“Veio uma pandemia. Lamentamos as mortes.”
A declaração é contraditória, já que, durante a pandemia de Covid-19, o presidente acumulou episódios em que minimizou a letalidade da doença e debochou de vítimas. Em abril de 2020, ao ser questionado sobre a escalada de mortes pela infecção, Bolsonaro afirmou: “Eu não sou coveiro, tá certo?”. O presidente também associou a doença a uma “gripezinha” e criticou medidas de proteção, chegando a afirmar que o Brasil não deveria ser um “país de maricas”. Em duas lives em 2021, ele imitou pessoas com falta de ar para criticar protocolos adotados por seu ex-ministro da Saúde Luiz Henrique Mandetta. Em algumas situações, o presidente chegou a lamentar as mortes, mas ponderou que elas poderiam ter sido evitadas com remédios que não se provaram eficazes contra a Covid-19. “Lamento todos os óbitos. Lamento muito. Qualquer óbito é uma dor na família. E nós, desde o começo, o governo federal teve coragem de falar em tratamento precoce”, disse em entrevista dois dias depois de o Brasil atingir 500 mil óbitos, em junho de 2021.