“O devido atendimento [para casos de Covid-19], pelo que eu sei, né, é repouso e dar a ivermectina ou também agora a hidroxicloroquina.”
A declaração é INSUSTENTÁVEL, porque, à parte o repouso, as formas de tratamento indicadas por Bolsonaro para combater a Covid-19 carecem de comprovação científica. Como já relatado por Aos Fatos em outras checagens, a hidroxicloroquina não tem eficácia comprovada contra a infecção causada pelo novo coronavírus; estudos mais recentes têm indicado, inclusive, que o medicamento pode ser perigoso. Pesquisa conduzida por um professor da Escola de Medicina de Harvard com 96 mil pacientes mostrou que a droga, combinada ou não ao antibiótico azitromicina, aumentou a taxa de mortalidade e o risco de arritmia em pacientes com a doença. A ivermectina, outro remédio citado pelo presidente, também não tem eficácia comprovada. Por mais que a FDA (Food and Drug Administration, agência reguladora de medicamentos e alimentos do governo americano) tenha incluído o medicamento no Programa de Aceleração de Tratamento de Coronavírus, o próprio órgão esclareceu que havia apenas evidências laboratoriais e que "esses tipos de estudos de laboratório são comumente usados em um estágio inicial do desenvolvimento de medicamentos, sendo necessários testes adicionais para determinar se a ivermectina pode ser apropriada para prevenir ou tratar o coronavírus".