“E lá diz dinheiro vivo. Qualquer transação, se você for olhar na escritura está escrito moeda corrente. E que é moeda corrente? Moeda corrente naquela época. ”
Bolsonaro engana ao afirmar que a expressão “moeda corrente” não se refere a “dinheiro vivo” ao comentar uma reportagem do UOL sobre a aquisição de 51 imóveis por membro da família dele. A reportagem confirmou com oficiais de cartórios e vendedores de imóveis quais negócios foram realizados com valores em espécie, e algumas das escrituras trazem expressões que se referem especificamente ao uso de dinheiro em cédulas, ou dinheiro vivo, como “moeda corrente contada e achada certa” ou “em espécie”. Essas expressões, segundo as fontes citadas, são discriminadas nas escrituras para diferenciar o uso de dinheiro vivo de outras formas de pagamento, como cheques, notas promissórias, depósitos bancários ou cartões de crédito e débito. Dos 107 bens listados na reportagem, 17 estão elencados nas investigações do Ministério Público do Rio de Janeiro sobre supostos casos de corrupção nos gabinetes de dois filhos do presidente, o vereador carioca Carlos Bolsonaro (PL) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), no âmbito do chamado “escândalo das rachadinhas”. Outros 24 foram registrados em São Paulo, estado onde os cartórios, desde 1989, precisam especificar nas escrituras qual a forma de pagamento adotada. O levantamento considera apenas os imóveis negociados desde o início dos anos 1990, quando Jair Bolsonaro assumiu o cargo de deputado federal pela primeira vez.
REPETIDA 5 VEZES. Em 2022: 06.set, 08.set, 18.set, 26.set, 14.out.