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Em 1.459 dias como presidente, Bolsonaro deu 6.685 declarações falsas ou distorcidas

Esta base agrega todas as declarações de Bolsonaro feitas a partir do dia de sua posse como presidente. As checagens são feitas pela equipe do Aos Fatos semanalmente.

Atualizado em 30 de Dezembro, 2022


Número de afirmações sobre




As três afirmações mais repetidas

REPETIDA 249 VEZES

Em 2019: 15.dez, 23.dez, 24.dez, 26.dez. Em 2020: 10.jan, 06.fev, 20.fev, 03.mar, 09.mar, 16.mar, 20.mar, 22.abr, 28.abr, 05.mai, 22.mai, 28.mai, 26.jul, 30.jul, 02.ago, 13.ago, 07.out, 08.out, 11.out, 15.out, 22.out, 29.out, 09.nov, 25.nov, 29.nov, 08.dez, 10.dez, 15.dez, 19.dez, 24.dez, 31.dez. Em 2021: 07.jan, 11.jan, 12.jan, 15.jan, 18.jan, 08.fev, 11.fev, 20.fev, 04.mar, 07.abr, 27.abr, 05.mai, 08.mai, 11.mai, 13.mai, 10.jun, 15.jun, 18.jun, 21.jun, 24.jun, 25.jun, 07.jul, 12.jul, 13.jul, 18.jul, 19.jul, 21.jul, 22.jul, 26.jul, 27.jul, 29.jul, 31.jul, 02.ago, 04.ago, 05.ago, 06.ago, 17.ago, 19.ago, 23.ago, 24.ago, 25.ago, 28.ago, 30.ago, 31.ago, 09.set, 10.set, 15.set, 17.set, 21.set, 23.set, 24.set, 30.set, 09.out, 13.out, 14.out, 18.out, 20.out, 21.out, 24.out, 25.out, 27.out, 07.nov, 09.nov, 10.nov, 19.nov, 22.nov, 23.nov, 25.nov, 26.nov, 02.dez, 07.dez, 09.dez, 10.dez, 15.dez, 19.dez, 27.dez, 30.dez, 31.dez. Em 2022: 06.jan, 12.jan, 20.jan, 31.jan, 02.fev, 07.fev, 09.fev, 10.fev, 11.fev, 12.fev, 16.fev, 18.fev, 21.fev, 23.fev, 24.fev, 25.fev, 28.fev, 04.mar, 07.mar, 16.mar, 21.mar, 22.mar, 23.mar, 27.mar, 04.abr, 08.abr, 11.abr, 12.abr, 15.abr, 05.mai, 12.mai, 30.mai, 02.jun, 08.jun, 15.jun, 18.jun, 24.jun, 09.jul, 23.jul, 24.jul, 27.jul, 30.jul, 22.ago, 24.ago, 03.set, 06.set, 07.set, 11.set, 13.set, 14.set, 16.set, 17.set, 20.set, 24.set, 29.set, 04.out, 12.out, 14.out, 21.out, 23.out, 26.out, 27.out, 28.out.

“Qual a corrupção no meu governo? Não tem, tem acusações vagas, levianas.”

Integrantes e ex-integrantes do governo Bolsonaro são alvos de investigações e denúncias de corrupção e outros delitos ligados à administração pública. Em junho de 2022, a PF (Polícia Federal) prendeu preventivamente o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por suposto envolvimento em um esquema de liberação de verbas na pasta. Ele é investigado por prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência e foi liberado por habeas corpus. Atuais e antigos integrantes do governo também são investigados pela PF ou pelo Ministério Público por suspeita de corrupção, como o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP); Ricardo Salles (PL), ex-titular do Meio Ambiente; o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PL), que comandou o Turismo; e Fabio Wajngarten, que chefiou a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social). Além disso, relatório de junho deste ano da Americas Society/Council of the Americas afirma que as tentativas do presidente de controlar órgãos de investigação e os cortes orçamentários de agências independentes seriam sinais de recuo no combate à corrupção no Brasil.

REPETIDA 139 VEZES

Em 2020: 09.abr, 11.abr, 16.abr, 18.abr, 29.abr, 30.abr, 02.mai, 07.mai, 14.mai, 19.mai, 20.mai, 21.mai, 22.mai, 26.mai, 28.mai, 02.jun, 03.jun, 04.jun, 08.jun, 09.jun, 11.jun, 15.jun, 18.jun, 19.jun, 25.jun, 07.jul, 09.jul, 16.jul, 18.jul, 06.ago, 13.ago, 24.ago, 25.ago, 03.set, 16.set, 22.set, 24.set, 09.out, 19.out, 09.nov, 10.dez, 19.dez, 24.dez, 31.dez. Em 2021: 07.jan, 14.jan, 15.jan, 21.jan, 04.fev, 02.mar, 03.mar, 04.mar, 10.mar, 21.jul, 22.jul, 28.jul, 29.jul, 02.ago, 04.ago, 05.set, 15.set, 27.set, 09.out, 14.out, 31.out, 23.nov, 25.nov, 26.nov, 02.dez, 07.dez, 08.dez, 11.dez, 19.dez. Em 2022: 12.jan, 14.jan, 31.jan, 02.fev, 08.fev, 09.fev, 11.fev, 25.fev, 17.mar, 21.mar, 12.abr, 28.abr, 13.mai, 16.mai, 19.mai, 29.jun, 05.jul, 20.jul, 24.jul, 30.jul, 08.ago, 03.set.

“Eu fui desautorizado pelo Supremo Tribunal Federal [durante a pandemia de Covid-19].”

O STF (Supremo Tribunal Federal) não retirou do Executivo o poder de conduzir ações para controlar a pandemia da Covid-19 no Brasil, como afirma Bolsonaro. A corte entendeu, na verdade, que a União não poderia invadir as competências de municípios, de estados e do Distrito Federal. O presidente não poderia, por exemplo, derrubar medidas de isolamento social colocadas em práticas por prefeitos, mas a União não foi impedida de conduzir outras medidas de combate à Covid-19. “O plenário decidiu, no início da pandemia, em 2020, que União, estados, Distrito Federal e municípios têm competência concorrente na área da saúde pública para realizar ações de mitigação dos impactos do novo coronavírus. Esse entendimento foi reafirmado pelos ministros do STF em diversas ocasiões. Ou seja, conforme as decisões, é responsabilidade de todos os entes da federação adotarem medidas em benefício da população brasileira no que se refere à pandemia”, afirmou a corte em janeiro de 2021. Em entrevista ao Aos Fatos, Cecilia Mello, especialista em direito administrativo e ex-desembargadora do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), explicou que o STF não excluiu a responsabilidade ou a atuação da União no enfrentamento da Covid-19: “Não houve qualquer suspensão de vigência da lei quanto às competências do presidente e dos órgãos federais para o combate à crise, tampouco foram eles eximidos de seus deveres e atribuições.”

REPETIDA 115 VEZES

Em 2020: 10.set, 16.set, 22.set, 08.out, 11.out, 14.out, 19.out, 27.out, 11.nov, 16.nov, 17.nov, 27.nov, 15.dez, 24.dez. Em 2021: 14.jan, 15.jan, 27.jan, 28.jan, 03.fev, 04.fev, 05.fev, 08.fev, 11.fev, 12.fev, 19.fev, 20.fev, 22.fev, 23.fev, 26.fev, 03.mar, 04.mar, 10.mar, 18.mar, 22.mar, 23.mar, 25.mar, 31.mar, 01.abr, 05.abr, 07.abr, 15.abr, 23.abr, 26.abr, 20.mai, 23.mai, 01.jun, 02.jun, 10.jun, 12.jun, 18.jun, 25.jun, 26.jun, 28.jun, 19.jul, 20.jul, 21.jul, 29.jul, 30.jul, 31.jul, 06.ago, 12.ago, 17.ago, 23.ago, 25.ago, 26.ago, 28.ago, 30.ago, 02.set, 10.set, 21.set, 29.set, 30.set, 07.out, 14.out, 21.out, 26.out, 27.out, 07.nov, 11.nov, 25.nov, 02.dez, 07.dez, 09.dez, 17.dez, 27.dez. Em 2022: 02.fev, 28.fev, 07.mar, 12.mar, 08.abr, 11.abr, 12.abr, 16.abr, 28.abr, 05.mai, 12.mai, 13.mai, 17.mai, 01.jul, 24.jul, 02.ago, 05.ago, 03.set, 23.set.

“Eu sempre falei que você deve combater sim o vírus, mas também combater o desemprego em nosso país.”

De fato, Bolsonaro tem destacado desde o início da pandemia, em março de 2020, que haveria dois problemas para o Brasil, um de saúde pública e um econômico, e que os dois deveriam ser tratados simultaneamente. Em levantamento feito nas redes e nas falas do presidente, o Aos Fatos identificou o início de declarações do tipo no dia 15 de março de 2020, data de uma entrevista à CNN Brasil. O presidente, porém, nunca tratou as duas questões com o mesmo peso, já que, desde o início do surto de Covid-19 no Brasil, tem minimizado os efeitos da doença e criticado suas principais formas de prevenção. Em diversas entrevistas e declarações públicas, Bolsonaro relacionou a doença a uma “gripezinha” e chegou a dizer em discurso que o isolamento social seria “conversinha mole” e que as medidas de restrição de circulação seriam para “os fracos”. O presidente também ataca reiteradamente as vacinas, que afirma serem experimentais e não terem comprovação científica. Por todos esses motivos, sua declaração é falsa.

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18.mar.2020

“Isso começou por volta de outubro, novembro do ano passado na China.”

Não há um consenso sobre qual foi o caso original do novo coronavírus, o chamado paciente zero, mas os dados do governo chinês e de pesquisadores variam entre novembro e dezembro, não entre outubro e novembro. Por isso a declaração do presidente foi considerada imprecisa. De acordo com dados divulgados pelo governo chinês em 13 de março, o paciente zero foi contaminado em 17 de novembro de 2019, conforme publicou o South China Morning Post. A identidade da pessoa não foi informada pelo governo chinês. Foi divulgado apenas que era de um homem de 55 anos da província de Hubei. As autoridades de saúde chinesas, no entanto, só relataram o primeiro caso de covid-19, doença causada pelo novo coronavírus, à OMS (Organização Mundial da Saúde) em 31 de dezembro de 2019. Em uma pesquisa publicada na revista científica sobre medicina The Lancet em janeiro, os pesquisadores apontaram que o primeiro indivíduo a ser positivo foi exposto ao vírus em 1º de dezembro.

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REPETIDA 2 VEZES. Em 2020: 18.mar, 25.mar.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

18.mar.2020

“Vários eventos aconteceram nos últimos dias, pré dia 15, inclusive, onde grande concentração de pessoas, as mais altas autoridades do Brasil, se fizeram presentes. Como no lançamento dessa nova TV, a CNN. - Coletiva no dia 18 de março”

Para se defender das críticas que sofreu por ter cumprimentado manifestantes no dia 15 de março, em meio à pandemia do coronavírus, Bolsonaro mencionou a festa de inauguração da CNN Brasil, que ocorreu na Oca do Parque Ibirapuera, em São Paulo, no dia 9 de março. O evento de fato contou com a presença de 1.300 convidados, entre eles políticos como João Doria (PSDB) e Wilson Witzel (PSC). Naquele dia, no entanto, ainda não havia a recomendação do Ministério da Saúde evitar contato social, o que só ocorreu no dia 13 de março quatro dias após o evento da CNN Brasil e dois dias antes dos atos pró-governo. Por isso, a declaração foi classificada como imprecisa. No dia 9 de março, o Brasil registrava 25 casos confirmados de coronavírus e 663 casos suspeitos, e a pasta aconselhava, como método de prevenção, medidas básicas de higiene como lavar as mãos regularmente e cobrir a boca e o nariz com o braço na hora de espirrar. No dia 15, eram 200 confirmados e 1.917 suspeitos. Em nota enviada ao Aos Fatos por email, a CNN Brasil explica que “não havia qualquer recomendação ou restrição para a realização de evento público. Por iniciativa da própria CNN Brasil, colocamos no local do evento, vários pontos de uso de álcool em gel à disposição dos convidados”. Também ressalta que não foram identificados, entre os profissionais da emissora e convidados, suspeitos de terem Covid-19.

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REPETIDA 2 VEZES. Em 2020: 16.mar, 18.mar.

Tema: Coronavírus, Imprensa. Origem: Entrevista

18.mar.2020

“Uma Medida Provisória que trata de recursos na ordem de 6 bilhões de reais, para o combate a o vírus que tem trazido aflições.”

A MP 924/020, editada por Bolsonaro, abriu um crédito extraordinário de R$ 5,1 bilhões de reais para o enfrentamento da Covid-19 no Brasil. Como o valor real liberado pela MP é 15% menor do que o citado pelo presidente, a declaração foi considerada IMPRECISA.

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Tema: Coronavírus, Economia. Origem: Entrevista

18.mar.2020

“Assisti agora há pouco no jornal da TV Globo potencializando esse movimento, divulgando esse movimento do panelaço, bem como a Veja Online. Mas não vi os dois órgãos de imprensa, como deve ter mais com toda a certeza, falando que também corre nas redes sociais, um panelaço às 21h um panelaço a favor do governo Jair Bolsonaro.”

A declaração de Bolsonaro é FALSA, já que o jornal e a revista, na verdade, publicaram apenas uma matéria a respeito das manifestações no dia 18 — o que não poderia configurar divulgação ostensiva, como foi relatado pelo presidente em suas redes. Além disso, a Veja também publicou no mesmo dia a notícia de que o presidente difundia um panelaço pró-governo também para aquela noite, o que desmente a afirmação sobre a omissão da imprensa a respeito do caso.

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Tema: Coronavírus, Imprensa. Origem: Entrevista

18.mar.2020

“Não convoquei ninguém, não existe nenhum áudio, nenhuma imagem minha convocando para o 15 de março de 2020”

Não é verdade que Bolsonaro não fez convocações para os atos pró-governo que ocorreram no dia 15 de março mesmo com a recomendação das autoridades de saúde de evitar aglomerações diante da pandemia do novo coronavírus. Em ao menos três momentos ele convidou a população para os protestos. No fim de fevereiro, a jornalista do jornal O Estado de S. Paulo e BR Político, Vera Magalhães, noticiou que o celular pessoal do presidente foi usado para enviar a aliados mensagens de mensagens de apoio aos atos do dia 15. Em um dos vídeos, lê-se “15 de março. Gen Heleno/Cap Bolsonaro. O Brasil é nosso, não dos políticos de sempre”. Depois de negar a convocação e atacar a jornalista publicamente, Bolsonaro incentivou publicamente a participação nos atos. No dia 7 de março, em discurso em Boa Vista (RR), o presidente disse: "Dia 15 agora tem um movimento de rua espontâneo, um movimento espontâneo. (...) Então participem, não é um movimento contra o Congresso, contra o Judiciário, é um movimento pró-Brasil". No dia 10 de março, a Secom (Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República) também divulgou as manifestações no Twitter.

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REPETIDA 9 VEZES. Em 2020: 11.mar, 15.mar, 16.mar, 18.mar, 20.mar.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

17.mar.2020

“Tem que se levar em conta o todo de como aquela pessoa faleceu. Se fosse uma outra gripe qualquer, poderia ter falecido também.”

A declaração foi classificada como FALSA, porque Bolsonaro desconsidera que todos os estudos preliminares apontam que a Covid-19 tem taxa de mortalidade maior do que a gripe comum, que gira em torno de 0,1% dos infectados, segundo o CDC, órgão de prevenção de doenças dos EUA. Usando dados da China, um grupo de pesquisadores da Universidade de Bern estimou a fatalidade da nova doença em cerca de 1,6%. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 6.610 pessoas morreram em decorrência da infecção pelo coronavírus em todo o mundo até o dia 16 de março, 3,9% do total dos cerca de 168 mil casos registrados. Essa conta, porém, tende a superestimar a mortalidade porque ignora que muitos casos leves da doença provavelmente ainda não foram detectados. O coronavírus também tem se mostrado mais letal do que a gripe H1N1, cujo surto global foi em 2009. À época, houve 300 mortos associados aos 77 mil primeiros casos, o que leva a uma taxa de mortalidade de 0,4%. Mais tarde, essa taxa se concretizou em números muito mais baixos, que variavam de 0,01% a 0,08%. No caso da Covid-19, essa taxa gira em torno de 1%. Já houve, no entanto, outros surtos — causados inclusive por microrganismos da família do coronavírus — que registraram taxas de mortalidade muito mais altas. É o caso do Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que se espalhou pelo mundo em 2002 e teve uma taxa de mortalidade de 10%. Houve, ainda, o Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), que registrou um índice de mortalidade de 34%.

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REPETIDA 5 VEZES. Em 2020: 11.mar, 16.mar, 17.mar, 27.mar, 03.abr.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

17.mar.2020

“- Informo que meu 2° teste para COVID-19 deu NEGATIVO. - Boa noite a todos.”

Apesar de Bolsonaro informar que o seu segundo teste de Covid-19 deu negativo, o presidente não o apresentou o resultado laboratorial. Como a informação não tem como ser confirmada por outro meio, a declaração foi classificada como INSUSTENTÁVEL.

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REPETIDA 6 VEZES. Em 2020: 17.mar, 18.mar, 20.mar, 27.mar.

Tema: Coronavírus, Família Bolsonaro. Origem: Twitter

17.mar.2020

“Tem a segunda morte agora [no Brasil decorrente da Covid-19].”

No dia 17 de março, o Hospital de Icaraí, no Rio de Janeiro, noticiou que um homem de 69 anos morreu com sintomas de Covid-19, mas não houve realização de exame para confirmar a causa da morte. Como o Ministério da Saúde não contabilizou essa segunda morte no boletim diário publicado naquele dia às 19h, a declaração foi considerada IMPRECISA.

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Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

16.mar.2020

“Agora no dia 9 de março houve um grande evento aí em São Paulo na OCA do Parque Ibirapuera, lotação máxima, 1.300 convidados. Presentes aí o presidente da Câmara, o presidente do Senado, os governadores de São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal.”

Bolsonaro se defende de críticas relacionadas ao seu comportamento durante a pandemia do coronavírus mencionando a festa de lançamento da CNN Brasil, que ocorreu na Oca do Parque Ibirapuera, em São Paulo, no dia 9 de março. O evento de fato contou com a presença de 1.300 convidados, entre eles políticos como o governador do estado de São Paulo, João Doria (PSDB). É importante ressaltar, no entanto, que naquele momento ainda não havia a recomendação do Ministério da Saúde de evitar contato social, o que só ocorreu no dia 13 de março, quatro dias depois. Por isso, a declaração foi classificada como imprecisa. No dia 9 de março, o Brasil registrava 25 casos confirmados de coronavírus e 663 casos suspeitos, e a pasta aconselhava, como método de prevenção, medidas básicas de higiene como lavar as mãos regularmente e cobrir a boca e o nariz com o braço na hora de espirrar. Em nota enviada ao Aos Fatos por email, a CNN Brasil explica que “não havia qualquer recomendação ou restrição para a realização de evento público. Por iniciativa da própria CNN Brasil, colocamos no local do evento, vários pontos de uso de álcool em gel à disposição dos convidados”. Também ressalta que não foram identificados, entre os profissionais da emissora e convidados, suspeitos de terem Covid-19.

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REPETIDA 2 VEZES. Em 2020: 16.mar, 18.mar.

Tema: Coronavírus, Imprensa. Origem: Entrevista

16.mar.2020

“Proibiram os cruzeiros de aportar aqui.”

Não é verdade que cruzeiros estejam proibidos de desembarcar no país, como afirma o presidente. Consultado pelo Aos Fatos, o Ministério do Turismo afirmou que “as ações adotadas nos cruzeiros marítimos serão avaliadas caso a caso pelo COE [Comitê de Operações de Emergência, criado para tratar de questões pertinentes ao coronavírus]. Essas medidas visam garantir a segurança dos turistas e trabalhadores embarcados e, também, evitar que mais casos cheguem ao território brasileiro”. Até o momento, a única proibição que ocorreu foi o desembarque de passageiros do cruzeiro canadense Silver Shadow, que atracou em Recife no dia 12 de março. Com um caso suspeito de infecção pelo coronavírus quando chegou à cidade, a embarcação, que transporta cerca de 600 pessoas, foi vistoriada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que enviou uma equipe a bordo para avaliar as suas condições sanitárias. Os passageiros, que chegaram a desembarcar, foram orientados a retornar ao navio até que seja confirmado ou descartado o possível caso de Covid-19. Na última segunda-feira (16), a empresa responsável pela viagem anunciou que iria custear dois aviões que devem levar os passageiros de volta a seus países de origem.

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Tema: Coronavírus, Turismo. Origem: Entrevista

16.mar.2020

“(...) não convoquei o movimento.”

Não é verdade que Bolsonaro não fez convocações para os atos pró-governo que ocorreram no dia 15 de março mesmo com a recomendação das autoridades de saúde de evitar aglomerações diante da pandemia do novo coronavírus. Em ao menos três momentos ele convidou a população para os protestos. No fim de fevereiro, a jornalista do jornal O Estado de S. Paulo e BR Político, Vera Magalhães, noticiou que o celular pessoal do presidente foi usado para enviar a aliados mensagens de mensagens de apoio aos atos do dia 15. Em um dos vídeos, lê-se “15 de março. Gen Heleno/Cap Bolsonaro. O Brasil é nosso, não dos políticos de sempre”. Depois de negar a convocação e atacar a jornalista publicamente, Bolsonaro incentivou publicamente a participação nos atos. No dia 7 de março, em discurso em Boa Vista (RR), o presidente disse: "Dia 15 agora tem um movimento de rua espontâneo, um movimento espontâneo. (...) Então participem, não é um movimento contra o Congresso, contra o Judiciário, é um movimento pró-Brasil". No dia 10 de março, a Secom (Secretaria Especial de Comunicação da Presidência da República) também divulgou as manifestações no Twitter.

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REPETIDA 9 VEZES. Em 2020: 11.mar, 15.mar, 16.mar, 18.mar, 20.mar.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

16.mar.2020

“Eu não convoquei ninguém para as ruas, não fiz nenhum movimento contra o Legislativo e o Judiciário.”

Em sua fala, Bolsonaro faz referência às manifestações pró-governo realizadas no dia 15 de março, mesmo em meio à disseminação do novo coronavírus, e afirma que não pediu o apoio do público aos atos. A declaração, no entanto, é FALSA, já que o presidente convidou a população a participar do movimento publicamente durante discurso feito em Roraima, no dia 7 de março: "dia 15 agora tem um movimento de rua espontâneo, um movimento espontâneo. Um político que tem medo de movimento de rua não serve para ser político. Então participem, não é um movimento contra o Congresso, contra o Judiciário, é um movimento pró-Brasil. É um movimento que quer mostrar para todos nós, presidente, poder Executivo, poder Legislativo, poder Judiciário, que quem dá o norte para o Brasil é a população". Também vale ressaltar que a Secom (Secretaria Especial de Comunicação) divulgou os atos no Twitter oficial do órgão no dia 10 de março.

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REPETIDA 9 VEZES. Em 2020: 11.mar, 15.mar, 16.mar, 18.mar, 20.mar.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

16.mar.2020

“Hoje em dia, o Brasil é um país sem fronteiras. Você não encontra espaço na lei para fechar.”

Ao ser questionado pelo apresentador José Luiz Datena sobre a possibilidade de fechamento das fronteiras brasileiras para conter a disseminação do coronavírus, como fizeram Argentina e Peru, Bolsonaro disse que, de acordo com a Lei de Migração, não poderia tomar essa medida. Mas isso não é verdade. O decreto 9.199/2017, que regulamenta a Lei de Migração, prevê a possibilidade de proibição de entrada no país por questões sanitárias. De acordo com o parágrafo 1º do artigo 164 do texto, “ato do Ministro de Estado da Saúde disporá sobre as medidas sanitárias necessárias para entrada no País, quando couber”. A possibilidade de interrupção do fluxo nas fronteiras também está descrita no mesmo decreto no inciso 14 do artigo 171, quando diz que, após entrevista individual e mediante ato fundamentado, pode-se impedir a entrada da pessoa "que não atenda às recomendações temporárias ou permanentes de emergências em saúde pública de importância nacional definidas pelo Ministério da Saúde”. Isso significa que, com ordem expressa do Ministério da Saúde ou de agências reguladoras como a Anvisa, o fluxo migratório para o país pode ser interrompido em períodos de emergência em saúde.

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REPETIDA 2 VEZES. Em 2020: 16.mar.

Tema: Coronavírus, Justiça. Origem: Entrevista

16.mar.2020

“As pessoas com deficiência (...) podem vir a óbito.”

A declaração de Bolsonaro é FALSA, já que pessoas com deficiência não integram os grupos de risco de infecções graves pela Covid-19. Em nota enviada ao Aos Fatos por email, o Ministério da Saúde afirmou que "As pessoas com sistema imunológico fragilizado estão mais suscetíveis às infecções de modo geral. Apenas apresentar deficiência física não significa estar mais suscetível à infecção pelo coronavírus".

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Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

16.mar.2020

“Até porque com uma gripe outra qualquer leva a óbito.”

O presidente minimizava a gravidade do novo coronavírus argumentando que ele é tão letal quanto uma gripe comum. Mas, ainda que seja cedo para dizer com certeza qual a taxa de mortalidade do novo coronavírus, todos os estudos preliminares já apontam que ela é significativamente maior do que a da gripe comum, que gira em torno de 0,1% dos infectados, segundo o CDC, órgão de prevenção de doenças dos EUA. Por isso, a declaração foi classificada como falsa. Usando dados da China, um grupo de pesquisadores da Universidade de Bern estimou a fatalidade da nova doença em cerca de 1,6%. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 6.610 pessoas morreram em decorrência da infecção pelo coronavírus em todo o mundo até o dia 16 de março, 3,9% do total dos cerca de 168 mil casos registrados. Essa conta, porém, tende a superestimar a mortalidade porque ignora que muitos casos leves da doença provavelmente ainda não foram detectados. O coronavírus também tem se mostrado mais letal do que a gripe H1N1, cujo surto global foi em 2009. À época, houve 300 mortos associados aos 77 mil primeiros casos, o que leva a uma taxa de mortalidade de 0,4%. Mais tarde, essa taxa se concretizou em números muito mais baixos, que variavam de 0,01% a 0,08%. No caso da Covid-19, essa taxa gira em torno de 1%. Já houve, no entanto, outros surtos — causados inclusive por microrganismos da família do coronavírus — que registraram taxas de mortalidade muito mais altas. É o caso do Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que se espalhou pelo mundo em 2002 e teve uma taxa de mortalidade de 10%. Houve, ainda, o Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), que registrou um índice de mortalidade de 34%.

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REPETIDA 5 VEZES. Em 2020: 11.mar, 16.mar, 17.mar, 27.mar, 03.abr.

Tema: Coronavírus, Saúde. Origem: Entrevista

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