“O que pega fogo no entorno da Amazônia muitas vezes é o próprio ribeirinho, o próprio indígena que faz a sua cultura usando o fogo.”
Como forma de justificar as queimadas na Amazônia, Bolsonaro atribui recorrentemente a origem dos focos de incêndio a indígenas e pequenos produtores rurais, que usariam o fogo como método de limpeza de pasto para a agropecuária. Ainda que essa técnica seja, de fato, tradicionalmente utilizada na região, é falso que a maior parte dos incêndios seja causada por pequenos produtores. Em nota publicada em agosto de 2020, a ONG Ipam segmentou os dados de incêndio no bioma para apontar os principais responsáveis pelos focos. De acordo com levantamento realizado a partir de dados do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e da Nasa (agência espacial americana), 50% dos focos de incêndio identificados no primeiro semestre de 2020 ocorreram em propriedades rurais médias e grandes (com mais de quatro módulos fiscais). Enquanto isso, pequenas propriedades, assentamentos rurais e terras indígenas foram responsáveis, respectivamente, por 10%, 11% e 12% dos focos. Dados analisados pela ONG entre 2016 e 2019 também mostram que o manejo agropecuário é a causa mais comum dos focos de incêndio na Amazônia, sendo responsável, em média, por 42% das queimadas registradas.
REPETIDA 7 VEZES. Em 2021: 01.nov, 19.nov, 09.dez. Em 2022: 24.mai, 05.jun, 13.ago, 26.set.