Enquete de rede social não mede opinião pública

21 jan. 2022
Por Bruno Fávero

Enquetes feitas no Twitter e no Facebook não funcionam para medir a opinião da população sobre determinado tema

Além de não alcançarem uma amostra representativa da população, elas podem ser enviesadas por diversos fatores

O primeiro problema é que nem todo mundo tem internet

E menos gente ainda usa redes sociais

Isso pode gerar distorções na amostra, como, por exemplo, deixar de fora a população mais pobre

No Brasil, cerca de 75% da população tem acesso à internet em casa

Outro problema é que nessas pesquisas não há controle de quem participa

Uma pessoa que tenha mais de um perfil pode responder mais de uma vez, inclusive com o uso de robôs – programas usados para automatizar tarefas

Pra piorar, o algoritmo que decide o que é mostrado para cada usuário tende a dar mais destaque para conteúdos com os quais ele tem afinidade

Já as pesquisas tradicionais conseguem estimar a opinião da população entrevistando uma pequena amostra dela, porque seguem critérios estatísticos

Os entrevistados são selecionados de forma aleatória, e os pesquisadores asseguram que eles representem um estrato da população

Por exemplo, se a população tem 55% de mulheres e 45% de homens, cerca de 55% dos entrevistados serão mulheres e 45% serão homens

Também há um cuidado na elaboração das perguntas para que não influenciem as respostas dos entrevistados

Em pesquisas eleitorais, por exemplo, os nomes dos candidatos são apresentados em um disco para evitar que a ordem dos nomes não interfira na escolha

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