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07.mar.2019

“Nós devemos a nossa democracia às Forças Armadas.”

No poder desde 1964, em um regime marcadamente autoritário, os militares tiveram importância no processo de redemocratização, mas muito por conta de pressões econômica, internacional e da sociedade civil. Por isso, é FALSO dizer que devemos a democracia às Forças Armadas. Enfraquecidos pela deterioração econômica do país, os militares defenderam uma abertura lenta e gradual iniciada a partir do governo de Ernesto Geisel. Entre 1974 a 1978, houve redução da censura e reconhecimento do resultado das eleições legislativas. Ao mesmo tempo, o país ainda convivia com ações repressivas do Exército, como a que levou à morte o jornalista Vladimir Herzog, que se apresentou voluntariamente ao DOI-Codi, em novembro de 1975. Em 1980, a inflação bate a simbólica marca de 100% ao ano. Em 1981, o país entrou em uma recessão que durou até o segundo semestre de 1982. O último presidente militar João Figueiredo (1979-1985) concluiu a lenta abertura, com a promulgação da Lei da Anistia, que instituiu uma ampla e geral anistia incluindo os crimes realizados pelos militares e o retorno dos anistiados aos seus postos e funções. Outra medida importante na transição foi o fim do bipartidarismo, sistema instituído no governo Castelo Branco, e a autorização da criação de novos partidos, medida aprovada pelo Congresso Nacional a contragosto de parte dos militares. Vale lembrar que o final do governo militar não ocorreu de forma tranquila. Entre os militares havia uma ala radical que defendia a retomada do poder, inclusive praticando atos terroristas, e uma outra ala tentava articular a garantia de um presidente alinhado com o atual regime. Com a força dos movimentos a favor da volta de eleições diretas, Figueiredo se antecipou e enviou ao Congresso, ainda em abril de 1984, proposta de emenda constitucional restabelecendo eleições diretas, cabendo aos parlamentares definir se a ela passaria a valer para 1985 ou apenas em 1988. O Congresso definiu que as eleições de 1985 deveriam ser indiretas: o Colégio Eleitoral deu vitória a Tancredo Neves, opositor ao regime militar. Neves morreu por problemas de saúde antes da posse e o primeiro presidente civil depois de 21 anos foi José Sarney (1985-1988).

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REPETIDA 10 VEZES. Em 2019: 07.mar, 27.mar, 08.abr, 15.jun, 23.nov. Em 2020: 15.jun, 13.nov. Em 2021: 15.jan.

Tema: Forças Armadas. Origem: Live

Em 1.459 dias como presidente, Bolsonaro deu 6.685 declarações falsas ou distorcidas

Esta base agrega todas as declarações de Bolsonaro feitas a partir do dia de sua posse como presidente. As checagens são feitas pela equipe do Aos Fatos semanalmente.

Atualizado em 30 de Dezembro, 2022


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12.fev.2019

“No ano retrasado [2017], a mesma coisa: [gastei menos de R$ 200 mil da minha cota parlamentar].”

Em 2017, Bolsonaro gastou R$ 222.949 da sua Cota para exercício da atividade parlamentar. A quantia é R$ 22.950 acima do que o presidente diz ter gasto, o que torna a declaração IMPRECISA.

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Tema: Congresso, Família Bolsonaro. Origem: Entrevista

12.fev.2019

“Em nenhum momento conversei com ele [Bebianno].”

A revista Veja revelou áudios das conversas de um irritado presidente Jair Bolsonaro, ainda hospitalizado, com o então ministro que acusava de vazar informação. Nos áudios revelados, o presidente, sempre muito impaciente, não aceita as explicações do subordinado sobre as denúncias envolvendo o uso de laranjas pelo PSL e ainda o critica por se reunir com um executivo da Rede Globo, a quem se refere como “o inimigo”. Na última gravação, Bebianno diz que Bolsonaro estava “envenenado” contra ele.

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Tema: Corrupção. Origem: Entrevista

12.fev.2019

“Isso [recebimento de R$ 400 mil por uma candidata laranja do PSL] foi no final de setembro do ano passado, eu estava em casa em convalescência.”

Segundo reportagem da Folha de S.Paulo, o dinheiro do fundo partidário do PSL foi enviado pela direção nacional da sigla para a conta da candidata em 3 de outubro. Bolsonaro recebeu alta hospitalar no dia 29 de setembro, 23 dias após o atentato à faca. Maria de Lourdes Paixão que oficialmente concorreu a deputada federal e teve apenas 274 votos, foi a terceira maior beneficiada com verba do PSL em todo o país, mais do que o próprio presidente Jair Bolsonaro e a deputada Joice Hasselmann (SP), essa com 1,079 milhão de votos.

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Tema: Corrupção. Origem: Entrevista

11.fev.2019

“Levantamento da FGV aponta que o Brasil é o país que apresentou maior melhora do clima econômico na América Latina. Saímos de -33,9 em outubro de 2018 para +3,6 em janeiro de 2019, um aumento de 240%.”

É verdade que o ICE (Indicador Ifo/FGV de Clima Econômico da América Latina) avançou de -33,9 pontos em outubro de 2018 para 3,6 pontos em janeiro de 2019. Esse foi o segundo trimestre consecutivo de avanço do indicador, segundo a FGV. Bolsonaro se confunde, no entanto, ao falar da porcentagem de aumento: os 240% citados se referem a outro índice — o IE (Indicador das Expectativas) — utilizado para calcular o ICE, que saiu de 25,9 para 88 pontos no mesmo período. O Brasil foi o único país que melhorou a avaliação da situação atual e das expectativas, influenciando a melhora do indicador de toda a América Latina. No entanto, o indicador atual ainda está longe dos 50 pontos alcançados entre 2009 e 2010. Em entrevista à Folha, a pesquisadora do Ibre (Instituto Brasileiro de Economia) da FGV Lia Valls disse que “apesar da melhora, o nível atual do clima econômico ainda é bastante instável, muito associado às promessas feitas pelo governo Bolsonaro, como a reforma da Previdência”.

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Tema: Economia. Origem: Twitter

03.fev.2019

“Quando a Folha foi lá, 10 de janeiro do ano passado, ela estava de férias [Wal do Acaí, acusada de ser funcionária fantasma] publicada em boletim da Câmara.”

Por mais que Walderice dos Santos realmente estivesse de férias no dia 10 de janeiro, quando a Folha de S.Paulo fez a visita, a declaração é FALSA por três motivos: 1. o jornal realizou outra visita e encontrou a funcionária vendendo açaí em agosto de 2018, 2. a própria Walderice disse que trabalhava na loja de açaí todas as tardes; e 3. ela também confessou ser a "funcionária fantasma".

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REPETIDA 13 VEZES. Em 2019: 03.fev, 31.out. Em 2020: 16.jan, 16.mar, 05.nov, 09.nov, 11.nov, 13.nov. Em 2021: 22.out. Em 2022: 13.ago, 06.set, 08.set.

Tema: Corrupção, Imprensa. Origem: Entrevista

24.jan.2019

“Como resultado [da política de desarmamento], a violência aumentou no Brasil, não caiu.”

Em 2007, um estudo do Ministério da Saúde mostrou que, de 2003 a 2006, depois da sanção do Estatuto do Desarmamento, a cada semestre foi observada uma redução significativa no número de mortos por arma de fogo. Houve uma queda de 4.677 óbitos no período analisado, ou seja, 12%, considerando números absolutos. O risco de mortalidade por arma de fogo era de 22 por 100 mil habitantes, em 2003, e caiu, em 2006, para uma proporção de 18/100 mil. O economista e pesquisador do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) Daniel Cerqueira é o autor dos principais estudos que avaliam o impacto das restrições impostas pelo Estatuto do Desarmamento nas mortes por arma de fogo no Brasil. Em 2015, ele afirmou que o estatuto rompeu com a escalada dos homicídios desde 1980 — de 1995 a 2003, a taxa de homicídios cresceu 21,4%, enquanto, de 2003 a 2012, evoluiu 0,3%. Em 2017, ele também publicou o estudo "Menos Armas, Menos Crimes", em que analisou estatísticas do estado de São Paulo entre 2001 e 2007 e concluiu que um aumento de 1% no número de armas em circulação provocaria um crescimento de 2% nos homicídios. O jornal Folha de S.Paulo trouxe em janeiro números semelhantes. Segundo a publicação, dados do Ministério da Saúde mostram que o ritmo de crescimento de assassinatos no país desacelerou depois que entrou em vigor o Estatuto do Desarmamento, em 2004. Entre 1996, primeiro ano da série histórica do Datasus, e 2003, ano em que foi o estatuto passou a vigorar, a média de crescimento anual da taxa de mortes por agressão foi de 2,22% ao ano. De 2004 em diante, após a restrição do acesso às armas, a média de crescimento anual foi para 0,29%. A taxa, no entanto, variou consideravelmente ano a ano, com aumento expressivo a partir de 2012.

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Tema: Segurança. Origem: Entrevista

24.jan.2019

“Há uma consciência no Brasil de que as reformas são vitais para que as entidades federais continuem operando.”

Por mais que a pesquisa mais recente aponte que a Reforma da Previdência seja aprovada pela maioria dos brasileiros, outros pontos defendidos por Bolsonaro, como direitos trabalhistas, afrouxamento de políticas ambientais e até privatizações ainda são rejeitadas pela maior parte. Por não explicitar quais reformas, a declaração foi considerada IMPRECISA. Pesquisa sobre a reforma da Previdência feita pelo XP/Ipespe em novembro de 2018 concluiu que 67% dos entrevistados defendem que a reforma é necessária para o Brasil, 28% discordam e 5% não souberam responder. De acordo com a pesquisa Datafolha mais recente sobre pautas do governo Bolsonaro, a população era majoritariamente contrária à diminuição dos direitos trabalhistas (57%), privatizações (60%) e à afirmação de que "a política ambiental atrapalha o desenvolvimento no Brasil" (59%).

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Tema: Economia. Origem: Entrevista

24.jan.2019

“Alguém relacionado ao partido de esquerda PSOL me apunhalou e torceu a faca.”

De fato, homem que esfaqueou o presidenciável Jair Bolsonaro (PSL), Adelio Bispo de Oliveira, 40, foi filiado ao PSOL de Uberaba (MG) de 2007 a 2014. Na data do atentado, no entanto, ele já não fazia mais parte do quadro de integrantes do partido.

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REPETIDA 22 VEZES. Em 2019: 02.jan, 24.jan, 12.ago. Em 2021: 04.fev, 27.mai, 24.jun, 03.ago, 05.ago, 24.ago, 27.set, 18.out. Em 2022: 14.jan, 17.jan, 31.jan, 09.fev, 04.mar, 31.mar, 15.abr, 16.abr, 15.mai, 30.jun, 13.ago.

Tema: Atentado, Ideologia. Origem: Entrevista

24.jan.2019

“E muitas vezes [Lula e Dilma] elogiaram o governo do presidente Kim Jong-Un na Coreia do Norte.”

Por mais que, durante os anos petistas, o governo mantivesse uma embaixada na Coreia do Norte, não é possível dizer que os ex-presidentes Lula e Dilma elogiaram o governo de Kim Jong-Un. Aos Fatos não identificou registros de elogios de nenhum dos ex-presidentes em reportagens e entrevistas. O Brasil foi um dos poucos países a manter uma embaixada na Coreia do Norte. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, em 2017, as importações e exportações norte-coreanas poucas vezes representaram mais do que 1% do total comercializado pelo Brasil. Vale lembrar que, em 2013, o PC do B publicou uma "carta de apoio irrestrito e absoluto à Coreia do Norte" quando o país ameaçou bombardear os EUA. Segundo o partido, a carta teria sido assinada também pelo PT e PSB e outras 16 entidades como Cebrapaz (Centro Brasileiro de Solidariedade aos Povos e Luta pela Paz). Após a divulgação, no entanto, o Partido dos Trabalhadores negou, em nota, a assinatura do documento: "A Secretaria de Relações Internacionais do PT, por sua vez, informa que não sabia da existência da nota, não foi consultada e, portanto, não assinou nenhum documento”.

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Tema: Ideologia, Relações internacionais. Origem: Entrevista

24.jan.2019

“Nós sempre fomos contra o regime de Maduro.”

Apesar de sempre criticar o regime de Maduro e o apoio do PT ao venezuelano, Bolsonaro omite que ele mesmo chegou a demonstrar apoio a Hugo Chávez, antecessor e mentor de Maduro, em entrevista ao jornal Estado de S.Paulo, em 1999: “[Chávez] é uma esperança para a América Latina e gostaria muito que esta filosofia chegasse até o Brasil. Acho ele ímpar. Pretendo ir à Venezuela e tentar conhecê-lo”. Ao O Antagonista, Bolsonaro disse que o apoio foi fruto de uma “ilusão”: “Ora, 90% do povo venezuelano vibrou com a eleição de Chávez, assim como o Brasil vibrou com Lula. Eu gostei de ver um coronel paraquedista no governo. Seu discurso era outro. A gente se ilude com as pessoas”.

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Tema: Ideologia, Relações internacionais. Origem: Entrevista

23.jan.2019

“[Fabrício Queiroz] Esteve, sim, com seu sigilo quebrado, fizeram uma arbitrariedade para cima dele nessa questão.”

A lei 9.613 de 1998, que dispõe sobre os crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de bens, e que criou o Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras), disponibiliza uma lista de instituições que são obrigadas legalmente a enviar informações sobre operações financeiras e transações de altos valores ou feitas em dinheiro vivo — bancos, joalherias, seguradoras, imobiliárias, administradoras financeiras, entre outras. Essas informações são recebidas e, posteriormente, tratadas pelos analistas do Coaf, por meio do cruzamento de bases de dados. Dessa forma, o órgão pode encontrar operações suspeitas que são comunicadas às autoridades competentes. O Ministério Público defende que se baseou na legislação, que afirma que o Coaf poderá requerer aos órgãos da administração pública as informações cadastrais bancárias e financeiras de pessoas envolvidas em atividades suspeitas, e que isso não configura quebra de sigilo bancário.

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REPETIDA 2 VEZES. Em 2019: 02.jan, 23.jan.

Tema: Corrupção. Origem: Entrevista

23.jan.2019

“Nós temos [...] a oitava economia do mundo.”

Segundo dados do FMI (Fundo Monetário Internacional), o Brasil tinha a oitava economia do mundo até 2018. Em 2019, fomos ultrapassados pela Itália, que tem um PIB (Produto Interno Bruto) de US$ 2,1 trilhões, comparado aos R$ 1,93 trilhões do Brasil.

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Tema: Economia. Origem: Entrevista

23.jan.2019

“Além disso, zeramos os custos com propaganda da Caixa e BB neste início de governo, e pretendemos encerrar de maneira justa e enxuta!”

Em janeiro de 2019, segundo dados disponíveis no site da Caixa Econômica Federal, os gastos com publicidade foram da ordem de R$ 54 milhões, entre pagamentos para veículos e também produção de conteúdo. Já os dados do Banco do Brasil deste ano ainda não estão disponíveis no site da instituição.

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Tema: Economia. Origem: Twitter

22.jan.2019

“(...) com oito segundos de tempo de televisão [durante a campanha].”

Bolsonaro destaca que conseguiu se eleger mesmo com pouco tempo de propaganda eleitoral televisiva. No primeiro turno das eleições presidenciais, o tempo de cada partido no horário eleitoral de rádio e TV varia de acordo com o tamanho da bancada eleita para a Câmara dos Deputados na última eleição. Quando coligações são formadas, os segundos/minutos a que cada sigla tem direito são somados. Em 2018, o presidente Jair Bolsonaro, que não fez coligações para sua campanha, teve oito segundos do tempo de propaganda no rádio e na TV dos candidatos à Presidência no segundo turno. No segundo turno, no entanto, quando enfrentou o petista Fernando Haddad, Bolsonaro teve direito a dez minutos de propaganda eleitoral, assim como seu oponente. Por isso, a declaração foi classificada como IMPRECISA.

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REPETIDA 8 VEZES. Em 2019: 22.jan. Em 2020: 27.jan, 09.nov. Em 2021: 28.ago, 10.set, 27.set, 14.out. Em 2022: 20.out.

Tema: Eleições. Origem: Discurso

22.jan.2019

“E nós pretendemos estar sintonizados com o mundo na busca da diminuição de CO2 e na preservação do meio ambiente.”

As promessas contrastam com ações adotadas pelo governo Bolsonaro no que tange à política ambiental brasileira. Apesar de recuos em decisões, como a fusão dos ministérios de Agricultura e Meio Ambiente, a nova administração federal agiu, com ações e declarações, na direção inversa de compromissos e políticas ambientais já estabelecidos no país. Esse foi o caso, por exemplo, do esvaziamento de atribuições da pasta do Meio Ambiente; das reiteradas críticas a uma suposta “indústria da multa ambiental”; da suspensão de contratos com organizações não governamentais ambientalistas; de propostas de flexibilização do licenciamento ambiental; e da extinção de secretarias que formulavam políticas públicas para mitigar efeitos das mudanças climáticas globais.

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REPETIDA 2 VEZES. Em 2019: 22.jan, 24.set.

Tema: Meio ambiente. Origem: Discurso

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