“Nessa época do ano, o clima seco e os ventos favorecem queimadas espontâneas e também as criminosas.”
O período de estiagem na Amazônia vai de agosto a outubro, o que de fato faz com que os incêndios sejam mais comuns nessa época. Mas Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, têm usado esse fato para sugerir que o clima seja o responsável pelo aumento no número de queimadas na região neste ano. Essa hipótese já foi refutada pelo Ipam (Instituto de Pesquisa da Amazônia), em uma nota técnica publicada em agosto. Com base em dados do CHIRPS (Climate Hazards Group InfraRed Precipitation with Stations), a ONG afirma que a umidade na Amazônia é a maior nos últimos três anos e que as queimadas têm relação direta com o aumento do desmatamento. Ainda segundo a organização, os dez municípios que registraram mais focos de incêndio foram também os campeões de desmatamento. A mesma relação não é observada quando se compara os focos de queimada com os níveis de precipitação. A relação entre os incêndios e o desmatamento também foi apontada por Douglas Morton, chefe do Laboratório de Ciências Biosféricas do Centro Goddard de Voo Espacial da Nasa, agência espacial americana, em entrevista à Folha de S.Paulo. De acordo com ele, o padrão de nuvens de fumaça geradas pelas queimadas indica correlação com o corte raso de floresta na região. Por isso, a declaração foi classificada como FALSA.
REPETIDA 2 VEZES. Em 2019: 23.ago, 24.set.