“Em 2014, nós conseguimos essa chegada de informações ao TSE por ocasião das apurações. E a apuração começa com o Aécio lá em cima, Dilma embaixo. Rapidamente, as linhas se cruzam e daí transformam-se em paralelas. Nessas paralelas, nós temos a filmagem, 241 minutos. Então você compartilha um minuto a minuto, né? E depois que as linhas se cruzaram então a Dilma estava na frente. Aí de minuto a minuto, nesse minuto a Dilma ganhava, o Aécio perdia, no segundo invertia. E por 248, 241 vezes acontecia isso.”
Bolsonaro afirma que Dilma Rousseff (PT) e Aécio Neves (PSDB) teriam se revezado mais de 240 vezes na primeira posição durante a apuração de votos das eleições de 2014. Essa troca na liderança não aconteceu, de acordo com o TSE (Tribunal Superior Eleitoral). A apuração minuto a minuto daquele pleito mostra que Aécio estava na frente no início da totalização de votos. Depois, ao longo da contagem, a diferença entre o tucano e a petista cai progressivamente. O gráfico de porcentagem de votos dos dois candidatos se cruza em apenas uma ocasião, às 19h31, quando Dilma registra 49,98% dos votos válidos e Aécio, 50,02%. A partir desse ponto, a petista sobe, registrando ao fim da apuração, às 2h13, 51,64% dos votos válidos. O gráfico mostrado por Bolsonaro na live é o mesmo que foi mostrado em um vídeo publicado por Naomi Yamaguchi, suplente de deputada federal pelo PSL. Ela mostrou uma tabela na qual, supostamente, o índice de aceleração do crescimento dos votos dos dois candidatos ficaria se intercalando por 240 minutos, e que seria baixa a probabilidade desse fenômeno ocorrer. Conrado Gouvêa, doutor em Ciência da Computação pela Unicamp (Universidade Estadual de Campinas) e especialista em Segurança da Informação, analisou a tabela apresentada por Yamaguchi e mostrou que foi usada uma fórmula errada para fazer a análise dos votos. De acordo com Leandro Tessler, pesquisador do departamento de Física da Unicamp, o autor da tabela forjou uma fórmula para que os resultados indicassem a alternância, não importando o número de votos que cada candidato tivesse naquele minuto. Gouvêa, inclusive, inseriu dados aleatórios e o resultado foi o mesmo.
REPETIDA 11 VEZES. Em 2021: 09.jul, 18.jul, 21.jul, 22.jul, 26.jul, 28.jul, 29.jul, 31.jul. Em 2022: 26.jun, 27.jun.