O YouTube removeu nesta segunda-feira (6), por infração às regras da plataforma, um vídeo do canal do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) em que o presidente Jair Bolsonaro (PL) defende a eficácia do “tratamento precoce” contra a Covid-19, o que é falso. A retirada ocorre quase um ano após o conteúdo ter sido publicado, em 19 de dezembro de 2020. Antes de ser removida, a gravação acumulava 328.380 visualizações.
A entrevista continua disponível em pelo menos outros quatro canais no YouTube, mas com audiência bastante inferior (ao todo, 235 visualizações), como o Bipe verificou nesta terça (7). Trechos do vídeo também circulam em outras plataformas, como o Facebook.
Procurada, a assessoria de imprensa do YouTube no Brasil informou que o vídeo foi removido por “violação às políticas de informações médicas incorretas sobre a Covid-19”. Em abril, a empresa atualizou suas diretrizes de conteúdo e passou a proibir publicações que defendem o uso de medicamentos ineficazes contra a Covid-19, como a hidroxicloroquina.
No vídeo removido, o presidente cita três alegações enganosas sobre “tratamento precoce”, de acordo com o contador do Aos Fatos de declarações checadas de Bolsonaro. Em uma delas, ele afirma que o Brasil “se saiu muito bem” na pandemia devido ao “tratamento precoce”. Ele também minimiza a importância da vacinação ao afirmar que “a pressa da vacina não se justifica”.
Desde maio, o YouTube já removeu outros três vídeos do canal do filho do presidente Bolsonaro: um que acusava o ex-presidente Lula (PT) de defender ladrões de celular, uma transmissão ao vivo com Arthur Weintraub, irmão do ex-ministro da Educação Abraham Weintraub, e uma entrevista com a médica Nise Yamaguchi, defensora de terapias ineficazes contra a Covid-19.