É falso que Gleisi Hoffmann terá que devolver R$ 1 milhão à Petrobras

Compartilhe

Uma reportagem do SBT Paraná de dezembro de 2017, dizendo que a Petrobras cobra na Justiça da deputada federal Gleisi Hoffmann (PT-PR) a devolução de R$ 1 milhão, voltou a circular nas redes fora de contexto, como se fosse recente. O vídeo trata de uma acusação rejeitada pelo STF (Supremo Tribunal Federal): os ministros entenderam que não havia provas contra a parlamentar, que foi absolvida em 2018.

Publicações com o vídeo descontextualizado acumulavam 22 mil compartilhamentos no Facebook e dezenas de milhares de visualizações no Kwai até a tarde desta terça-feira (18).


Selo falso

Gleisi Hoffmann tem que devolver R$ 1 milhão [para a Petrobras].

Reportagem do SBT Paraná de 2017 sobre acusação de Hoffmann circula com data de 9 de março de 2024

Posts nas redes usam uma reportagem do SBT Paraná de dezembro de 2017 como se fosse recente, para dar a entender que a Justiça determinou que a deputada Gleisi Hoffmann deverá devolver R$ 1 milhão à Petrobras, o que é falso. À época, o telejornal informou que a Petrobras havia pedido na Justiça a devolução do valor a partir de denúncias contra a deputada e o ex-ministro Paulo Bernardo, então marido dela. O vídeo compartilhado nas redes, além de usar a reportagem antiga, omite que ambos foram absolvidos em 2018.

A petista havia sido acusada de ter desviado R$ 1 milhão da estatal para sustentar a campanha da deputada ao Senado em 2010. Na denúncia, a PGR (Procuradoria-Geral da República) pedia que os Gleisi e Paulo Bernardo fossem obrigados a pagar R$ 4 milhões de indenização aos cofres públicos. A Petrobras, que era auxiliar da acusação, pediu que parte da indenização retornasse à estatal.

O STF absolveu ambos cerca de seis meses após ter aceitado a denúncia. Os ministros da Segunda Turma entenderam que não havia “elementos externos de prova que corroborassem as informações prestadas em colaborações premiadas”. À época, a Segunda Turma era composta pelos ministros Edson Fachin, Celso de Mello, Dias Toffoli, Gilmar Mendes e Ricardo Lewandowski.

Fachin relatou a ação e votou pela absolvição no crime de corrupção passiva, mas pela condenação no crime de falsidade ideológica eleitoral, porque Gleisi Hoffmann prestou contas incompletas à Justiça Eleitoral, conforme o voto do ministro. Celso de Mello seguiu Fachin, mas ambos foram derrotados pela divergência aberta por Dias Toffoli, que votou pela absolvição da petista em todos os crimes — tese que foi seguida por Gilmar Mendes e Lewandowski.

Leia mais
Nas Redes Não é Gleisi mulher agredida em vídeo gravado em micareta de Fortaleza
Nas Redes Não é Gleisi Hoffmann mulher que leva tombo em vídeo de carreata bolsonarista

A própria reportagem do SBT Paraná já indicava que se tratava de uma notícia antiga: ao contrário do que é dito pelo apresentador, Gleisi Hoffmann e Paulo Bernardo não são mais casados, desde agosto de 2019. Atualmente, a deputada namora o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ).

O Boatos.org também publicou uma checagem sobre esse assunto.

Compartilhe

Leia também

falsoVídeo antigo de Lula circula como se fosse resposta atual a Trump

Vídeo antigo de Lula circula como se fosse resposta atual a Trump

falsoPosts mentem ao afirmar que TCU aprovou impeachment de Lula

Posts mentem ao afirmar que TCU aprovou impeachment de Lula

Rede social que permitir posts criminosos pode ser responsabilizada, diz Ministério da Justiça

Rede social que permitir posts criminosos pode ser responsabilizada, diz Ministério da Justiça