“Eu não posso ter nada contra pessoas negras, meu sogro é conhecido como Paulo Negão.”
Na campanha, Bolsonaro repetia com frequência que o seu sogro, Vicente de Paulo Reinaldo, tem o apelido de Paulo Negão, e, portanto, ele não poderia ser acusado de racismo. A relação familiar não impediu Bolsonaro de comparar negros quilombolas a gado, em palestra no Clube Hebraica, no Rio de Janeiro, em abril de 2017. Ainda deputado federal, mas já apontado como possível candidato à Presidência, Bolsonaro afirmou que, ao visitar um quilombo, "o afrodescendente mais leve lá pesava sete arrobas”, usando a medida de peso usada para animais. Ele ainda continuou a comparação afirmando que os quilombolas “não fazem nada”, “nem para procriador eles servem mais". Ainda em 2017, Bolsonaro foi condenado pela 26ª Vara Federal do Rio de Janeiro a pagar indenização de R$ 50 mil. Em setembro de 2018, no entanto, a primeira turma do STF (Supremo Tribunal Federal) rejeitou por 3x2 tornar o deputado réu da acusação de racismo. Ainda entre as declarações racistas, em entrevista ao Roda Viva, da TV Cultura, em julho de 2018, Bolsonaro criticou as cotas raciais e afirmou que os próprios negros eram culpados pela escravidão, que os “portugueses nem pisavam na África” e, portanto, não haveria dívida da sociedade por conta do regime escravista que ficou vigente no Brasil por três séculos. Aos Fatos desmentiu a informação na época.