“Tivemos risco [de o Brasil se tornar um país socialista] desde 1922. ”
Em 1922, foi o ano da criação do Partido Comunista do Brasil, mas a legenda não tinha estrutura nem força para representar qualquer ameaça ao regime republicano. O PCB tinha poucos membros à época de sua criação e ainda enfrentava disputas internas entre ex-anarquistas e comunistas, como explica o historiador John W.F. Dulles, no livro Anarquistas e Comunistas no Brasil (1900-1935). Além disso, o partido ficou apenas três meses na legalidade, de março a julho de 1922. O partido voltou à legalidade em 1927 e elegeu dois vereadores e um deputado nas eleições de 1930. Um evento ainda mais marcante de 1922 foi o levante do Forte de Copacabana, também conhecido como 18 do Forte. O movimento de membros das Forças Armadas não se identificava como comunista e foi motivado pela insatisfação com o revezamento de oligarquias paulistas e mineiras na Presidência e por denúncias de fraudes nas eleições de 1922, segundo o jornalista Pedro Dória no livro Tenentes. O levante pretendia depor o presidente Artur Bernardes, mas sem muita organização, nem liderança, não conseguiu impedir a posse do novo presidente.