Por Amanda Ribeiro, Ethel Rudnitzki, Luiz Fernando Menezes, Marco Faustino e Priscila Pacheco
Ilustração: Felipe Nadaes
Como a desinformação sobre Covid-19 contaminou
a América Latina
Aos Fatos mapeou a desinformação sobre a Covid-19 em 14 países da América Latina e identificou que conteúdos enganosos atravessaram fronteiras e que as vacinas foram os principais alvos das alegações falsas
Em março de 2020, no começo da crise, a maioria das publicações enganosas lançava dúvidas sobre a eficácia de medidas preventivas, como uso de máscaras e isolamento
As ondas de desinformação na América Latina acompanharam as diferentes fases da crise sanitária
A partir de abril, com a escalada de casos e mortes pelo mundo, promessas de remédios sem benefício comprovado contra a Covid-19 ganharam as redes
Distribuídas por toda a região, as narrativas desinformativas sobre medicamentos e curas foram mais intensas em três países: Brasil, Bolívia e Colômbia
Se no Brasil “o tratamento precoce salva vidas” foi a tônica da desinformação sobre curas e remédios, na Colômbia foi “chá de gengibre, limão e cebola neutraliza o novo coronavírus”, e na Bolívia, “o dióxido de cloro cura a Covid-19”
A partir de outubro de 2020, quando os imunizantes ainda estavam sendo testados em humanos, a desinformação sobre vacinas assumiu a liderança
Ela se manteve como o assunto mais frequente das postagens enganosas em todos os meses seguintes, até fevereiro de 2022
O medo foi a principal estratégia usada por desinformadores para desestimular a procura pelas vacinas
Postagens enganosas sobre efeitos adversos duradouros e até mortais foram as mais comuns entre as checagens sobre as substâncias (416 desmentidos, 38%)
Teorias conspiratórias relacionadas às vacinas foram a segunda estratégia mais comum na desinformação sobre o tema na América Latina (243 publicações checadas, 22% dos desmentidos sobre imunizantes)
Este levantamento integra o projeto Mentiras Contagiosas, uma série de investigações sobre a desinformação relacionada à Covid-19 na América Latina coordenada pelo Clip (Centro Latinoamericano de Investigación Periodística)