado. E nós estamos dando exemplo.”

“Estarei mostrando aqui porque não tem corrupção em nosso Governo, porque tomamos medidas preventivas”

“Estamos completando dois anos sem denúncia de corrupção.”

“Uma grande injustiçada sobre a Folha de São Paulo [a ex-assessora Walderice dos Santos]. Mentindo o tempo todo sobre ela.”

“Foi tremendamente injustiçada pela Folha de S.Paulo. E quando ela tava dentro da sua loja, que a Folha fez a matéria, ela tava de férias segundo o boletim administrativo da Câmara dos Deputados. Então a Wal, a Wal lá de Angra dos Reis.”

“E assim sendo, estamos completado dois anos sem nenhuma denúncia de corrupção.”

“Então tá aqui a comprovação de que, quando a Folha teve lá, eu expliquei na época, a Wal estava de férias.”

“Como diz o senador, não existe uma só notícia de corrupção em nosso governo.”

“No meu governo não tem corrupção. ”

“Até hoje, estamos há quase dois anos, zero corrupção [nos ministérios, estatais e bancos oficiais].”

“Dado ao critério de escolha de seus representantes, não temos nesses quase dois anos que se completam, um só ato de corrupção.”

“Não tem corrupção no meu governo. Não tem corrupção.”

“Vocês estão quase há dois anos sem ouvir falar em corrupção no meu governo. O meu governo são os ministros, as estatais e os bancos oficiais.”