O YouTube manteve no ar oito dos nove vídeos do presidente Jair Bolsonaro (PL) em que Aos Fatos verificou a presença de desinformação sobre as urnas eletrônicas e o sistema eleitoral. De acordo com a plataforma, essas gravações não violariam a norma implementada em março deste ano, que prevê banimento de conteúdos com alegações falsas de fraude no pleito presidencial de 2018.
Entre esses vídeos está a live em que o presidente prometeu apresentar provas de fraudes, mas listou apenas alegações já desmentidas sobre as urnas eletrônicas, e um discurso em que ele afirma que foi eleito no primeiro turno, “mas o sistema, a fraude que existiu sim, me jogou para o segundo turno”. Esta afirmação, como checamos, não procede.
O único vídeo removido, uma entrevista de agosto de 2021, continha afirmações enganosas similares às dos conteúdos que permanecem ativos, como a de que um candidato diferente aparecia na urna ao digitar o número de Bolsonaro. A menção remete à alegação falsa de que os equipamentos autocompletavam o voto no presidenciável do PT, Fernando Haddad. A gravação foi removida pela plataforma em abril por infração às regras de desinformação.
O YouTube afirmou que os vídeos estão em constante análise e que “tem elaborado um sólido conjunto de políticas e sistemas para dar visibilidade a conteúdo confiável e reduzir a disseminação de informações enganosas permitindo, ao mesmo tempo, a realização do debate político”.