🕐 ESTA REPORTAGEM FOI PUBLICADA EM Outubro de 2022. INFORMAÇÕES CONTIDAS NESTE TEXTO PODEM ESTAR DESATUALIZADAS OU TEREM MUDADO.

O antes e depois de bolsonaristas nas redes sobre Roberto Jefferson

Por Milena Mangabeira

24 de outubro de 2022, 13h19

O vídeo do presidente Jair Bolsonaro (PL) chamando de ”bandido” e “criminoso” o aliado Roberto Jefferson (PTB) — que atacou policiais federais a tiros de fuzil e granadas — fez apoiadores mudarem o tom do discurso dentro de poucas horas.

Sergio Moro (União Brasil-PR). O senador eleito foi um dos que recalcularam a rota após o vídeo de Bolsonaro. Às 17h18, Moro classificou como “sem noção” o ataque, sem, no entanto, condenar efetivamente os 20 tiros de fuzil e duas granadas lançadas pelo ex-deputado contra os policiais.

Após o último posicionamento de Bolsonaro, o ex-juiz usou outras palavras para falar do petebista. Em tuíte às 19h43, classificou o ato como “gravíssimo e injustificável”, além de chamar Jefferson de “criminoso”.

Otoni de Paula (MDB-RJ). A princípio, o deputado federal publicou um vídeo dizendo que a ação da PF contra o ex-deputado era uma “covardia” e que já havia entrado em contato com a assessoria de Bolsonaro para se informar sobre quais seriam as medidas tomdas.

Segundo o parlamentar, Bolsonaro teria determinado o envio das Forças Armadas para “proteger o nosso Roberto Jefferson”, a quem chamou também de “patriota”. Otoni ainda ressaltou que suposta ação do presidente evitaria a criação de uma “narrativa de que o presidente Bolsonaro deixou o Roberto Jefferson, um soldado patriota, morrer sozinho”.

Print de vídeo gravado por Otoni de Paula sobre Roberto Jefferson

No entanto, após Bolsonaro descartar o ex-deputado, Otoni de Paula não gravou um novo vídeo, mas compartilhou em sua página no Facebook um trecho da entrevista de Bolsonaro antes do debate na TV Record com a frase “essa é a verdade”.

Rodrigo Constantino. A partir das 13h05, o comentarista fez uma série de tuítes criticando a PF por cumprir a ordem judicial expedida pelo STF (Supremo Tribunal Federal), além de chamar os agentes em serviço de “espécie de Gestapo”, em referência à polícia secreta da Alemanha nazista.

Em tuíte subsequente, Constantino confunde o motivo da revogação da prisão domiciliar de Jefferson ao questionar se há previsão na Constituição de prisão em flagrande por xingamentos contra ministros. Na verdade, o ex-parlamentar descumpriu condições de sua prisão domiciliar, como não usar redes sociais e não ter armas em casa. Ele está preso preventivamente desde agosto de 2021, no âmbito do inquérito das milícias digitais.

Às 19h17, após posicionamento de Bolsonaro, Constantino compartilhou o tuíte do presidente e escreveu “assunto encerrado”.

Constantino reproduziu posicionamento de Bolsonaro em retweet

Me atualizei. Outros bolsonaristas como Bárbara Destefani, do canal TeAtualizei, e Paulo Figueiredo concordaram com a gravidade da atitude de Jefferson, mas se posicionaram contrários à atuação da Polícia Federal e ao cumprimento da ordem expedida pelo STF.

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