“Quando eles falam em carro elétrico, não tá economizando emissão do carbono no espaço não, porque a eletricidade veio de uma termoelétrica.”
Segundo estudo realizado pela BloombergNEF, plataforma do grupo de mídia Bloomberg para análise de dados sobre energia, transportes, indústrias e commodities, carros elétricos emitem 40% menos carbono do que veículos convencionais. Essa vantagem se mantém mesmo em países que produzem eletricidade a partir de termelétricas, como o Japão. “Quando um veículo de combustão interna sai da linha de produção, suas emissões por quilômetro estão definidas, mas para um veículo elétrico, diminuem a cada ano ao passo que a rede fica mais limpa”, afirmou Colin McKerracher, analista de transportes da BloombergNEF. No caso da Alemanha, citada por Bolsonaro no momento em que fez sua declaração, o impacto ecológico de carros elétricos continua sendo positivo, mesmo que uma parte significativa das fontes de energia do país venha de combustíveis fósseis. Um estudo da Instituto de Pesquisa de Energia e Meio Ambiente (Ifeu), de Heidelberg, no entanto, afirma que só se reduz a zero o impacto de emissão de carbono em veículos elétricos produzidos a partir de fontes poluidoras, caso do país, depois de 100 mil quilômetros rodados. Em veículos criados a partir de fontes renováveis, no entanto, a emissão é neutralizada depois de 30 mil km. De acordo com a Deutsche Welle, a meta alemã é que, em 2035, entre 55% e 60% da energia do país seja produzida através de fontes renováveis, como vento, sol, água e biomassa. O governo alemão anunciou no início deste ano, inclusive, que no ano passado o país teve 40% de sua energia total produzida por fontes renováveis, em contraposição a 38% geradas pela queima de carvão. Isso vai ao encontro da previsão feita pelo relatório da BloombergNEF, que afirma que a estimativa é que os veículos elétricos se tornem mais limpos à medida em que os países reduzam seu consumo de energia a partir de combustíveis fósseis e utilizem mais placas solares e energia eólica, processo que "vem acontecendo em vários locais, exceto no sudeste asiático". Isso faz com que a declaração de Bolsonaro seja FALSA.