🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Janeiro de 2024. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

Posts enganam ao difundir bula de vacina bivalente da Pfizer como se fosse pediátrica

Por Marco Faustino

2 de janeiro de 2024, 15h33

Publicações nas redes enganam ao compartilhar a bula da vacina bivalente da Pfizer, que não recomenda a aplicação em menores de 12 anos, como se fosse da versão pediátrica, aplicada em crianças entre 6 meses e 4 anos e 11 meses, e que desde segunda-feira (1°) passou a integrar o PNI (Programa Nacional de Imunizações). O imunizante para essa faixa etária é monovalente e possui uma dosagem menor do que a aplicada em outras faixas etárias de crianças, adolescentes e adultos.

Publicações com o conteúdo enganoso acumulavam 25 mil visualizações no Telegram e centenas de compartilhamentos no Facebook até a tarde desta terça-feira (2).


Selo falso

Bula da Pfizer: "Não se recomenda sua utilização em crianças menores de 12 anos." “O Ministério da Saúde anunciou uma mudança no esquema de vacinação contra a Covid, nesta segunda-feira, 1º, visando proteger ainda mais as crianças. Agora, o imunizante contra a doença será incluído no Calendário Nacional de Vacinação para crianças de seis meses a quatro anos e 11 meses.

Posts difundem que bula de vacina da Pfizer para crianças entre seis meses a quatro anos e 11 meses de idade diz que o imunizante não é recomendado para crianças com menos de 12 anos, o que é falso.

A bula da vacina bivalente da Pfizer, que protege contra a cepa original e as sublinhagens BA.4/BA.5 da variante Ômicron do vírus Sars-Cov-2, tem circulado nas redes como se fosse a do imunizante da farmacêutica que foi incluída a partir desta segunda-feira (1º) no PNI, e que será aplicada em crianças entre 6 meses e 4 anos e 11 meses. A bula correta, que está disponível no site da Pfizer e da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), mostra que o imunizante a ser a aplicado nessa faixa etária possui características e dosagem diferentes:

  • O imunizante é monovalente — ou seja, a proteção é focada na cepa original do vírus Sars-Cov-2;
  • A tampa do frasco do imunizante destinada a essa faixa etária é da cor vinho, em vez da tampa cinza, que é da vacina bivalente;
  • A dosagem é de 3 mcg em vez de 30 mcg, que é aplicada em pessoas com idade superior a 12 anos, tanto na versão monovalente como na bivalente.

A inclusão de crianças com mais de 6 meses e menos de 5 anos no PNI foi anunciada no dia 31 de outubro de 2023 e passou a valer desde o dia 1º de janeiro de 2024. A recomendação do Ministério da Saúde é aplicar a primeira dose da vacina aos seis meses de idade, a segunda aos sete meses e a terceira aos nove meses. O intervalo recomendado é de quatro semanas entre a primeira e a segunda doses e oito semanas entre a segunda e a terceira doses. Não há previsão de doses de reforço.

Em dezembro, a Anvisa aprovou uma atualização da monovalente para a variante XBB 1.15 que também pode ser utilizada em crianças dessa mesma faixa etária.

A criança com menos de 5 anos que tomou as três doses recomendadas do imunizante em 2023 não vai precisar repetir doses neste ano. A partir desta idade, apenas as crianças que integram os grupos prioritários, como imunocomprometidos, com comorbidades e deficiência permanente, é que receberão uma dose de reforço.

Na bula da vacina bivalente consta que o imunizante, de fato, não é recomendado para crianças com menos de 12 anos. Em julho de 2023, no entanto, a Anvisa liberou o uso da bivalente em crianças com mais de 5 anos somente como dose de reforço — ou seja, para aquelas que já tinham sido vacinadas contra a doença.

O Ministério da Saúde informou que a vacina da Pfizer é segura e eficaz, que realiza o monitoramento da segurança de forma contínua, e que ESAVIs (Eventos Supostamente Atribuíveis à Vacinação ou Imunização) são notificados e investigados. “Diante deste cenário, e considerando o elevado risco de morbimortalidade pediátrica por covid-19, o benefício das vacinas contra a doença supera, e muito, o risco da não vacinação”, afirmou a pasta.

Referências:

1. Pfizer
2. Anvisa
3. Ministério da Saúde
4. CNN Brasil
5. SBIm (1 e 2)

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