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Em 1.459 dias como presidente, Bolsonaro deu 6.685 declarações falsas ou distorcidas

Esta base agrega todas as declarações de Bolsonaro feitas a partir do dia de sua posse como presidente. As checagens são feitas pela equipe do Aos Fatos semanalmente.

Atualizado em 30 de Dezembro, 2022


Número de afirmações sobre




As três afirmações mais repetidas

REPETIDA 249 VEZES

Em 2019: 15.dez, 23.dez, 24.dez, 26.dez. Em 2020: 10.jan, 06.fev, 20.fev, 03.mar, 09.mar, 16.mar, 20.mar, 22.abr, 28.abr, 05.mai, 22.mai, 28.mai, 26.jul, 30.jul, 02.ago, 13.ago, 07.out, 08.out, 11.out, 15.out, 22.out, 29.out, 09.nov, 25.nov, 29.nov, 08.dez, 10.dez, 15.dez, 19.dez, 24.dez, 31.dez. Em 2021: 07.jan, 11.jan, 12.jan, 15.jan, 18.jan, 08.fev, 11.fev, 20.fev, 04.mar, 07.abr, 27.abr, 05.mai, 08.mai, 11.mai, 13.mai, 10.jun, 15.jun, 18.jun, 21.jun, 24.jun, 25.jun, 07.jul, 12.jul, 13.jul, 18.jul, 19.jul, 21.jul, 22.jul, 26.jul, 27.jul, 29.jul, 31.jul, 02.ago, 04.ago, 05.ago, 06.ago, 17.ago, 19.ago, 23.ago, 24.ago, 25.ago, 28.ago, 30.ago, 31.ago, 09.set, 10.set, 15.set, 17.set, 21.set, 23.set, 24.set, 30.set, 09.out, 13.out, 14.out, 18.out, 20.out, 21.out, 24.out, 25.out, 27.out, 07.nov, 09.nov, 10.nov, 19.nov, 22.nov, 23.nov, 25.nov, 26.nov, 02.dez, 07.dez, 09.dez, 10.dez, 15.dez, 19.dez, 27.dez, 30.dez, 31.dez. Em 2022: 06.jan, 12.jan, 20.jan, 31.jan, 02.fev, 07.fev, 09.fev, 10.fev, 11.fev, 12.fev, 16.fev, 18.fev, 21.fev, 23.fev, 24.fev, 25.fev, 28.fev, 04.mar, 07.mar, 16.mar, 21.mar, 22.mar, 23.mar, 27.mar, 04.abr, 08.abr, 11.abr, 12.abr, 15.abr, 05.mai, 12.mai, 30.mai, 02.jun, 08.jun, 15.jun, 18.jun, 24.jun, 09.jul, 23.jul, 24.jul, 27.jul, 30.jul, 22.ago, 24.ago, 03.set, 06.set, 07.set, 11.set, 13.set, 14.set, 16.set, 17.set, 20.set, 24.set, 29.set, 04.out, 12.out, 14.out, 21.out, 23.out, 26.out, 27.out, 28.out.

“Qual a corrupção no meu governo? Não tem, tem acusações vagas, levianas.”

Integrantes e ex-integrantes do governo Bolsonaro são alvos de investigações e denúncias de corrupção e outros delitos ligados à administração pública. Em junho de 2022, a PF (Polícia Federal) prendeu preventivamente o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por suposto envolvimento em um esquema de liberação de verbas na pasta. Ele é investigado por prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência e foi liberado por habeas corpus. Atuais e antigos integrantes do governo também são investigados pela PF ou pelo Ministério Público por suspeita de corrupção, como o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP); Ricardo Salles (PL), ex-titular do Meio Ambiente; o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PL), que comandou o Turismo; e Fabio Wajngarten, que chefiou a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social). Além disso, relatório de junho deste ano da Americas Society/Council of the Americas afirma que as tentativas do presidente de controlar órgãos de investigação e os cortes orçamentários de agências independentes seriam sinais de recuo no combate à corrupção no Brasil.

REPETIDA 139 VEZES

Em 2020: 09.abr, 11.abr, 16.abr, 18.abr, 29.abr, 30.abr, 02.mai, 07.mai, 14.mai, 19.mai, 20.mai, 21.mai, 22.mai, 26.mai, 28.mai, 02.jun, 03.jun, 04.jun, 08.jun, 09.jun, 11.jun, 15.jun, 18.jun, 19.jun, 25.jun, 07.jul, 09.jul, 16.jul, 18.jul, 06.ago, 13.ago, 24.ago, 25.ago, 03.set, 16.set, 22.set, 24.set, 09.out, 19.out, 09.nov, 10.dez, 19.dez, 24.dez, 31.dez. Em 2021: 07.jan, 14.jan, 15.jan, 21.jan, 04.fev, 02.mar, 03.mar, 04.mar, 10.mar, 21.jul, 22.jul, 28.jul, 29.jul, 02.ago, 04.ago, 05.set, 15.set, 27.set, 09.out, 14.out, 31.out, 23.nov, 25.nov, 26.nov, 02.dez, 07.dez, 08.dez, 11.dez, 19.dez. Em 2022: 12.jan, 14.jan, 31.jan, 02.fev, 08.fev, 09.fev, 11.fev, 25.fev, 17.mar, 21.mar, 12.abr, 28.abr, 13.mai, 16.mai, 19.mai, 29.jun, 05.jul, 20.jul, 24.jul, 30.jul, 08.ago, 03.set.

“Eu fui desautorizado pelo Supremo Tribunal Federal [durante a pandemia de Covid-19].”

O STF (Supremo Tribunal Federal) não retirou do Executivo o poder de conduzir ações para controlar a pandemia da Covid-19 no Brasil, como afirma Bolsonaro. A corte entendeu, na verdade, que a União não poderia invadir as competências de municípios, de estados e do Distrito Federal. O presidente não poderia, por exemplo, derrubar medidas de isolamento social colocadas em práticas por prefeitos, mas a União não foi impedida de conduzir outras medidas de combate à Covid-19. “O plenário decidiu, no início da pandemia, em 2020, que União, estados, Distrito Federal e municípios têm competência concorrente na área da saúde pública para realizar ações de mitigação dos impactos do novo coronavírus. Esse entendimento foi reafirmado pelos ministros do STF em diversas ocasiões. Ou seja, conforme as decisões, é responsabilidade de todos os entes da federação adotarem medidas em benefício da população brasileira no que se refere à pandemia”, afirmou a corte em janeiro de 2021. Em entrevista ao Aos Fatos, Cecilia Mello, especialista em direito administrativo e ex-desembargadora do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), explicou que o STF não excluiu a responsabilidade ou a atuação da União no enfrentamento da Covid-19: “Não houve qualquer suspensão de vigência da lei quanto às competências do presidente e dos órgãos federais para o combate à crise, tampouco foram eles eximidos de seus deveres e atribuições.”

REPETIDA 115 VEZES

Em 2020: 10.set, 16.set, 22.set, 08.out, 11.out, 14.out, 19.out, 27.out, 11.nov, 16.nov, 17.nov, 27.nov, 15.dez, 24.dez. Em 2021: 14.jan, 15.jan, 27.jan, 28.jan, 03.fev, 04.fev, 05.fev, 08.fev, 11.fev, 12.fev, 19.fev, 20.fev, 22.fev, 23.fev, 26.fev, 03.mar, 04.mar, 10.mar, 18.mar, 22.mar, 23.mar, 25.mar, 31.mar, 01.abr, 05.abr, 07.abr, 15.abr, 23.abr, 26.abr, 20.mai, 23.mai, 01.jun, 02.jun, 10.jun, 12.jun, 18.jun, 25.jun, 26.jun, 28.jun, 19.jul, 20.jul, 21.jul, 29.jul, 30.jul, 31.jul, 06.ago, 12.ago, 17.ago, 23.ago, 25.ago, 26.ago, 28.ago, 30.ago, 02.set, 10.set, 21.set, 29.set, 30.set, 07.out, 14.out, 21.out, 26.out, 27.out, 07.nov, 11.nov, 25.nov, 02.dez, 07.dez, 09.dez, 17.dez, 27.dez. Em 2022: 02.fev, 28.fev, 07.mar, 12.mar, 08.abr, 11.abr, 12.abr, 16.abr, 28.abr, 05.mai, 12.mai, 13.mai, 17.mai, 01.jul, 24.jul, 02.ago, 05.ago, 03.set, 23.set.

“Eu sempre falei que você deve combater sim o vírus, mas também combater o desemprego em nosso país.”

De fato, Bolsonaro tem destacado desde o início da pandemia, em março de 2020, que haveria dois problemas para o Brasil, um de saúde pública e um econômico, e que os dois deveriam ser tratados simultaneamente. Em levantamento feito nas redes e nas falas do presidente, o Aos Fatos identificou o início de declarações do tipo no dia 15 de março de 2020, data de uma entrevista à CNN Brasil. O presidente, porém, nunca tratou as duas questões com o mesmo peso, já que, desde o início do surto de Covid-19 no Brasil, tem minimizado os efeitos da doença e criticado suas principais formas de prevenção. Em diversas entrevistas e declarações públicas, Bolsonaro relacionou a doença a uma “gripezinha” e chegou a dizer em discurso que o isolamento social seria “conversinha mole” e que as medidas de restrição de circulação seriam para “os fracos”. O presidente também ataca reiteradamente as vacinas, que afirma serem experimentais e não terem comprovação científica. Por todos esses motivos, sua declaração é falsa.

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26.mar.2020

“Se bem, dizem os infectologistas, que essa gripe não é quase nada para 90% da população.”

Ainda não há dados conclusivos sobre qual a proporção de casos assintomáticos entre os infectados pelo novo coronavírus, por isso a declaração foi classificada como INSUSTENTÁVEL. Contudo, estudos e dados preliminares têm mostrado que, apesar de significativa, a parcela dos casos sem sintomas é menor do que a indicada por Bolsonaro. Uma reportagem do jornal South China Morning Post publicada no dia 22 afirmou que, de acordo com informações confidenciais das autoridades chinesas, até 30% dos infectados pelo vírus no país pode não ter apresentado sintomas. Epidemiologistas do Japão chegaram a uma porcentagem parecida de casos sem sintomas (30,8%) ao analisar dados de cidadãos japoneses evacuados da China no começo da pandemia. Já um artigo de pesquisadores chineses (ainda não revisado por outros acadêmicos) estima que 59% dos casos de Wuhan, cidade onde a pandemia começou, podem não ter sido detectados. Esse número "potencialmente inclui casos assintomáticos ou com sintomas leves", escrevem. Um número próximo ao que Bolsonaro cita apareceu em um trabalho de pesquisadores dos EUA, Reino Unido e China: analisando casos de 10 a 23 de janeiro na China, eles estimaram que 86% dos infectados não tenham sido detectados. Isso, porém, não significa necessariamente que todos eram assintomáticos – pode indicar, por exemplo, a escassez de testes para a doença na época, como escrevem os próprios cientistas.

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REPETIDA 9 VEZES. Em 2020: 19.mar, 20.mar, 21.mar, 24.mar, 26.mar, 01.abr, 14.dez.

Tema: Coronavírus. Origem: Discurso

26.mar.2020

“Não vou minimizar a gripe.”

A declaração foi classificada como CONTRADITÓRIA, porque, apesar de dizer que não pretende minimizar a Covid-19, Bolsonaro o faz ao compará-la a uma gripe comum. Tal comparação também se tornou recorrente no discurso do presidente desde o início do surto do novo coronavírus. No entanto, por mais que seja cedo para dizer qual a taxa de mortalidade da doença causada pela Covid-19, todos os estudos preliminares apontam que ela é significativamente maior do que a da gripe, que gira em torno de 0,1% dos infectados, segundo o CDC, órgão de prevenção de doenças dos EUA. Estimativas recentes baseadas em dados da China apontam que a taxa de mortalidade da Covid-19 deve estar em por volta de 1%. Um grupo de pesquisadores da Universidade de Bern, na Suíça, estimou a fatalidade em cerca de 1,6%, enquanto cientistas da LSHTM (London School of Hygiene & Tropical Medicine) calcularam 0,5%.O coronavírus também tem se mostrado mais letal do que a gripe H1N1, cujo surto global foi em 2009. À época, houve 300 mortos associados aos 77 mil primeiros casos, o que leva a uma taxa de mortalidade de 0,4%. Mais tarde, essa taxa se concretizou em números muito mais baixos, que variavam de 0,01% a 0,08%.

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Tema: Coronavírus. Origem: Live

26.mar.2020

“Nessas cidades com poucos habitantes, a chance de contaminação é quase zero.”

Aos Fatos não identificou nenhum estudo que relacione o tamanho das cidades com a taxa de transmissão do novo coronavírus. Em entrevista ao Citylab, o biólogo da Universidade de Oregon Benjamin Dalziel, explicou que o vírus tende a chegar mais rápido em grandes cidades, mas isso não significa que ele não possa chegar rapidamente em locais mais afastados, inclusive zonas rurais. Conforme explica o professor de biologia molecular da John Hopkins University Andy Pekosz, as pessoas que vivem em cidades menores tendem a ir para centros urbanos maiores para trabalho ou para buscar tratamento médico, por exemplo. O que pode afetar a velocidade de transmissão em uma comunidade, no entanto, é a densidade demográfica do local: quanto mais indivíduos no mesmo local, maior é a chance de transmissão.

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Tema: Coronavírus. Origem: Live

26.mar.2020

“Muitos de vocês, pode ter certeza, já se infectaram no passado e não sentiram nada.”

Ainda não há dados conclusivos sobre qual a proporção de casos assintomáticos entre os infectados pelo novo coronavírus, por isso a declaração foi classificada como INSUSTENTÁVEL. Contudo, estudos e dados preliminares têm mostrado que, apesar de significativa, a parcela dos casos sem sintomas é menor do que a indicada por Bolsonaro. Uma reportagem do jornal South China Morning Post publicada no domingo (22) afirmou que, de acordo com informações confidenciais das autoridades chinesas, até 30% dos infectados pelo vírus no país pode não ter apresentado sintomas. Epidemiologistas do Japão chegaram a uma porcentagem parecida de casos sem sintomas (30,8%) ao analisar dados de cidadãos japoneses evacuados da China no começo da pandemia. Já um artigo de pesquisadores chineses (ainda não revisado por outros acadêmicos) estima que 59% dos casos de Wuhan, cidade onde a pandemia começou, podem não ter sido detectados. Esse número "potencialmente inclui casos assintomáticos ou com sintomas leves", escrevem. Um número próximo ao que Bolsonaro cita apareceu em um trabalho de pesquisadores dos EUA, Reino Unido e China: analisando casos de 10 a 23 de janeiro na China, eles estimaram que 86% dos infectados não tenham sido detectados. Isso, porém, não significa necessariamente que todos eram assintomáticos – pode indicar, por exemplo, a escassez de testes para a doença na época, como escrevem os próprios cientistas.

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REPETIDA 9 VEZES. Em 2020: 19.mar, 20.mar, 21.mar, 24.mar, 26.mar, 01.abr, 14.dez.

Tema: Coronavírus. Origem: Live

26.mar.2020

“Passamos para R$ 600 essa ajuda emergencial para três meses para os informais.”

O presidente citou o auxílio mensal de R$ 600 entre as medidas que determinou que fossem tomadas para proteger o emprego e a renda dos brasileiros em meio à pandemia do novo coronavírus. Embora o Congresso tenha aprovado o pagamento por três meses de um auxílio de R$ 600 a trabalhadores informais de baixa renda, é IMPRECISO afirmar que a concessão do benefício nesse valor tenha sido iniciativa do governo federal. O Ministério da Economia havia anunciado, no dia 18 de março, que a ajuda seria de apenas R$ 200. O valor só aumentou depois de negociações com o relator do projeto de lei sobre o assunto, Marcelo Aro (PP-MG), e com o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), que defenderam publicamente o pagamento de R$ 500 por mês. O texto foi aprovado pela Câmara no dia 26 de março e ainda aguarda aprovação do Senado.

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REPETIDA 6 VEZES. Em 2020: 26.mar, 31.mar, 17.abr, 19.mai, 28.mai, 22.jun.

Tema: Coronavírus, Direitos e Assistência Social. Origem: Live

26.mar.2020

“A pessoa medicada corretamente [com a hidroxicloroquina], não tem efeito colateral.”

A declaração é FALSA, porque, diferentemente do que afirma o presidente, a hidroxicloroquina causa, sim, efeitos colaterais, mesmo quando prescrita por um médico. Segundo a bula do medicamento, estão entre as reações comuns (que acometem entre 1% e 10% dos pacientes) e muito comuns (que atingem mais de 10%) dor abdominal, náusea, perda de apetite, mudanças de humor, dores de cabeça, visão borrada, diarreia e vômito e erupções cutâneas. Em entrevista ao Aos Fatos, a médica e professora de infectologia da UnB (Universidade de Brasília) Valéria Paes Lima destacou, ainda, que "a cloroquina tem efeitos colaterais como arritmia e problemas hepáticos".

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REPETIDA 12 VEZES. Em 2020: 26.mar, 07.mai, 16.nov, 02.dez. Em 2021: 12.jan, 15.jan, 04.fev, 22.abr.

Tema: Coronavírus. Origem: Live

26.mar.2020

“Não tô criticando os governadores.”

A declaração é FALSA, porque o presidente tem criticado governadores — principalmente de São Paulo e Rio de Janeiro — desde o início do surto do novo coronavírus no Brasil. Em live no dia 19 de março, Bolsonaro classificou como exageradas as medidas de isolamento social adotadas por alguns governantes — que incluíam a interrupção de atividades do comércio e o fechamento de shoppings, cinemas e outros espaços com possibilidade de gerar aglomerações. "Uns [governadores] fecharam supermercados, outros querendo fechar aeroportos, outros querendo colocar uma barreira entre os estados, fechando academias. A economia tem que funcionar, caso contrário as pessoas vão ficar em casa sem ter com o que se alimentar”, afirmou à época. No dia seguinte, ele repetiu a crítica: "Tem certos governadores que estão tomando medidas extremas. Não compete a eles fechar aeroporto, fechar rodovias. Não compete a eles fechar shopping, feiras dos Nordestinos no Rio de Janeiro. O comércio para, o pessoal não tem o que comer". No dia 21 de março, o presidente ainda subiu o tom. Segundo ele, os estados estavam "extrapolando" e o governador de São Paulo, João Doria, seria um "lunático". "Está fazendo política. Está se aproveitando desse momento para querer crescer politicamente", afirmou Bolsonaro.

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REPETIDA 6 VEZES. Em 2020: 22.mar, 26.mar, 31.mar, 02.abr, 30.abr.

Tema: Coronavírus. Origem: Live

26.mar.2020

“Inclusive, o cara que trabalha na lotérica tem o vidro blindado, não vai passar o vírus ali.”

Bolsonaro não leva em consideração que lotéricas podem ter aglomerações de clientes e que uma das formas de transmissão do coronavírus é por meio do toque de superfícies contaminadas, inclusive notas e moedas, por isso a declaração foi classificada como FALSA . Segundo Luciana Costa, diretora adjunta do Instituto de Microbiologia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), afirmou o Aos Fatos "a pessoa que está contaminada pode depositar nas superfícies gotículas da secreção respiratória, da saliva, e aí outras pessoas que estiverem naquele ambiente tocando nessa superfície, ou muito próxima ali, se tiver algum tipo de aglomeração, isso vai passar de uma pessoa para outra". Além disso, mesmo que ainda não existam estudos sobre a disseminação do Sars-CoV-2 por meio de dinheiro, há artigos que mostram que o vírus pode sobreviver em materiais inanimados por dias. A OMS (Organização Mundial da Saúde) indica que as pessoas lavem as mãos sempre que entrarem em contato com dinheiro, principalmente se forem mexer com alimentos, não só por causa do coronavírus, mas por boas práticas de higiene.

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Tema: Coronavírus. Origem: Live

26.mar.2020

“Nós podemos então gastar acima do teto [por conta do estado de calamidade].”

A declaração de Bolsonaro é FALSA, porque o estado de calamidade pública, previsto na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), permite apenas o descumprimento da meta fiscal estabelecida na LOA (Lei Orçamentária Anual). Essa informação foi inclusive reiterada pela equipe econômica do governo. Em entrevista coletiva no dia 17 de março, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou que o estado de calamidade pública não elimina a necessidade do cumprimento do teto de gastos. Em vigor desde o fim de 2016, o teto de gastos limita por 20 anos o crescimento das despesas federais à inflação oficial medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), com a possibilidade de alterar o indexador após dez anos. A regra, no entanto, permite que gastos extras para combater a Covid-19 sejam pedidos por meio de crédito extraordinário. Esse mecanismo, válido desde 2016, foi pensado para permitir a execução de gastos públicos em situações emergenciais.

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REPETIDA 4 VEZES. Em 2020: 21.mar, 26.mar, 29.mar, 30.abr.

Tema: Coronavírus, Economia. Origem: Live

26.mar.2020

“Resfriadinho pode, né? Foi o Drauzio Varella que falou.”

O presidente faz referência a um vídeo publicado por Drauzio Varella em seu canal no YouTube em 30 de janeiro — antes que fosse decretada a pandemia, portanto — em que o médico afirma que o novo coronavírus causaria à maioria da população “um resfriadinho de nada”. O que Bolsonaro omite é que o médico já se corrigiu ao menos três vezes, alertando para o isolamento social e para a adoção de medidas de higiene. Logo, por tirar uma informação de contexto, de acordo com a metodologia do Aos Fatos, a fala do presidente é IMPRECISA. O vídeo de janeiro, inclusive, já foi apagado do portal em que Drauzio Varella reúne informações de saúde e um novo foi publicado com atualizações sobre a pandemia. No último sábado (21), o senador Flávio Bolsonaro (sem partido) e o ministro do Meio Ambiente Ricardo Salles compartilharam o vídeo antigo no Twitter sem informar a data. Posteriormente, as publicações foram removidas pela rede social por violarem regras de uso da plataforma e “colocar as pessoas em maior risco de transmitir Covid-19”, segundo informou o Twitter. A falsa alegação disseminada pelo senador e pelo ministro também foi republicada por sites conhecidos pela difusão de desinformação com títulos enganosos, como "Drauzio Varella concordou com Bolsonaro: 'resfriadinho de nada'”. Tais publicações foram checadas como FALSAS por Aos Fatos.

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REPETIDA 8 VEZES. Em 2020: 24.mar, 26.mar, 24.ago. Em 2021: 07.jan, 15.jan, 30.set. Em 2022: 16.out, 25.out.

Tema: Coronavírus. Origem: Live

26.mar.2020

“Vem e vai. Para a grande maiora das pessoas, não reflete em nada, o cara nem sabe que tem.”

Ainda não há dados conclusivos sobre qual a proporção de casos assintomáticos entre os infectados pelo novo coronavírus, por isso a declaração foi classificada como INSUSTENTÁVEL. Contudo, estudos e dados preliminares têm mostrado que, apesar de significativa, a parcela dos casos sem sintomas é menor do que a indicada por Bolsonaro. Uma reportagem do jornal South China Morning Post publicada no domingo (22) afirmou que, de acordo com informações confidenciais das autoridades chinesas, até 30% dos infectados pelo vírus no país pode não ter apresentado sintomas. Epidemiologistas do Japão chegaram a uma porcentagem parecida de casos sem sintomas (30,8%) ao analisar dados de cidadãos japoneses evacuados da China no começo da pandemia. Já um artigo de pesquisadores chineses (ainda não revisado por outros acadêmicos) estima que 59% dos casos de Wuhan, cidade onde a pandemia começou, podem não ter sido detectados. Esse número "potencialmente inclui casos assintomáticos ou com sintomas leves", escrevem. Um número próximo ao que Bolsonaro cita apareceu em um trabalho de pesquisadores dos EUA, Reino Unido e China: analisando casos de 10 a 23 de janeiro na China, eles estimaram que 86% dos infectados não tenham sido detectados. Isso, porém, não significa necessariamente que todos eram assintomáticos – pode indicar, por exemplo, a escassez de testes para a doença na época, como escrevem os próprios cientistas.

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REPETIDA 9 VEZES. Em 2020: 19.mar, 20.mar, 21.mar, 24.mar, 26.mar, 01.abr, 14.dez.

Tema: Coronavírus. Origem: Live

26.mar.2020

“Chegaram à catástrofe, prevendo milhares e milhares de mortes, coisa que não aconteceu em nenhum lugar do mundo.”

A declaração de Bolsonaro é FALSA, porque o número de mortes causadas pela Covid-19 já passa de 25 mil no mundo. Na Itália, país com o maior número de casos fatais, 8.215 pessoas morreram até o início da tarde do dia 27 de março, de acordo com dados da Universidade Johns Hopkins. Na Espanha, que ocupa o segundo lugar na lista de fatalidades causadas pela doença, foram registrados 4.858 óbitos. Já na China, epicentro do surto, foram 3.296.

FONTE ORIGEM

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

26.mar.2020

“O problema é de todos nós, não é de briga com governadores e prefeitos.”

A declaração foi considerada CONTRADITÓRIA, porque, apesar de afirmar que o momento pede pela união entre os governos estaduais e federal, o presidente tem feito uma série de críticas a governadores desde o início do surto de Covid-19 no Brasil. Em live no dia 19 de março, Bolsonaro classificou como exageradas as medidas de isolamento social adotadas por alguns governantes — que incluíam a interrupção de atividades do comércio e o fechamento de shoppings, cinemas e outros espaços com possibilidade de gerar aglomerações. "Uns [governadores] fecharam supermercados, outros querendo fechar aeroportos, outros querendo colocar uma barreira entre os estados, fechando academias. A economia tem que funcionar, caso contrário as pessoas vão ficar em casa sem ter com o que se alimentar”, afirmou à época. No dia seguinte, ele repetiu a crítica: "Tem certos governadores que estão tomando medidas extremas. Não compete a eles fechar aeroporto, fechar rodovias. Não compete a eles fechar shopping, feiras dos Nordestinos no Rio de Janeiro. O comércio para, o pessoal não tem o que comer". No dia 21 de março, o presidente ainda subiu o tom. Segundo ele, os estados estavam "extrapolando" e o governador de São Paulo, João Doria, seria um "lunático". "Está fazendo política. Está se aproveitando desse momento para querer crescer politicamente", afirmou Bolsonaro.

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REPETIDA 6 VEZES. Em 2020: 22.mar, 26.mar, 31.mar, 02.abr, 30.abr.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

26.mar.2020

“A hidroxicloroquina tá dando certo.”

Por mais que o presidente já tenha dito em diversas ocasiões que a hidroxicloroquina é eficaz no tratamento da Covid-19, essa afirmação não é amparada por evidências científicas conclusivas. A teoria de que a cloroquina e seus derivados, como a hidroxicloroquina, sejam eficazes no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus é baseada principalmente em um estudo conduzido pelo pesquisador francês Didier Raoult. Em teste realizado com 20 pacientes, foi concluído que o remédio, combinado ao antibiótico azitromicina, ajudou a eliminar a carga viral e a diminuir o tempo de infecção. O estudo, no entanto, foi criticado por uma série de pesquisadores por não usar metodologias adequadas e apresentar conclusões a partir de um número muito pequeno de casos. Também é importante ressaltar que o próprio pesquisador é alvo de críticas da comunidade científica, por já ter questionado teorias consolidadas como a da Evolução e a das mudanças climáticas. Além de o estudo francês, foram realizados outros três testes com medicamentos derivados da cloroquina (sulfato de cloroquina e hidroxicloroquina) in vitro e também em pacientes com Covid-19 na China. Por mais que os resultados sejam positivos, eles ainda são preliminares. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou a pesquisa com a hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19. No entanto, pela falta de evidências conclusivas sobre o medicamento, a declaração de Bolsonaro foi considerada INSUSTENTÁVEL.

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REPETIDA 39 VEZES. Em 2020: 26.mar, 29.mar, 08.abr, 09.abr, 11.abr, 13.mai, 21.mai, 09.ago, 13.ago, 18.ago, 24.ago, 29.ago, 03.set, 16.set, 01.out, 08.out, 19.out, 29.out, 16.nov, 03.dez, 10.dez, 19.dez, 28.dez. Em 2021: 15.jan, 28.jan, 04.fev, 15.abr, 28.abr, 05.mai, 08.mai.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

25.mar.2020

“Até o Mandetta disse que uma empresa que fabrica oxigênio no Brasil não tinha como mandar oxigênio para os hospitais.”

Para criticar as medidas adotadas pelo governador Wilson Witzel de fechamento das divisas, Bolsonaro utiliza um caso contado pelo ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, no dia 20 de março. Bolsonaro, no entanto, cometeu imprecisões na sua citação: na verdade, Mandetta disse que o fechamento das estradas impactou o transporte de insumo para uma fábrica de oxigênio e não para o abastecimento dos hospitais: "O colapso pode acontecer não apenas por causa da saúde. Vi algumas medidas de governadores, fechando estradas, como se o estado vizinho fosse o problema que, de repente, paralisou a produção de oxigênio, que vai o item do qual mais vamos precisar para garantir o sistema".

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Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

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