A empresa de turismo FlechaTur não disse ter alugado ônibus para que petistas fossem a Brasília para participar dos ataques às sedes dos Três Poderes ocorridos em 8 de janeiro, como afirmam publicações nas redes. No trecho da edição do Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, que tem sido compartilhado com a legenda enganosa, é mencionado somente que a empresa alugou o mesmo ônibus — apreendido por transportar apoiadores de Bolsonaro — para que petistas fossem à posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 1º de janeiro.
Posts com o conteúdo enganoso acumulavam 100 mil visualizações no TikTok e 3.900 compartilhamentos no Facebook nesta sexta-feira (24).
Dona alugou ônibus para integrantes do PT para 8 de janeiro de 2023
Um trecho da edição de 20 de fevereiro do Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, tem sido difundido nas redes sociais para alegar que a empresa FlechaTur, dona de um ônibus apreendido após os atos golpistas em Brasília, em 8 de janeiro, alugou o veículo para que petistas participassem dos ataques, o que é falso.
Durante a edição do telejornal é dito somente que a empresa alugou o mesmo ônibus para que apoiadores do PT participassem da posse de Lula em 1º de janeiro. O serviço foi prestado entre os dias 31 de dezembro e 2 de janeiro — ou seja, foi encerrado seis dias antes dos ataques a Brasília.
O ônibus da FlechaTur foi apreendido pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) em Sorriso (MT), após ordem do ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes para que fossem retidos veículos envolvidos nos atos golpistas. A empresa afirmou que o ônibus deixou apoiadores de Bolsonaro do município mato-grossense de Tangará da Serra na capital federal em 7 de janeiro. O veículo retornou na mesma data para outro compromisso em Sorriso, onde foi parado pela PRF no dia seguinte.
A citação da locação anterior do ônibus a integrantes do PT é parte do argumento usado pela empresa para reaver o veículo e dizer que atua “sem matizes ideológicos ou partidários, conferindo a todos igualdade de tratamento independentemente de sexo, raça, religião ou orientação política”. A FlechaTur também alega que os proprietários da empresa “não contribuíram para a ocupação e depredação de prédios públicos, não participaram de aglomeração em frente a quartéis”, tampouco “incitaram nenhuma manifestação”.