“[Apreensão recorde de cocaína] com toda certeza com relação direta com número de mortes violentas no Brasil.”
Não é possível estabelecer uma relação de causalidade direta entre a maior apreensão de drogas e a diminuição do número de mortes violentas no país, de acordo com a socióloga e pesquisadora do NEV-USP (Núcleo de Estudos da Violência da Universidade de São Paulo) Giane Silvestre. Segundo Silvestre, a queda nos índices, que foi de 22% em 2019 com relação ao mesmo período no ano passado, está na verdade relacionada a um pico de violência registrado em 2017. Na época, conflitos entre facções criminosas levaram a um aumento no número de homicídios, em especial em presídios. A resolução dos conflitos, associada a medidas como a transferência de lideranças para outros presídios, acabou por apaziguar a violência e diminuir os registros de mortes violentas. Analisando os dados sobre apreensão de drogas disponibilizados pela Polícia Federal e comparando-os com os índices de mortes violentas, também é possível verificar que não existe correlação. Entre 2016 e 2017, houve um aumento de 2,2% no número de mortes violentas, segundo o Monitor da Violência do G1. A apreensão de drogas também cresceu nesse período, com aumento de 15,6%. Entre 2017 e 2018, no entanto, a dinâmica foi outra: enquanto as mortes violentas caíram 14,6%, a apreensão de drogas subiu 65%. Por conta disso, a afirmação é INSUSTENTÁVEL.
REPETIDA 2 VEZES. Em 2019: 12.set.