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Em 1.459 dias como presidente, Bolsonaro deu 6.685 declarações falsas ou distorcidas

Esta base agrega todas as declarações de Bolsonaro feitas a partir do dia de sua posse como presidente. As checagens são feitas pela equipe do Aos Fatos semanalmente.

Atualizado em 30 de Dezembro, 2022


Número de afirmações sobre




As três afirmações mais repetidas

REPETIDA 249 VEZES

Em 2019: 15.dez, 23.dez, 24.dez, 26.dez. Em 2020: 10.jan, 06.fev, 20.fev, 03.mar, 09.mar, 16.mar, 20.mar, 22.abr, 28.abr, 05.mai, 22.mai, 28.mai, 26.jul, 30.jul, 02.ago, 13.ago, 07.out, 08.out, 11.out, 15.out, 22.out, 29.out, 09.nov, 25.nov, 29.nov, 08.dez, 10.dez, 15.dez, 19.dez, 24.dez, 31.dez. Em 2021: 07.jan, 11.jan, 12.jan, 15.jan, 18.jan, 08.fev, 11.fev, 20.fev, 04.mar, 07.abr, 27.abr, 05.mai, 08.mai, 11.mai, 13.mai, 10.jun, 15.jun, 18.jun, 21.jun, 24.jun, 25.jun, 07.jul, 12.jul, 13.jul, 18.jul, 19.jul, 21.jul, 22.jul, 26.jul, 27.jul, 29.jul, 31.jul, 02.ago, 04.ago, 05.ago, 06.ago, 17.ago, 19.ago, 23.ago, 24.ago, 25.ago, 28.ago, 30.ago, 31.ago, 09.set, 10.set, 15.set, 17.set, 21.set, 23.set, 24.set, 30.set, 09.out, 13.out, 14.out, 18.out, 20.out, 21.out, 24.out, 25.out, 27.out, 07.nov, 09.nov, 10.nov, 19.nov, 22.nov, 23.nov, 25.nov, 26.nov, 02.dez, 07.dez, 09.dez, 10.dez, 15.dez, 19.dez, 27.dez, 30.dez, 31.dez. Em 2022: 06.jan, 12.jan, 20.jan, 31.jan, 02.fev, 07.fev, 09.fev, 10.fev, 11.fev, 12.fev, 16.fev, 18.fev, 21.fev, 23.fev, 24.fev, 25.fev, 28.fev, 04.mar, 07.mar, 16.mar, 21.mar, 22.mar, 23.mar, 27.mar, 04.abr, 08.abr, 11.abr, 12.abr, 15.abr, 05.mai, 12.mai, 30.mai, 02.jun, 08.jun, 15.jun, 18.jun, 24.jun, 09.jul, 23.jul, 24.jul, 27.jul, 30.jul, 22.ago, 24.ago, 03.set, 06.set, 07.set, 11.set, 13.set, 14.set, 16.set, 17.set, 20.set, 24.set, 29.set, 04.out, 12.out, 14.out, 21.out, 23.out, 26.out, 27.out, 28.out.

“Qual a corrupção no meu governo? Não tem, tem acusações vagas, levianas.”

Integrantes e ex-integrantes do governo Bolsonaro são alvos de investigações e denúncias de corrupção e outros delitos ligados à administração pública. Em junho de 2022, a PF (Polícia Federal) prendeu preventivamente o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro por suposto envolvimento em um esquema de liberação de verbas na pasta. Ele é investigado por prevaricação, advocacia administrativa e tráfico de influência e foi liberado por habeas corpus. Atuais e antigos integrantes do governo também são investigados pela PF ou pelo Ministério Público por suspeita de corrupção, como o ministro-chefe da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP); Ricardo Salles (PL), ex-titular do Meio Ambiente; o deputado federal Marcelo Álvaro Antônio (PL), que comandou o Turismo; e Fabio Wajngarten, que chefiou a Secom (Secretaria Especial de Comunicação Social). Além disso, relatório de junho deste ano da Americas Society/Council of the Americas afirma que as tentativas do presidente de controlar órgãos de investigação e os cortes orçamentários de agências independentes seriam sinais de recuo no combate à corrupção no Brasil.

REPETIDA 139 VEZES

Em 2020: 09.abr, 11.abr, 16.abr, 18.abr, 29.abr, 30.abr, 02.mai, 07.mai, 14.mai, 19.mai, 20.mai, 21.mai, 22.mai, 26.mai, 28.mai, 02.jun, 03.jun, 04.jun, 08.jun, 09.jun, 11.jun, 15.jun, 18.jun, 19.jun, 25.jun, 07.jul, 09.jul, 16.jul, 18.jul, 06.ago, 13.ago, 24.ago, 25.ago, 03.set, 16.set, 22.set, 24.set, 09.out, 19.out, 09.nov, 10.dez, 19.dez, 24.dez, 31.dez. Em 2021: 07.jan, 14.jan, 15.jan, 21.jan, 04.fev, 02.mar, 03.mar, 04.mar, 10.mar, 21.jul, 22.jul, 28.jul, 29.jul, 02.ago, 04.ago, 05.set, 15.set, 27.set, 09.out, 14.out, 31.out, 23.nov, 25.nov, 26.nov, 02.dez, 07.dez, 08.dez, 11.dez, 19.dez. Em 2022: 12.jan, 14.jan, 31.jan, 02.fev, 08.fev, 09.fev, 11.fev, 25.fev, 17.mar, 21.mar, 12.abr, 28.abr, 13.mai, 16.mai, 19.mai, 29.jun, 05.jul, 20.jul, 24.jul, 30.jul, 08.ago, 03.set.

“Eu fui desautorizado pelo Supremo Tribunal Federal [durante a pandemia de Covid-19].”

O STF (Supremo Tribunal Federal) não retirou do Executivo o poder de conduzir ações para controlar a pandemia da Covid-19 no Brasil, como afirma Bolsonaro. A corte entendeu, na verdade, que a União não poderia invadir as competências de municípios, de estados e do Distrito Federal. O presidente não poderia, por exemplo, derrubar medidas de isolamento social colocadas em práticas por prefeitos, mas a União não foi impedida de conduzir outras medidas de combate à Covid-19. “O plenário decidiu, no início da pandemia, em 2020, que União, estados, Distrito Federal e municípios têm competência concorrente na área da saúde pública para realizar ações de mitigação dos impactos do novo coronavírus. Esse entendimento foi reafirmado pelos ministros do STF em diversas ocasiões. Ou seja, conforme as decisões, é responsabilidade de todos os entes da federação adotarem medidas em benefício da população brasileira no que se refere à pandemia”, afirmou a corte em janeiro de 2021. Em entrevista ao Aos Fatos, Cecilia Mello, especialista em direito administrativo e ex-desembargadora do TRF3 (Tribunal Regional Federal da 3ª Região), explicou que o STF não excluiu a responsabilidade ou a atuação da União no enfrentamento da Covid-19: “Não houve qualquer suspensão de vigência da lei quanto às competências do presidente e dos órgãos federais para o combate à crise, tampouco foram eles eximidos de seus deveres e atribuições.”

REPETIDA 115 VEZES

Em 2020: 10.set, 16.set, 22.set, 08.out, 11.out, 14.out, 19.out, 27.out, 11.nov, 16.nov, 17.nov, 27.nov, 15.dez, 24.dez. Em 2021: 14.jan, 15.jan, 27.jan, 28.jan, 03.fev, 04.fev, 05.fev, 08.fev, 11.fev, 12.fev, 19.fev, 20.fev, 22.fev, 23.fev, 26.fev, 03.mar, 04.mar, 10.mar, 18.mar, 22.mar, 23.mar, 25.mar, 31.mar, 01.abr, 05.abr, 07.abr, 15.abr, 23.abr, 26.abr, 20.mai, 23.mai, 01.jun, 02.jun, 10.jun, 12.jun, 18.jun, 25.jun, 26.jun, 28.jun, 19.jul, 20.jul, 21.jul, 29.jul, 30.jul, 31.jul, 06.ago, 12.ago, 17.ago, 23.ago, 25.ago, 26.ago, 28.ago, 30.ago, 02.set, 10.set, 21.set, 29.set, 30.set, 07.out, 14.out, 21.out, 26.out, 27.out, 07.nov, 11.nov, 25.nov, 02.dez, 07.dez, 09.dez, 17.dez, 27.dez. Em 2022: 02.fev, 28.fev, 07.mar, 12.mar, 08.abr, 11.abr, 12.abr, 16.abr, 28.abr, 05.mai, 12.mai, 13.mai, 17.mai, 01.jul, 24.jul, 02.ago, 05.ago, 03.set, 23.set.

“Eu sempre falei que você deve combater sim o vírus, mas também combater o desemprego em nosso país.”

De fato, Bolsonaro tem destacado desde o início da pandemia, em março de 2020, que haveria dois problemas para o Brasil, um de saúde pública e um econômico, e que os dois deveriam ser tratados simultaneamente. Em levantamento feito nas redes e nas falas do presidente, o Aos Fatos identificou o início de declarações do tipo no dia 15 de março de 2020, data de uma entrevista à CNN Brasil. O presidente, porém, nunca tratou as duas questões com o mesmo peso, já que, desde o início do surto de Covid-19 no Brasil, tem minimizado os efeitos da doença e criticado suas principais formas de prevenção. Em diversas entrevistas e declarações públicas, Bolsonaro relacionou a doença a uma “gripezinha” e chegou a dizer em discurso que o isolamento social seria “conversinha mole” e que as medidas de restrição de circulação seriam para “os fracos”. O presidente também ataca reiteradamente as vacinas, que afirma serem experimentais e não terem comprovação científica. Por todos esses motivos, sua declaração é falsa.

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29.mar.2020

“Vi na praia do Rio também, um senhor que foi jogado algemado ao chão porque tava na praia. ”

Bolsonaro faz referência à detenção do coronel reformado da FAB (Força Aérea Brasileira) Euro Brasilico em praia no Rio de Janeiro no dia 24 de março. O presidente omite, no entanto, que Brasilico foi algemado e levado à delegacia por, além de desobedecer à ordem dos policiais militares para que se retirasse da praia, ter agredido um dos agentes na cabeça. Durante a abordagem, ele também atacou verbalmente os policiais. Encaminhado à 14ª DP, o militar teve seu caso registrado como desacato, desobediência e resistência.

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Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

29.mar.2020

“Aquele remédio, a hidroxicloroquina, tá dando certo em tudo quanto é lugar.”

Por mais que o presidente já tenha dito em diversas ocasiões que a hidroxicloroquina é eficaz no tratamento da Covid-19, essa afirmação não é amparada por evidências científicas conclusivas. A teoria de que a cloroquina e seus derivados, como a hidroxicloroquina, sejam eficazes no tratamento da doença causada pelo novo coronavírus é baseada principalmente em um estudo conduzido pelo pesquisador francês Didier Raoult. Em teste realizado com 20 pacientes, foi concluído que o remédio, combinado ao antibiótico azitromicina, ajudou a eliminar a carga viral e a diminuir o tempo de infecção. O estudo, no entanto, foi criticado por uma série de pesquisadores por não usar metodologias adequadas e apresentar conclusões a partir de um número muito pequeno de casos. Também é importante ressaltar que o próprio pesquisador é alvo de críticas da comunidade científica, por já ter questionado teorias consolidadas como a da Evolução e a das mudanças climáticas. Além de o estudo francês, foram realizados outros três testes com medicamentos derivados da cloroquina (sulfato de cloroquina e hidroxicloroquina) in vitro e também em pacientes com Covid-19 na China. Por mais que os resultados sejam positivos, eles ainda são preliminares. No Brasil, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) liberou a pesquisa com a hidroxicloroquina para o tratamento da Covid-19. No entanto, pela falta de evidências conclusivas sobre o medicamento, a declaração de Bolsonaro foi considerada INSUSTENTÁVEL.

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REPETIDA 39 VEZES. Em 2020: 26.mar, 29.mar, 08.abr, 09.abr, 11.abr, 13.mai, 21.mai, 09.ago, 13.ago, 18.ago, 24.ago, 29.ago, 03.set, 16.set, 01.out, 08.out, 19.out, 29.out, 16.nov, 03.dez, 10.dez, 19.dez, 28.dez. Em 2021: 15.jan, 28.jan, 04.fev, 15.abr, 28.abr, 05.mai, 08.mai.

Tema: Coronavírus. Origem: Discurso

29.mar.2020

“O país só fica isento dela [Covid-19], imune, depois de 60%, 70% for infectado. ”

A declaração foi considerada INSUSTENTÁVEL, já que não há evidências conclusivas de que 70% da população deve ser infectada com a Covid-19, como afirma o presidente. Em entrevista à rede americana de televisão CBS, o epidemiologista da Universidade de Harvard Marc Lipsitch afirmou que projeções indicam que entre 40% e 70% da população adulta dos Estados Unidos possa contrair a doença ao longo dos meses de surto e que cerca de 1% desse grupo pode ter sintomas graves que levem à morte. O próprio pesquisador, no entanto, ressalta que se trata de uma projeção matemática. "Essa é uma projeção, então saberemos se está correta ou não na medida em que as coisas progredirem. Foi a melhor estimativa que consegui fazer me baseando em uma combinação de modelos matemáticos que usamos para acompanhar e prever epidemias". Estimativas alemãs também indicam que cerca de 70% da população do país possa ser infectada. Não há, no entanto, como determinar se os números estão corretos ou se aplicam à realidade de todos os países. Também não há ainda estudos conclusivos que afirmem que pessoas que já foram infectadas e curadas se tornam imunes à Covid-19.

FONTE ORIGEM

REPETIDA 35 VEZES. Em 2020: 26.mar, 29.mar, 02.abr, 03.abr, 09.abr, 16.abr, 20.abr, 23.abr, 28.abr, 30.abr, 07.mai, 11.mai, 14.mai, 19.mai, 21.mai, 22.mai, 01.jun, 09.jun, 25.jun, 16.jul.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

29.mar.2020

“Tive um estudo agora que veio de uma entidade francesa, vi num hospital renomado aqui do Brasil, a questão da cloroquina, hidroxicloroquina, já é uma realidade. Nesse estudo feito com pacientes, de 80, 78 foram curados.”

Bolsonaro provavelmente faz menção a um estudo conduzido pelo pesquisador francês Didier Raoult com 36, não 80 pacientes, que concluiu que a hidroxicloroquina, combinada ao antibiótico azitromicina, ajudou a eliminar a carga viral e a diminuir o tempo de infecção. O estudo, no entanto, foi criticado por uma série de pesquisadores por não usar metodologias adequadas — os testes não foram randomizados, o que significa que pacientes sabiam estar usando o medicamento — e apresentar conclusões a partir de um número muito pequeno de casos. Também é importante ressaltar que o próprio pesquisador é alvo de críticas da comunidade científica, por já ter questionado teorias consolidadas como a da Evolução e a das mudanças climáticas. Dada à série de problemas metodológicos da pesquisa, a declaração foi considerada INSUSTENTÁVEL.

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REPETIDA 39 VEZES. Em 2020: 26.mar, 29.mar, 08.abr, 09.abr, 11.abr, 13.mai, 21.mai, 09.ago, 13.ago, 18.ago, 24.ago, 29.ago, 03.set, 16.set, 01.out, 08.out, 19.out, 29.out, 16.nov, 03.dez, 10.dez, 19.dez, 28.dez. Em 2021: 15.jan, 28.jan, 04.fev, 15.abr, 28.abr, 05.mai, 08.mai.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

29.mar.2020

“Nós pegamos a autorização do Congresso para furar o teto.”

A declaração de Bolsonaro é FALSA, porque, apesar de ter sido decretado o estado de calamidade pública em decorrência da pandemia novo coronavírus, ele não permite que os gastos do governo ultrapassem o teto estabelecido. Previsto na LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), o estado de calamidade permite apenas o descumprimento da meta fiscal estabelecida na LOA (Lei Orçamentária Anual). Essa informação foi inclusive reiterada pela equipe econômica do governo. Em entrevista coletiva no dia 17 de março, o secretário especial de Fazenda, Waldery Rodrigues, afirmou que o estado de calamidade pública não elimina a necessidade do cumprimento do teto de gastos. Em vigor desde o fim de 2016, o teto de gastos limita por 20 anos o crescimento das despesas federais à inflação oficial medida pelo IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), com a possibilidade de alterar o indexador após dez anos. A regra, no entanto, permite que gastos extras para combater a Covid-19 sejam pedidos por meio de crédito extraordinário. Esse mecanismo, válido desde 2016, foi pensado para permitir a execução de gastos públicos em situações emergenciais.

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REPETIDA 4 VEZES. Em 2020: 21.mar, 26.mar, 29.mar, 30.abr.

Tema: Congresso, Coronavírus. Origem: Entrevista

27.mar.2020

“A maioria das mortes [na Itália] não tem nada a ver com coronavírus.”

A declaração de Bolsonaro é INSUSTENTÁVEL, porque não há evidências de que a Itália esteja falsificando os dados de mortalidade sobre o novo coronavírus, ou que os números estejam distorcidos de alguma forma. O presidente também não apresentou nenhuma prova que sustente sua declaração. No dia 27 de março, dados do país indicaram que 919 pessoas morreram de Covid-19 em um único dia naquele país. De acordo com um artigo da Live Science, as altas taxas de mortalidade na Itália — que giram em torno de 10% — podem ser explicadas por fatores como o grande número de idosos (23% da população tem 65 anos ou mais) e a alta demanda por atendimento médico, que leva a um colapso do sistema de saúde e impede que todos sejam tratados.

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Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

27.mar.2020

“Eram pessoas que estavam em uma região fria e com média de idade de 80 anos.”

Bolsonaro sugere aqui que a idade dos pacientes e o clima mais frio de determinadas regiões da Itália sejam responsáveis pelo alto número de mortes registrado por Covid-19 no país. Por mais que a idade seja um fator de risco, não há estudos conclusivos sobre a relação do clima com a disseminação e, principalmente, com a taxa de mortalidade da doença. Pesquisas preliminares de fato indicam que o vírus pode demorar mais para se espalhar em ambientes mais quentes, mas ainda não há um consenso entre cientistas sobre essa questão. Por isso, a declaração do presidente foi considerada INSUSTENTÁVEL. Um estudo desenvolvido pela universidade chinesa Sun Yat-sen indicou que o Sars-Cov-2 é um vírus “altamente sensível à temperatura” e que tem menor probabilidade de disseminação em climas mais quentes. Isso, no entanto, não o impediria de se espalhar, apenas desaceleraria o processo. Em outro artigo, pesquisadores do MIT (Massachusetts Institute of Technology) também indicaram que comunidades localizadas em regiões com médias de temperatura mais altas tinham vantagem significativa no tempo de contaminação da população em comparação com outras que vivem em locais mais frios. Mas isso ainda não é um consenso entre especialistas. De acordo com Mike Ryan, diretor-executivo do programa de emergências em saúde da OMS, pode ser uma falsa esperança considerar que a Covid-19 desaparecerá com a mudança de temperatura, como ocorre todos os anos com a gripe sazonal. “Nós temos que assumir que o vírus continuará com a capacidade de se espalhar”. Também é importante ressaltar que os estudos se baseiam em uma quantidade limitada de dados e mostram, portanto, apenas resultados preliminares. Os artigos também não foram submetidos ao escrutínio de outros pesquisadores para a verificação das metodologias e das estratégias de análise de dados adotadas.

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REPETIDA 4 VEZES. Em 2020: 18.mar, 24.mar, 27.mar, 02.abr.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

27.mar.2020

“Para 90% da população, é uma gripezinha ou nada.”

Na ocasião, Bolsonaro sugeria que a Covid-19 causaria sintomas leves em 90% da população, o que contraria evidências científicas apresentadas até o momento. Em pesquisa conduzida na China em fevereiro a partir de dados de cerca de 44 mil infectados, constatou-se que 81% dos casos da doença foram leves, 14%, graves, e 5%, críticos. A declaração foi, por isso, considerada IMPRECISA.

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Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

27.mar.2020

“Se outra gripe qualquer, se H1N1 acometer essa pessoa [com problemas de saúde preexistentes], ela ia morrer também.”

Ainda é cedo para dizer com certeza qual a taxa de mortalidade do novo coronavírus, mas todos os estudos preliminares já apontam que ela é significativamente maior do que a da gripe comum, que gira em torno de 0,1% dos infectados, segundo o CDC, órgão de prevenção de doenças dos EUA. Por isso, a declaração foi classificada como falsa. Usando dados da China, um grupo de pesquisadores da Universidade de Bern estimou a fatalidade da nova doença em cerca de 1,6%. De acordo com a OMS (Organização Mundial da Saúde), 6.610 pessoas morreram em decorrência da infecção pelo coronavírus em todo o mundo até o dia 16 de março, 3,9% do total dos cerca de 168 mil casos registrados. Essa conta, porém, tende a superestimar a mortalidade porque ignora que muitos casos leves da doença provavelmente ainda não foram detectados. O coronavírus também tem se mostrado mais letal do que a gripe H1N1, cujo surto global foi em 2009. À época, houve 300 mortos associados aos 77 mil primeiros casos, o que leva a uma taxa de mortalidade de 0,4%. Mais tarde, essa taxa se concretizou em números muito mais baixos, que variavam de 0,01% a 0,08%. No caso da Covid-19, essa taxa gira em torno de 1%. Já houve, no entanto, outros surtos — causados inclusive por microrganismos da família do coronavírus — que registraram taxas de mortalidade muito mais altas. É o caso do Sars (Síndrome Respiratória Aguda Grave), que se espalhou pelo mundo em 2002 e teve uma taxa de mortalidade de 10%. Houve, ainda, o Mers (Síndrome Respiratória do Oriente Médio), que registrou um índice de mortalidade de 34%.

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REPETIDA 5 VEZES. Em 2020: 11.mar, 16.mar, 17.mar, 27.mar, 03.abr.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

27.mar.2020

“Aumentou em alguns estados a violência contra a mulher em 50%. ”

O presidente faz referência a dados divulgados pelo telejornal RJTV2, da TV Globo, sobre o aumento de cerca de 50% no número de casos de lesão corporal por violência doméstica registrados no estado do Rio de Janeiro durante o período de confinamento para evitar a disseminação do novo coronavírus. Como os números são referentes a um estado específico e não podem ser usados para retratar a realidade do país como um todo, a declaração foi considerada IMPRECISA. É importante ressaltar, também, que a reportagem não apresenta uma temporalidade específica — há apenas a menção a um aumento no número de casos "durante o período de confinamento" — e que não são apresentadas as metodologias usadas para se chegar aos resultados alcançados, o que significa que os números podem ser maiores ou menores do que os apresentados.

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REPETIDA 2 VEZES. Em 2020: 27.mar, 29.mar.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

27.mar.2020

“Até os 29 anos, nenhuma pessoa morreu [ de Covid-19 ], dentre os 59 mortos.”

A declaração foi considerada INSUSTENTÁVEL, já que a divisão de óbitos por faixa etária adotada pelo Ministério da Saúde apresenta no mesmo grupo pessoas de 20 a 39 anos, e não é possível encontrar dados desmembrados que confirmem que nenhum dos óbitos registrados foram de pessoas abaixo da idade apontada pelo presidente. De acordo com números divulgados em coletiva do dia 27 de março, havia, dentre os 85 mortos — e não 59, como apresentado pelo presidente —, três com idades entre os 20 e os 39 anos.

FONTE ORIGEM

REPETIDA 2 VEZES. Em 2020: 27.mar, 30.mar.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

27.mar.2020

“Logicamente, [deve-se] evitar aglomerações.”

A declaração de Bolsonaro foi considerada contraditória porque, em entrevista à CNN Brasil veiculada no dia 15 de março, o presidente minimizou o impacto do contato com multidões na disseminação do coronavírus ao afirmar que as medidas de combate à pandemia beiravam a “neurose” e a “histeria”. Na ocasião, ele procurava se defender de críticas por ter saído do Palácio do Planalto para cumprimentar apoiadores que decidiram participar de manifestações favoráveis ao governo naquele dia. O presidente também já havia afirmado, em outros momentos, que considerava a pandemia “superdimensionada”. Em discurso em Miami no dia 9 de março, Bolsonaro disse acreditar que o surto estivesse sendo “potencializado, até por questões econômicas.” Em outro discurso realizado na mesma cidade no dia seguinte, o presidente afirmou que se tratava de uma “pequena crise”, “muito mais fantasia, a questão do coronavírus, que não é isso tudo que a grande mídia propala, ou propaga, pelo mundo todo”.

FONTE ORIGEM

REPETIDA 3 VEZES. Em 2020: 12.mar, 15.mar, 27.mar.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

27.mar.2020

“Eu fiz um exame dia 13 de março e outro, em 17 de março. Ambos deram negativo”

Apesar de Bolsonaro ter informado que seus dois testes de Covid-19 teriam dado resultados negativos, o presidente não apresentou nenhum resultado laboratorial para provar tal afirmação. Como a informação não tem como ser confirmada por outro meio, a declaração foi classificada como INSUSTENTÁVEL.

FONTE ORIGEM

REPETIDA 6 VEZES. Em 2020: 17.mar, 18.mar, 20.mar, 27.mar.

Tema: Coronavírus, Família Bolsonaro. Origem: Entrevista

27.mar.2020

“Daquele povo que está na informalidade, 38 milhões, grande parte já perdeu os seus empregos.”

Não há dados públicos sobre pessoas que ficaram desempregadas por causa da pandemia do novo coronavírus no Brasil e, por isso, a declaração é INSUSTENTÁVEL. A Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua), do IBGE, só apresentava dados até fevereiro deste ano na data desta declaração. Segundo a pesquisa, no trimestre entre dezembro de 2019 e fevereiro de 2020, havia 43 milhões de trabalhadores informais no Brasil.

FONTE ORIGEM

Tema: Coronavírus, Economia. Origem: Entrevista

26.mar.2020

“Um país só estará imune a o vírus, já que não tem vacina, quando uma parte da sua população for infectada e adquirir anticorpos.”

A declaração foi considerada INSUSTENTÁVEL, já que, além de não haver consenso sobre a parcela da população que deve ser infectada com a Covid-19, também não há ainda estudos conclusivos que afirmem que pessoas que já foram infectadas e curadas se tornam imunes à Covid-19. Em entrevista à rede americana de televisão CBS, o epidemiologista da Universidade de Harvard Marc Lipsitch afirmou que projeções indicam que entre 40% e 70% da população adulta dos Estados Unidos possa contrair a doença ao longo dos meses de surto e que cerca de 1% desse grupo pode ter sintomas graves que levem à morte. O próprio pesquisador, no entanto, ressalta que se trata de uma projeção matemática. "Essa é uma projeção, então saberemos se está correta ou não na medida em que as coisas progredirem. Foi a melhor estimativa que consegui fazer me baseando em uma combinação de modelos matemáticos que usamos para acompanhar e prever epidemias". Estimativas alemãs também indicam que cerca de 70% da população do país possa ser infectada. Não há, no entanto, como determinar se os números estão corretos ou se aplicam à realidade de todos os países.

FONTE ORIGEM

REPETIDA 35 VEZES. Em 2020: 26.mar, 29.mar, 02.abr, 03.abr, 09.abr, 16.abr, 20.abr, 23.abr, 28.abr, 30.abr, 07.mai, 11.mai, 14.mai, 19.mai, 21.mai, 22.mai, 01.jun, 09.jun, 25.jun, 16.jul.

Tema: Coronavírus. Origem: Entrevista

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