“Eu me reuni com os embaixadores para mostrar o 'inquérito de 2018, que não têm qualquer classificação sigilosa.”
Bolsonaro critica a imprensa por ter noticiado que ele teria se reunido com embaixadores no dia 18 de julho para desacreditar as urnas eletrônicas quando, na verdade, ele foi apenas divulgar o inquérito de 2018 que apura um ataque hacker ao sistema do TSE. Conforme mostrado por Aos Fatos, isso é falso porque, durante o evento, o presidente de fato atacou a votação brasileira sem relacionar com a investigação. Bolsonaro, por exemplo, desinformou ao dizer que as eleições brasileiras não seriam auditáveis, que uma empresa terceirizada contaria os votos e que o TSE teria dito que os resultados de 2018 poderiam ter sido alterados. Além disso, o presidente voltou a repetir acusações de fraudes eleitorais já desmentidas, como a de que a urna estaria autocompletando votos em Fernando Haddad (PT). Também é falsa a informação de que o inquérito não tinha classificação sigilosa. Em relatório divulgado em fevereiro de 2022, a Corregedoria afirma que, mesmo que não houvesse ordem judicial que classificasse a investigação como segredo de justiça, o inquérito “apresentava o sigilo relativo próprio dos procedimentos de investigação criminal”. Ao STF, a Polícia Federal também disse que Bolsonaro teve atuação “direta, voluntária e consciente” ao divulgar, ao lado do deputado Filipe Barros (PL-PR), o inquérito policial. O relatório, no entanto, não indiciou Bolsonaro por crime de vazamento de dados sigilosos devido ao foro por prerrogativa de função.