Jefferson Rudy/Agência Senado

🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Maio de 2016. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Senado tem 14 investigados na Lava Jato; 7 prometem votar a favor do impeachment

Por Tai Nalon

11 de maio de 2016, 05h44

Dos 14 senadores implicados nas investigações da Operação Lava Jato, 4 ainda não declararam se são a favor ou contra o impeachment de Dilma Rousseff. A votação, que acontecerá nesta quarta-feira (11), decidirá se a presidente deverá ser afastada sob acusação de ter cometido crime de responsabilidade.

Aos Fatos checou como se distribuirão os votos desses 14 congressistas. A partir de manifestações públicas em suas páginas no Facebook e no Twitter e em sites oficiais e do Senado, a reportagem verificou que sete investigados prometeram votar a favor do impeachment, enquanto três devem ser contra o afastamento.

Para dar prosseguimento ao processo de impeachment no Senado, são necessários 51 votos favoráveis, o que corresponde à maioria simples do plenário. O afastamento de Dilma tem prazo máximo de 180 dias, ao longo dos quais a Lava Jato, em andamento tanto nas instâncias investigativas quanto no Supremo Tribunal Federal, poderá fazer novas vítimas.

Fonte: páginas oficiais dos senadores nas redes sociais

A perspectiva de voto dos investigados na Lava Jato ganha importância sobretudo depois da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) de afastar Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara, na última semana, e da cassação do agora ex-senador Delcídio do Amaral (sem partido-MT) nesta terça-feira (10).

Primeiro réu com mandato dentre os envolvidos no escândalo de corrupção, Cunha poderá servir de precedente para a corte determinar, por exemplo, se o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL) — investigado em sete inquéritos relacionados à Lava Jato e denunciado em 2013 sob acusação de ter pagas por uma empreiteira as despesas pessoais de uma filha — , também deverá se afastar do cargo se virar réu. Ele ainda não se manifestou se deverá votar nesta quarta, ainda que o exercício da presidência do Senado permita isentá-lo da decisão.

Em situação mais complicada está a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), que foi denunciada pela Procuradoria Geral da República na última semana sob acusação de ter recebido dinheiro desviado da Petrobras para financiar sua campanha em 2010. Ela nega qualquer tipo de fraude nas eleições daquele ano. Caso o ministro relator da Lava Jato no Supremo, Teori Zavascki, aceite a denúncia, Gleisi vira ré.

O ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), que sofreu impeachment em 1992, também é um dos senadores denunciados, ao lado de Benedito de Lira (PP-AL). Ambas as denúncias foram oferecidas ainda em 2015, mas o Supremo ainda não se manifestou a respeito delas. Ambos os congressistas não revelaram seus votos.

Também acumula processos na Lava Jato o senador Aécio Neves (PSDB-MG), com um inquérito aberto e outros dois pedidos de autorização para investigação encaminhados na semana passada pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao STF. O tucano alega, via assessoria, que as investigações demonstrarão "a correção da sua conduta".

Veja o que já checamos sobre o impeachment na Câmara.
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